Compartilhar

CNI

EEBA tem rodada de negócios com 60 empresas brasileiras e 10 compradores alemães

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 17 de junho de 2025

Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Salvador, debate temas estratégicos para a relação bilateral, como sustentabilidade, transição energética e inovação. Próxima edição será em 2026, na Feira de Hanôver


O 41º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA) reúne mais de 400 participantes, entre empresários, representantes de indústrias e dos governos brasileiros e alemão, nesta segunda (16) e terça-feira (17), em Salvador (BA).

Um dos destaques da programação é a rodada de negócios, com participação de 60 empresas brasileiras dos setores de alimentos e bebidas, cosméticos, energia renovável, bioeconomia e economia circular, além de 10 compradores alemães que manifestaram interesse nos produtos nacionais.

A rodada de negócios é organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Rede de Centro Internacionais de Negócios (CIN) e a ApexBrasil. De acordo com a gerente de Promoção Comercial da CNI, Tatiana Farah, a expectativa é de US$ 5 milhões em negócios nos próximos 12 meses.

“Temos que voltar a trabalhar para que pequenas e médias empresas brasileiras e alemãs conheçam o que está sendo proporcionado de melhor pelas grandes empresas. Queremos que esse tecido industrial esteja preparado para receber essas empresas. Os pequenos e médios negócios precisam desse apoio”, pontuou Tatiana Farah.

Empresas brasileiras de 11 estados e do Distrito Federal (DF) participam da rodada de negócios, realizada no SENAI Cimatec, onde acontece o EEBA. São 27 empresas da Bahia, 9 do Pará, 7 de Alagoas, 3 de São Paulo, 3 do Paraná, 2 de Pernambuco, 2 de Minas Gerais, 2 do Rio Grande do Sul, 2 de Santa Catarina, além de uma do DF, uma do Amazonas e uma do Maranhão.

Organizado pela CNI, FIEB e Federação das Indústrias Alemãs (BDI), o EEBA é realizado todos os anos desde 1983, sendo um ano no Brasil e outro na Alemanha. A edição atual é realizada na Bahia, com foco principalmente em reforçar a agenda bilateral em inovação, sustentabilidade e investimentos industriais.

Em 2026, a 42ª edição do EEBA acontecerá em abril durante a tradicional Feira de Hanôver, uma das mais importantes feiras comerciais do mundo e o principal evento global para tecnologia industrial, que reúne empresas de vários países para apresentar as suas soluções e inovações para a indústria. No ano que vem, o Brasil será parceiro oficial da Hanôver Messe, que a cada edição homenageia um país.

Rodada de negócios. Foto: Divulgação/CNI

Brasil perdeu relevância na relação com a Alemanha

Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado para a Alemanha, foram criados 26 mil empregos, R$ 504,3 milhões em massa salarial e R$ 3,3 bilhões em produção. Apesar da solidez da parceria, o Brasil perdeu relevância como fornecedor externo dos alemães na última década e caiu da 8ª para a 15ª posição no ranking de exportadores, enquanto o país europeu é o 3º maior fornecedor externo e o 7º maior investidor na economia brasileira.

“Precisamos ampliar a nossa parceria com a Alemanha. Temos muito espaço para aumentar essa relação e ampliar os negócios”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

A corrente de comércio bilateral cresceu 26,2% na última década, com aumento de 12,9% nas exportações brasileiras — puxadas por produtos como café não torrado e minério de cobre — e de 26,2% nas importações. A balança comercial, no entanto, segue deficitária para o Brasil.

A indústria de transformação foi a que mais perdeu espaço na pauta exportadora para a Alemanha, com retração de 3,4% nas vendas externas e participação abaixo de 50% em 2024 — a menor já registrada. Apesar da queda, o setor continua sendo o mais representativo no comércio entre os dois países: de 2015 a 2024, respondeu por 86,7% das trocas bilaterais, sendo 70,8% compostas por bens intermediários.

COP30 e transição energética em debate

Um dos painéis do EEBA tratou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas da ONU, a COP30, que este ano será no Brasil e, especialmente, da Sustainable Business COP (SB COP30), iniciativa criada pela CNI para que o meio empresarial contribua de forma efetiva com a COP. 

De acordo com o chair da SBCOP, Ricardo Mussa, o objetivo do grupo é estruturar uma representação empresarial internacional nas negociações climáticas, nos moldes do que já ocorre no G20 e no BRICS, com o intuito de levar contribuições do setor privado às decisões da COP. Segundo ele, a iniciativa vai levar importantes contribuições do setor privado para a COP30, em Belém, e terá ao longo dos próximos anos continuidade nas edições futuras da COP.

A parceria entre Brasil e Alemanha na agenda de transição energética também foi debatida neste primeiro dia do EEBA. Para André Clark, CEO da Siemens Energy, uma maior integração entre os países na agenda de energia poderá beneficiar o Brasil e seus parceiros. Ele observou que o nosso país produz uma energia barata, que, no entanto, chega ao consumidor como uma das tarifas mais caras do mundo.

“Temos excesso de energia intermitente, como solar e eólica. Podíamos enviar para os nossos vizinhos nos períodos em que mais precisam. A variedade de mercado é fundamental para gerar valor e lucro comercial”, disse Clark.

Outras Notícias