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9 startups do Nordeste que você precisa conhecer

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 04 de novembro de 2021

Se no passado a região Nordeste exportava talentos para outras partes do país, hoje ela abriga um verdadeiro ecossistema de inovação, que está em constante evolução


O Porto Digital, localizado no coração do Recife (PE), é um dos maiores ecossistemas de inovação do Brasil

O surgimento e amadurecimento das startups na região Nordeste vem diminuindo o antigo “êxodo nordestino” para o Sul e Sudeste do Brasil - e a pandemia foi um dos grandes catalisadores desse processo, devido à popularização do trabalho remoto. As capitais nordestinas têm polos de tecnologia com cases de sucesso relevantes, capazes de atrair investimentos, gerar oportunidades e reter os talentos locais, gerando emprego e renda para profissionais de todos os estados brasileiros.

Hubs como o Manguezal, em Recife; Rapadura Valley, em Fortaleza; e Jerimum Valley, em Natal, são alguns exemplos. Igualmente relevantes, o Caju Valley, em Aracaju, e o Sururu Valley, em Maceió, também movimentam os mercados regionais do Nordeste, que estão consumindo cada vez mais soluções digitais. 

Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o papel dos hubs é unir a maior quantidade possível de startups e entidades relacionadas (como investidores, aceleradoras e especialistas). Dessa forma, os hubs criam densidade para os negócios, um dos pilares essenciais para um ecossistema corporativo saudável.

“Reter negócios é, talvez, o grande fator de sucesso das nossas comunidades. Ver a evolução de um bom volume de empresas que criam oportunidades para que os talentos permaneçam é reflexo de como a região se tornou uma das mais interessantes para negócios digitais, inclusive para as que operam em outras regiões”, afirmou Luiz Gomes, head de estratégias da aceleradora Overdrives, no relatório Mapeamento de Comunidades - Nordeste, realizado pela Abstartups em 2021.

O relatório, inclusive, trouxe dados sobre os impactos da Covid-19 nas startups do Nordeste, constatando que mais de 50% delas não tiveram o faturamento diminuído pela pandemia - pelo contrário: graças a aceleração digital mandatória provocada pelo isolamento social, as barreiras físicas dos negócios e serviços prestados foi eliminada, possibilitando a essas empresas uma maior capilaridade pelo país. 

Outros dados interessantes trazidos pela Abstartups: no Nordeste, 22,9% já receberam investimentos, sendo destes 42,3% via investidor anjo. Os faturamentos variam: enquanto 19% faturam de R$ 50 mil a R$ 250 mil, enquanto 4,8% das startups já faturam de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. 

A seguir, 9 startups nordestinas que você precisa conhecer: 

Robox (Natal/RN)


A Robox é uma plataforma de e-commerce focada em negócios por assinatura. Focada em atender principalmente o mercado editorial, a Robox é uma plataforma estruturada a partir de uma longa experiência de seus founders no desenvolvimento de softwares para clubes de assinatura. Com pouco mais de 1 ano de operação, a Robox atende clientes como Carta Capital, Revista Elle, Portal Administradores, Revista Exame, dentre outros.

"Antes da Robox, nós já atuávamos num modelo onde nossa base operacional estava em Natal e nosso polo comercial em São Paulo. Com a experiência do trabalho remoto por grande parte do mercado, tudo ficou mais fluido. Tanto na contratação de mão de obra – já temos profissionais espalhados por 6 estados brasileiros, entre capitais e cidades do interior – quanto na prospecção de novos clientes”, afirmou Thiago Lins, diretor de crescimento da Robox.

A startup é acelerada pelo InovAtiva Brasil, o maior programa de aceleração da América Latina, com mais de 1.100 startups brasileiras aceleradas com o apoio de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). 

Agilize Contabilidade Online (Salvador/BA)

 

Os sócios da Agilize descobriram seu nicho de mercado entre 2012 e 2013, quando perceberam que as empresas de contabilidade não estavam inovando na área. Insatisfeitos com a morosidade dos serviços prestados por essas empresas, os contadores resolveram desenvolver um produto digital que otimizasse serviços contábeis, como abertura de empresas, apuração de impostos e envio de declarações.

