Compartilhar

Alimentos e bebidas, refino de petróleo e álcool impulsionaram crescimento da atividade industrial

Por Agência CNI - Publicado 11 de abril de 2007

O setor de alimentos e bebidas, refino de petróleo e álcool e máquinas e equipamentos foram os princ

Brasília – O setor de alimentos e bebidas, refino de petróleo e álcool e máquinas e equipamentos foram os principais responsáveis pela ampliação da atividade industrial brasileira no mês de fevereiro, informa a pesquisa Indicadores Industriais divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado da pesquisa mostra que houve continuidade no processo de crescimento da indústria, mas impulsionadas apenas por esses três setores. "Isso significa que não há demanda doméstica para os demais setores que enfrentaram dificuldades na produção e geração de emprego em relação ao primeiro bimestre do ano passado", afirma o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com a pesquisa, as vendas da indústria brasileira apresentaram expansão de 0,2% em fevereiro na comparação com janeiro, na série livre de influências sazonais. No mesmo período, as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,4%. Em relação a fevereiro de 2006, as horas trabalhadas na produção aumentaram 2,8% e acumulam uma alta de 3% no primeiro bimestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

O setor de alimentos é responsável por 80% do aumento registrado nas horas trabalhadas na produção no primeiro bimestre. Na indústria têxtil, o indicador recuou 4,4% e na de vestuário, 4,6%. "Isso significa que, ao analisarmos os dados médios do desempenho industrial, não temos um reflexo da realidade de todos os setores", diz Castelo Branco.

Segundo ele, o desempenho heterogêneo da indústria no mês de fevereiro e no primeiro bimestre se deve à valorização do real frente ao dólar, que dificulta a competitividade dos produtos brasileiros frente aos estrangeiros. "O aprofundamento da valorização do câmbio nos próximos meses vai continuar impactando em alguns segmentos. A contribuição líquida do setor externo para o crescimento da economia já é negativa e se aprofunda, ou seja, o comércio internacional não ajuda a economia brasileira a crescer de forma mais forte como no passado", lembra.

Os Indicadores Industriais mostram ainda que o emprego ficou estável em fevereiro em relação janeiro na série com ajuste sazonal. Em comparação ao mesmo mês em 2006, o emprego se expandiu 3,3%, impulsionado pelas contratações na indústria de alimentos e bebidas, que respondeu por 66% desse total. "Issoe reforça a constatação de que não é a indústria como um todo que amplia o número de empregados", reforça Castelo Branco.

Ele lembra que a continuidade do aumento nas contratações depende da taxa de câmbio. Ou seja, se o real permanecer valorizado o dinamismo da indústria será ainda mais afetado. O economista diz que o real valorizado é mais um dos entraves ao crescimento da economia brasileira. "Nós temos uma carga tributária elevada, custo de capital e trabalhista altos e burocracia excessiva. Sem avanços nessas áreas, dificilmente manteremos ritmo de crescimento de uma forma expressiva", conclui.

Outras Notícias