As máquinas são e sempre vão ser parte fundamental para o desenvolvimento de uma indústria. Por isso, investir em equipamentos é essencial seja para abrir um negócio ou aumentar a produção. Um parque industrial tecnológico e atualizado está diretamente ligado à competitividade do país, pois todo mundo ganha quando se produz mais, gastando menos e de forma mais sustentável. E como conseguir o tipo de crédito mais adequado pra fazer esse investimento em máquinas e equipamentos novos?
Parece difícil, mas vamos te contar que é possível e mais fácil com o apoio da rede de Núcleos de Acesso ao Crédito (NAC), da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Na realidade da indústria a máquina funciona como o coração. Sem ela, não tem produção. Hoje, o parque industrial está defasado se compararmos com outros países. Por isso é tão importante ter conhecimento e acesso a linhas de financiamento para renovar o maquinário", destaca o analista de Desenvolvimento Econômico e especialista do NAC da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), João Baptista de Lima Guimarães.
Os NACs oferecem atendimento gratuito para tirar dúvidas, orientar e incentivar a busca por crédito de forma correta, compreendendo a demanda de cada empreendedor, desmitificando o tema e apresentando soluções viáveis e descomplicadas.
A seguir, Guimarães e a Agência de Notícias da Indústria respondem as principais dúvidas dos empresários sobre financiamento para máquinas:
Como e quando eu devo pensar em adquirir máquinas?
Quando a gente fala em financiamento de máquinas, o primeiro passo é colocar no papel o quanto vai custar e saber que você não vai pagar apenas pela máquina. Vão ter outros gastos, de serviços como instalação, manutenção e atualização do equipamento.
Também é preciso pensar no layout da empresa, no treinamento dos funcionários para usar o equipamento e em como essa troca de maquinário vai afetar a linha de produção.
Além disso, essa decisão deve estar ligada à produtividade desejada: quanto a máquina vai produzir, em quanto tempo e com qual qualidade. Eficiência energética é um ponto cada vez mais buscado.
Vale a pena se perguntar: se eu trocar as minhas máquinas hoje, talvez fique mais caro, mas será que não vou ter um ganho de energia na minha conta de luz e até ajudar a pagar essa máquina mais rápido?
Como saber qual linha de financiamento é a mais recomendada?
Pesquisando. Nossa sugestão é não ficar refém apenas do seu banco e do seu gerente. Faça uma simulação e compare as condições de cada instituição financeira. Além das diferentes taxas de juros, é importante analisar as formas de garantias porque, em alguns casos, as próprias máquinas adquiridas são aceitas como garantia e a empresa precisa apresentar garantia complementar ou buscar um fundo garantidor.
Atualmente, a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME) - subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - é o principal mecanismo de financiamento para compras de máquinas, mas apenas para máquinas nacionais e que tenham o código FINAME.
Confira aqui as principais linhas de crédito para comprar máquinas.
Além dela, há bancos de desenvolvimento e agências de fomento dos estados que também mantêm linhas de financiamento com recursos próprios, além de operar recursos do BNDES.
Se for o caso de comprar equipamentos usados ou importados, a Caixa Econômica Federal, por exemplo, tem uma linha chamada BCD (bens de consumo duráveis) para financiar equipamentos fabricados lá fora, mas foram nacionalizados.
O que as instituições financeiras analisam na hora de conceder um financiamento desse?
A empresa precisa estar com todas as certificações e documentação contábil atualizadas. Além disso, o ideal é que o empresário elabore uma proposta comercial, com as descrições do equipamento e, se possível, demonstre os benefícios da aquisição, em quanto tempo a máquina vai se pagar e quando aquela máquina vai trazer lucro.
O impacto ambiental da compra também é analisado. Se for positivo, pode ser mais um ponto a favor do financiamento. É uma forma de incentivar empresas na troca de motores antigos, menos eficientes, por máquinas mais sustentáveis.
Quais os principais erros que cometem quando buscam esse financiamento?
Primeiramente, não deixar claro para a instituição financeira que o recurso será usado para a compra de uma máquina. Às vezes, acontece de um empresário falar apenas que precisa de um valor e o gerente do banco não perguntar o destino e/ou o dono do negócio tirar dinheiro do próprio caixa para aproveitar uma oportunidade e depois precisar recorrer a linhas de capital de giro, por exemplo, que têm taxas e prazos de pagamento diferentes.
Outro erro é não analisar o mercado e deixar para buscar as instituições financeiras com pouco tempo. O processo de análise para concessão de um empréstimo é demorado. Em casos de bancos de desenvolvimento e agências de fomento, por exemplo, o prazo pode chegar a 60 ou 90 dias. Então, nem pense em chegar com uma proposta de compra de máquinas que precisa ser feita em até 15 dias.
Existe um período ideal para comprar máquinas?
Não, porque isso varia de setor para setor e de empresa para empresa. Se você trabalha com produções sazonais, por exemplo, não recomendamos que troque o maquinário se estiver no pico da produção. Como já mencionamos, é um investimento que deve ser pensado, analisado e realizado no momento mais conveniente para que ninguém saia prejudicado.
Agora que respondemos as principais dúvidas, se você quiser comprar uma máquina, veja quais são as principais linhas de financiamento para adquirir equipamentos industriais.
NAC RESPONDE
Para sanar dúvidas dos empresários e empresárias, criamos o NAC Responde na Agência de Notícias da Indústria, que é uma série mensal de conteúdos que vai abordar informações sobre financiamento e crédito para micro e pequenos negócios.
“Por meio das orientações, o NAC busca facilitar o acesso ao crédito de micros, pequenas e médias empresas industriais. Vale lembrar que o crédito é essencial para o funcionamento das empresas, seja para viabilizar novos investimentos, seja para atender às necessidades rotineiras de caixa, via capital de giro”, pontua o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra.
Desde 2015, o NAC assessora MPEs industriais sobre as linhas de crédito disponíveis no mercado, dando suporte com informações sobre documentação, taxas de juros, garantias, número de parcelas, itens financiáveis, entre outras. Saiba mais pelo site do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) ou entre em contato com a federação das indústrias do seu estado.