Hoje, a empresa conta com um time experts e app gratuito, em que os clientes podem acompanhar seus processos com mais facilidade. “Nossa assessoria contábil economiza mais de R$ 3 milhões por mês para os nossos mais de 10.000 clientes”, afirmou o CEO Rafael Caribé no site da Agilize. A empresa já recebeu investimentos da Google Developers Launchpad Accelerator e tem faturamento mensal de mais de R$ 1,5 milhão.

T.I Saúde (Recife/PE)


Com a necessária aceleração digital imposta pela pandemia, a área de saúde passou por imensos desafios. Entre eles, a necessidade de consolidar a telemedicina como prática recorrente em consultórios e hospitais. Nesse cenário, a healthtech recifense T.I Saúde deslanchou, atuando em parceria com os setores de saúde pública e na rede privada. Além de viabilizar um ambiente de consultório virtual que supria as necessidades impostas pela pandemia, com agendamento, fila de espera e teleconsulta, a empresa também atua na digitalização de receitas e prontuários.

Em 2017, a startup contou com um investidor anjo do Porto Digital, o parque tecnológico de maior capilaridade na capital pernambucana. Em 2020, conseguiu aumentar a equipe em 100% e hoje atende mais de 7.000 profissionais da área de saúde, com mais de 5 milhões de pacientes ativos em seu sistema. “Nossa tecnologia surgiu com a necessidade de uma gestão eficiente de clínicas, automatizando processos que antes eram feitos manualmente, simplificando o dia a dia do trabalho desses profissionais”, afirmam os sócios no site da empresa.

Tallos (Maracanaú/CE)

 

Utilizando Inteligência Artificial e Análise de Emoções, a startup Tallos é uma startup de atendimento digital que oferece serviços omnichannel. Sua plataforma integra todos os canais de comunicação entre negócios e clientes em um só lugar, para que as empresas realizem um atendimento ao cliente 100% digital, humanizado e encantador. A Tallos atua nos 26 estados do Brasil, com mais de 7 milhões de atendimentos realizados desde o início da operação, que hoje conta com clientes como o Grupo Camed e o Banco do Nordeste.

A empresa surgiu em 2017 e hoje é parceira do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), um dos mais relevantes centros de pesquisa e inovação sem fins lucrativos do Nordeste. Além disso, a Tallos conquistou, em 2020, um lugar no hub Cubo Itaú, um dos mais importantes ecossistemas de inovação da América Latina.

Pagcerto (Aracaju/SE)


Diretamente do Caju Valley, hub de startups sergipanas, a Pagcerto é uma plataforma white label que recebe pagamentos, movimenta dinheiro e gera receita para empresas. Focada em integrar negócios à soluções de pagamento, a startup oferece desde cobranças recorrentes e split de pagamentos a links para pagar com cartão de crédito por meios digitais. Assim, as empresas podem oferecer mais formas de pagamento aos seus clientes, diminuindo as taxas de abandono dos carrinhos em e-commerces.

“Nosso foco são empresas que tenham ou estejam criando soluções para ERP, marketplace, e-commerce e aplicativos e desejem integrar às nossas APIs de pagamento para oferecer aos clientes serviços financeiros”, afirmou a Pagcerto, que é a primeira empresa sergipana a receber aporte do fundo de investimento em venture capital Criatec 2, criado pelo BNDES com o objetivo de alavancar empresas voltadas à inovação.

Dome Ventures (João Pessoa/PB)

 


A Dome Ventures surgiu com o desejo de desenvolver GovTechs, startups cujo propósito é gerar inovação para a gestão pública, unindo recursos públicos e soluções tecnológicas para movimentar a economia. Pensando neste nicho, a Dome, que é a primeira Corporate Venture Builder com foco em GovTechs no Brasil, oferece infraestrutura, know-how, acesso a canais de mercado, rede de mentores, modelagem de negócios, serviços contábeis e jurídicos, além de suporte nas áreas de marketing, vendas e produto para startups que desejam gerar um impacto social positivo.

