A capital paraibana foi escolhida como sede para a realização da segunda versão do Prêmio IEL de Estágio. Com o objetivo de incentivar estagiários autores de grandes projetos, empresas que oferecem estágios, assim como instituições de ensino, que tratam o estágio como prioridade, o prêmio é mais uma iniciativa do IEL que dissemina, para todo o Brasil, grandes experiências em programas do setor.

A confirmação de João Pessoa como cidade do prêmio, chegou durante visita do Gerente de Estágios e Desenvolvimento de Novos Talentos do IEL Nacional, Ricardo Romeiro, à Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP, em Campina Grande. No encontro com a Superintendente do Departamento Regional da Paraíba, Kênia Quirino, ele concedeu entrevista à Unidade de Comunicação do Sistema Indústria UNICOM/FIEP/SESI/SENAI/IEL. Confira:

 

 

Ricardo Romeiro: Em 2004, a nova gestão do IEL recebeu a instituição com cerca de 40 mil estagiários em todo o Brasil. Nos últimos quatro anos, o IEL está batendo a marca de 110 mil estagiários. Os problemas são muitos. Ainda há uma cultura muito atrasada das empresas, nessa questão de abertura de vagas de estágio. Hoje, o país tem quase 700 mil estagiários, com um montante de cinco milhões de estudantes aptos ao estágio. Portanto, temos muito mais estudantes que vagas de estágio. Por isso, o Instituto Euvaldo Lodi está tentando disseminar essa cultura do estágio dentro das empresas, principalmente nas de pequeno porte, porque representam mais de 89% das empresas do país. Essa escassez de oportunidades de estágios resulta em atraso tecnológico e, por essa razão, as empresas não conseguem bons profissionais. Outro problema é que existem muitas vagas na área de ciências humanas. Mas, precisamos estimular as empresas da área tecnológica, na contratação de engenheiros e de outros cursos técnicos para tirar da cabeça do empresário a idéia de contratar estagiários em direito, comunicação e administração, para obter mão de obra barata em serviços operacionais.

 

 

Ricardo Romeiro: A Nova Lei de Estágio tem origem no ano de 2003, com o projeto do senador Osmar Dias. Mas o projeto não saiu do papel. No final de 2005, o Ministério do Trabalho resgatou-o e o IEL foi chamado para lançar uma nova legislação, já que a que está em vigor chegou aos 30 anos. Bastante discutida, a nova lei foi aprovada pelo senado, em novembro de 2007 e, atualmente, tramita na Câmara dos Deputados. Caso seja votada, a legislação poderá ser automaticamente sancionada pelo presidente da república. Uma vez aprovada, a lei vai inaugurar uma nova forma de relacionamento no estágio, que passará a ser mais fiscalizado, com obrigatoriedade de avaliação tanto dentro da empresa, como também da instituição de ensino. A supervisão é severa porque essa legislação abriu vantagens para os estudantes, como a redução da carga horária, que deixa de ser de oito horas, férias remuneradas depois de um ano trabalhado, vale transporte e seguro saúde, quando o estágio não for obrigatório. Já para as empresas, poucos são os benefícios, o que nos preocupa, porque o ônus será maior. Por isso, precisamos sensibilizar os deputados e senadores para que haja um equilíbrio.

 

 

Ricardo Romeiro: O Estado da Paraíba sempre foi um destaque dentro do Sistema Indústria, em relação a programas de estágio. A reestruturação do IEL/PB, nos últimos anos, teve como resultado de suas atividades a conquista do segundo lugar da primeira versão do Prêmio IEL de Estágio que homenageou, em Brasília, os melhores entre os 10 estados participantes. Acredito que o departamento regional ainda nos dará muita alegria.

 

O prêmio é outro programa de incentivo ao estágio, como o Bitec e tantos outros. É mais uma iniciativa do IEL para estimular a questão do estágio e valorizar essa prática.

Criado em 2007, o prêmio nacional congrega os vencedores de categorias estaduais. Este ano, o número subiu para 16. Vamos premiar as três melhores empresas do país nas categorias pequena, média e grande. Premiaremos, também os três melhores trabalhos de estudantes e as três melhores instituições de ensino do Brasil, quanto a programas de estágio.