Smartphones, fones de ouvido, videogames e até eletrodomésticos: é difícil o Bluetooth não marcar presença no cotidiano do brasileiro. Criado em 1994, essa ferramenta - que reflete profundamente o estilo de mundo globalizado - começou a ser desenvolvida há 30 anos e ainda se mantêm relevante, fugindo da obsolência.
O Bluetooth foi uma das invenções que mais impactaram a sociedade como sistema comunicacional mediado por tecnologias, possibilitando a troca de informações entre dois dispositivos sem a presença de fios, a curta distância.
Podendo ser encontrado em vários aparelhos do dia a dia, como em celulares, computadores, televisões, fones de ouvido sem fio, relógios de pulso e até mesmo em óculos escuros, o Bluetooth também influenciou o setor eletroeletrônico nacional, que encerrou o ano de 2023 com um faturamento de R$ 204,2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
A Agência de Notícias da Indústria separou 5 curiosidades desse recurso que completa três décadas em 2024. Confira!
Onde o Bluetooth foi criado?
Você sabia que o Bluetooth nasceu na Suécia? A empresa de telecomunicações Ericsson deu início à tecnologia em 1994, buscando uma nova maneira de realizar a comunicação sem fio entre seus celulares e outros acessórios.
Posteriormente, em 1998, quatro outras empresas se uniram à Ericsson para dar continuidade à pesquisa: Nokia, IBM, Intel e Toshiba.
No Brasil, o dispositivo sem fio só chegou ao mercado brasileiro em meados de 2008, e apenas para a comunicação entre notebooks e desktops.
A origem da palavra Bluetooth
Na Idade Média, quando o uso de sobrenomes ainda não era comum, muitos reis e rainhas recebiam apelidos que se referiam ao estilo de governo ou características físicas. Esse foi o caso de rei viking dinamarquês Harald “Blåtand” Gormsen, cujo apelido pode ser traduzido para “blue tooth”, em inglês, e “dente azul”, em português.
Enquanto crenças locais indicam que Blåtand de fato possuía um dente azulado de tão podre, estudiosos acreditam que o adjetivo venha da junção de duas palavras dinamarquesas: “blå” (que significaria “homem de tez escura”) e “tan” (que significaria “homem notável”).
Dente podre ou não, o rei Bluetooth ficou famoso por unir os povos inimigos das regiões onde hoje se situa a Noruega, Suécia e Dinamarca, de maneira análoga à tecnologia, que possuía o propósito de unir dispositivos entre si e entre diferentes setores industriais, como computação, telefonia móvel e mercado automotivo.
Símbolo do Bluetooth criado com runas nórdicas
E não para por aí! O logotipo do Bluetooth faz referência ao nome do rei ao unir as runas nórdicas Hagall e Berkanan, equivalente às letras H e B do nosso alfabeto, respectivamente.
O Bluetooth é prejudicial à saúde?
Muitas pessoas temem que a radiação emitida por conexões Bluetooth seja prejudicial para a saúde, mas não é bem assim.
As emissões de radiação são baixíssimas. A maioria dos fones de ouvido sem fio, por exemplo, operam com emissões por volta de 1 mW. Os celulares podem operar com potências de 1.000 mW até 2.000 mW, e as ondas de Wi-Fi, entre 30 mW e 200 mW.
Alguns cientistas já alertaram que há risco de câncer, problemas neurológicos e danos ao DNA por usar fones de ouvido sem fio em excesso, porém a Comissão Federal de Comunicações dos EUA afirmou que não há evidências de que a exposição do corpo ao Bluetooth possa causar danos à saúde.
Novo concorrente pode substituir o Bluetooth
Estaríamos próximos ao fim do Bluetooth? Cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, desenvolveram uma tecnologia de transferência de dados mais eficiente que o Bluetooth, em termos energéticos.
O novo recurso utiliza ondas elétricas, enquanto Bluetooth, Wi-fi e 5G dependem de modulação eletromagnética, uma forma de tecnologia sem fio desenvolvida há mais de 125 anos. As ondas elétricas consomem muito menos energia que o Bluetooth e mantêm o tempo e rendimento necessário para transferência de informações.
O professor e pesquisador Daniel Roggen contou que esse novo recurso tornará a vida muito mais eficiente e abrirá novas oportunidades para interagir com dispositivos em casas inteligentes.
“A tecnologia é de baixo custo, o que significa que pode ser implementada na sociedade de forma rápida e fácil. Se fosse produzida em massa, ela poderia ser miniaturizada em um chip e custar apenas alguns centavos por dispositivo, podendo ser usada em todos os dispositivos em um futuro não muito distante”, afirma Daniel.