“Somos um ecossistema de inovação que cria soluções, conecta empresas e compartilha conhecimento”, afirma a Venture Builder no seu site. Criada em setembro de 2021, a empresa recebeu um aporte de R$ 10 milhões em investimentos, que serão destinados ao desenvolvimento de mais de 30 startups do segmento GovTech. Além da sede em João Pessoa (PB), a Doma contará com filiais em Recife (PE), São José dos Campos (SP) e Brasília (DF).

Compra Ágil (Teresina/PI)

 


A partir das experiências do CEO Thiago Nunes, que trabalhou por dez anos como vendedor de materiais hospitalares, surgiu a piauiense Compra Ágil, plataforma que agiliza a compra de materiais e insumos para clínicas e hospitais. A ferramenta possui um banco de dados, que relaciona as instituições médicas e os fornecedores, permitindo que as cotações aconteçam de forma mais rápida e menos burocrática.

Solucionando a alta demanda por produtos hospitalares com um produto 100% digital, a startup já fez mais de 1.650 cotações entre 90 fornecedores e 120 compradores. O sucesso da plataforma veio graças ao impulsionamento do Sebrae, que aprovou a Compra Ágil no desafio Sebrae Like a Doctor, que buscava soluções de tecnologia voltadas para a saúde.

ImaginaKIDS (São Luís/MA)

 


Estimular crianças a escreverem mais pode ser desafiador no ambiente educacional, principalmente na era digital. Mas foi nesse cenário que a EdTech maranhense ImaginaKIDS viu a oportunidade de deslanchar. A plataforma da startup utiliza a tecnologia como ferramenta pedagógica, em que as crianças escrevem seus próprios livros infantis. A empresa oferece uma capacitação aos professores, que orientam os alunos a estimularem a imaginação por meio da contação de histórias no próprio app.

Depois, o material é salvo automaticamente, revisado e impresso pela ImaginaKIDS, que entrega os livros produzidos para as escolas realizarem uma noite de autógrafos com os escritores mirins. A startup, que já ajudou mais de 5.000 crianças a escreverem histórias, foi uma das selecionadas para a etapa final do Startup Invest Summit, ação do Sebrae com a Bossanova Investimentos que investirá R$ 15 milhões em até 50 startups brasileiras.

Doity (Maceió/AL)


Não importa o formato: se o assunto é evento, a Doity está pronta para viabilizar a melhor experiência. O nome da empresa vem da expressão em inglês "Do It Yourself", ou "Faça Você Mesmo". E isso não é por acaso: a startup alagoana  oferece a possibilidade de criar eventos em até 5 minutos, empoderando produtores e clientes/usuários com sua plataforma inovadora. Seja a ocasião online ou presencial, a Doity busca tornar sua organização mais fácil, otimizando cadastros, criando sites para os eventos e possibilitando diversas formas de pagamento na inscrição, bem como credenciamento digital e até emissão de certificados.

De simpósios e exposições a shows e feiras de entretenimento, a Doity já realizou mais de 100 mil eventos em mais de 1.500 cidades, acumulando mais de 7 milhões de inscrições na plataforma. A startup contou com um investidor anjo que hoje é sócio da Bossanova Investimentos, uma das maiores venture capitals da América Latina.

Investimento em inovação

Nas últimas décadas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem se empenhado para o fortalecimento do ecossistema de inovação e tecnologia no país. Nesse sentido, desenvolve iniciativas como a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), criada em 2008, a Plataforma Inovação para a Indústria, além da própria atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI), por meio de sua rede de institutos e centros de inovação e tecnologia.

Mais recentemente, foi estabelecida uma parceria com o SOSA – empresa global de inovação aberta –, com o objetivo de integrar a indústria e as startups brasileiras aos mais avançados ecossistemas de inovação tecnológica global (saiba mais sobre a parceria). CNI e SOSA entendem que as corporações estão cada vez mais olhando para fora e engajando as startups como um meio de inovar para sobreviver.

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