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80 anos de Sebastião Salgado: exposição Trabalhadores é prorrogada até 10 de março

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 08 de fevereiro de 2024

Seleção voltou a ser exposta ao público brasileiro após intervalo de 20 anos desde a primeira montagem no país. Mostra já atraiu mais de 115 mil visitantes desde a abertura, em agosto de 2023


Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro mais aclamado pela crítica mundial e autor de obras-primas da fotografia humanista, completa 80 anos, nesta quinta-feira (8). Em comemoração à data, moradores e turistas de Brasília ganharam mais tempo para conhecer a seleção de 150 fotografias da Trabalhadores. O encerramento da mostra foi prorrogado para 10 de março. Em cartaz no museu SESI Lab desde agosto do ano passado, a exposição já recebeu mais de 115 mil visitantes.

As visitas à mostra Trabalhadores ocorrem nos mesmos dias e horários de funcionamento do SESI Lab. O museu abre de terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Já aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h. A entrada é emitida na plataforma da Sympla ou na bilheteria física por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), além de ampla política de gratuidade.

O mesmo bilhete dá acesso também a todas as galerias de longa duração, que reúnem mais de 100 aparatos interativos, bem como participação nas atividades no Espaço Maker, mediante a programação e disponibilidade.

80 anos de Sebastião Salgado: exposição Trabalhadores  é prorrogada até 10 de março

Seleção voltou a ser exibida após intervalo de 20 anos

A natureza da Trabalhadores e sua conexão com "O Futuro das Profissões", tema anual do SESI Lab em 2023, foi determinante para a escolha como a primeira exposição convidada em cartaz no museu de arte, ciência e tecnologia inaugurado em novembro de 2022, em Brasília. A seleção exibida no museu interativo voltou a ser exposta ao público brasileiro após intervalo de 20 anos desde a primeira montagem no país.


"O sucesso de bilheteria demonstra que entender e refletir sobre processos históricos é fundamental para a compreensão do contexto atual do mundo do trabalho e para a construção de um futuro mais justo, inclusivo e diverso, utilizando as novas tecnologias como aliadas nesse processo. A exposição Trabalhadores nos convida a essa reflexão", destaca a Superintendente de Cultura do SESI, Claúdia Ramalho.


Obras-primas da fotografia humanista e militante

Construída a partir de viagens realizadas entre 1986 e 1992, Trabalhadores oferece uma espécie de arqueologia visual da Revolução Industrial, período em que o trabalho manual foi o eixo central da vivência de mulheres e homens pelo mundo. A exposição retrata o resultado de buscas do Sebastião Salgado em representar os processos manuais de produção ainda existentes, antes que desaparecessem completamente.

80 anos de Sebastião Salgado: exposição Trabalhadores  é prorrogada até 10 de março


"Eu tinha que prestar homenagem a esse trabalho que estava em meu coração, que era a razão de meu ativismo político e do que acreditava ser o mundo da produção. Realizei esse projeto com imenso prazer e orgulho por fazer parte dessa espécie de construtores, apesar, é claro, das condições muitas vezes difíceis e desumanas em que o trabalho era realizado. É uma alegria poder voltar a apresentar este trabalho fotográfico no Brasil, e uma honra ser o primeiro artista a expor na galeria de exposições do museu SESI Lab, em Brasília", ressalta Sebastião Salgado.


A mostra, com curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, reúne registros de trabalhos: a tradicional pesca do atum na Sicília; a singular aventura de garimpeiros de Serra Pelada e de trabalhadores nas plantações de cana no Brasil; a paisagem dantesca de uma mina de enxofre na Indonésia; famílias indianas envolvidas na construção de barragens para irrigação e combatentes de incêndios colossais em poços de petróleo no Kuwait. Desta narrativa iconográfica de uma verdadeira epopeia global, resulta uma perspectiva arqueológica completada por textos acrescentados às fotos, com informações históricas e factuais.

Sobre Sebastião Salgado

Economista de formação e nascido em Minas Gerais, Sebastião Salgado começou a carreira como fotógrafo profissional em 1973, em Paris, na França. Trabalhou com agências de fotografia até 1994, quando fundou, com Lélia Wanick Salgado, o Amazonas Images, exclusivamente dedicada ao seu trabalho. Esta estrutura é, hoje, seu estúdio com sede em Paris.

Salgado viajou a mais de 100 países com seus projetos fotográficos, que, além de inúmeras publicações na imprensa internacional, foram destaque em livros como Outras Américas, 1986; Sahel, l'homme en détresse, 1986; Sahel: el fin del camino, 1988; Um Incerto Estado de Graça, 1995; Trabalhadores, 1993; Terra, 1997; Êxodos, 2000; África, 2007; Gênesis, 2013; Perfume de Sonho, 2015; Kuwait, um deserto em chamas, 2016; Gold, mina de ouro Serra Pelada, 2019, e Amazônia, 2021. Esses livros foram desenhados por Lélia Wanick Salgado.

Sebastião Salgado é Embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academy of Arts and Sciences dos Estados Unidos. Recebeu inúmeros prêmios de fotografia e foi objeto de prestigiosas distinções, incluindo: Grand Prix National (Ministério da Cultura, França); Prêmio Príncipe de Asturias de las Artes (Espanha); Medalha da Presidenza della Repubblica Italiana (Centro de Pesquisa Pio Manzù, Itália). Foi nomeado Comendador da Ordem de Rio Branco (Brasil) e Commandeur de l'Ordre des Arts et des Lettres (Ministério da Cultura, França).

Em 2016, Salgado foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts do Institut de France, e no mesmo ano a França o nomeou Chevalier de la Légion d'Honneur. Em 2018, foi nomeado Chevalier de l'Ordre du Mérite Culturel pelo Principado do Monaco. Em 2019, foi eleito Foreign Honorary Member of the American Academy of Arts and Letters (Nova York, EUA) e laureado com o Peace Prize of the German Book Trade (Alemanha). Em 2021, recebeu o título de Honorary Doctor of Arts da Universidade de Harvard (Cambridge, EUA), e agraciado com o Praemium Imperiale Award, da Japan Art Association, considerado como o "Nobel das artes".

80 anos de Sebastião Salgado: exposição Trabalhadores  é prorrogada até 10 de março

Experimentação, interatividade, ludicidade e inovação

O icônico prédio projetado por Oscar Niemeyer na época da construção de Brasília é reduto de arte, ciência, tecnologia e educação para todas as idades. O espaço é uma iniciativa do Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), e promove a conexão entre ações artísticas, científicas e tecnológicas, em colaboração com a indústria e a sociedade. Desde a inauguração, em novembro de 2022, mais de 280 mil visitantes conheceram o museu 100% interativo.

O SESI Lab possui cerca de 8 mil metros quadrados de área construída dedicados a espaços expositivos, criativos e maker, salas interdisciplinares, um painel de LED com 84 metros quadrados, café e loja conceito. Somados aos 33 mil metros quadrados de área verde revitalizada, em parceria com o governo do Distrito Federal, com espécies nativas do Cerrado, instalações interativas e anfiteatro externo para shows, eventos e outras atividades culturais.

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