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Produção industrial tem acomodação em junho, diz pesquisa da CNI

Por Portal da Indústria - Publicado 08 de agosto de 2007

A acomodação do crescimento da produção industrial verificada no mês de junho, conforme mostrou a pe

A acomodação do crescimento da produção industrial verificada no mês de junho, conforme mostrou a pesquisa Indicadores Industriais divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília, é natural e até esperada. A afirmação é de Paulo Mol, economista da CNI. Apesar da estabilidade dos dados em relação a maio, a produção da indústria deve crescer no segundo semestre. "Os indicadores de junho não interrompem o crescimento industrial até o fim do ano", previu o economista.

Das cinco variáveis analisadas pela pesquisa da CNI, três tiveram em junho quedas iguais ou menores a 0,6% em relação a maio e duas registraram aumento de até 0,2%, configurando a estabilidade. "Tivemos três meses consecutivos de crescimento elevado, depois registramos uma estabilidade. Isso é normal, é natural que haja uma acomodação", disse Mol.

As vendas reais do setor ficaram praticamente estáveis em junho ante maio, no índice já dessazonalizado, tendo crescido 0,2%. "Como as vendas são mensuradas em reais, a receita das empresas tem sido influenciada pela desvalorização do dólar. As exportadoras têm tido receitas menores na hora de transformar o dólar em real, e as que vendem para o mercado interno estão baixando preços para competir com os produtos importados", resumiu Mol. Segundo ele, por esses motivos a produção das empresas industriais tem sido maior do que o faturamento.

No acumulado do ano, no entanto, o crescimento das vendas chega a 2,7% na comparação com igual período de 2006. "É um crescimento até certo ponto expressivo, mas ainda assim aquém do que poderia", afirmou Paulo Mol. Em maio deste ano, o crescimento acumulado era de 4,4% ante janeiro a maio de 2006. A queda se deve ao comportamento de junho do ano passado, que foi um mês de forte crescimento, tanto que na comparação entre junho de 2007 e o mesmo mês de 2006, há uma retração de 4,5%.

O pessoal empregado na produção teve um aumento de 0,1% em junho ante maio, no índice dessazonalizado, e de 3,3% ante junho do ano passado, tendo acumulado 3,4% de crescimento no ano na comparação com igual período de 2006. "Isso mostra que o nível de produção, de horas trabalhadas, pode continuar alto no segundo semestre", disse o economista.

As horas trabalhadas na produção registraram alta na comparação com junho de 2006, de 3,3%, mas uma queda de 0,3% ante maio deste ano. "Isso se deve a ajustes na produção e também a alguma sazonalidade em determinados setores", explicou Mol. Como as empresas estão tendo de produzir mais para manter o faturamento, a expectativa é de que as horas trabalhadas na produção retomem o crescimento na pesquisa de julho, a ser divulgada no início de setembro.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,4 pontos percentuais em junho ante maio, tendo passado de 82,6% para 82,2% no índice dessazonalizado. Apesar da queda, o dado pode ser positivo. "Com certeza isso é reflexo da maturação de novos investimentos na produção, planejados com a retomada da economia", explicou Mol. De novo, a sazonalidade de alguns setores também pode ter influenciado nessa queda. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o NUCI ainda está 1,7 ponto percentual maior.

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