A indústria brasileira começou 2020 com a atividade mais aquecida do que no mesmo mês dos últimos quatro anos. A utilização da capacidade instalada alcançou 67% no mês em janeiro. “O percentual se iguala ao registrado em janeiro de 2015 e supera todos os outros observados no mesmo mês dos anos subsequentes (2016 a 2019).
Por outro lado, o percentual é inferior ao registrado em meses de janeiro de anos anteriores à recente crise, entre 2011 e 2014 (70% em média)”, informa a Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira (20), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os índices de evolução da produção e de emprego ficaram estáveis em relação a dezembro, ambos muito próximos dos 50 pontos. O indicador de produção ficou em 49,9 pontos em janeiro. “Usualmente, o índice fica abaixo da linha divisória em janeiro, ou seja, mostra queda da produção na comparação com dezembro do ano anterior”, analisa a pesquisa.
“Tomadas em conjunto, as informações da Sondagem Industrial de janeiro sugerem uma atividade melhor do que a registrada nos meses de janeiro dos últimos quatro anos. Adicionalmente, há a expectativa que a produção aumente nos próximos meses, uma vez que há a necessidade de recomposição dos estoques”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Nas grandes empresas, os dois indicadores ficaram acima dos 50 pontos. Considerando somente empresas de grande porte, o índice de produção ficou em 52,5 pontos e, o de emprego, em 51 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos mostram aumento da produção e do emprego.
O índice de evolução do nível de estoques da indústria em relação ao planejado ficou em 49,1 pontos em janeiro. Foi o terceiro mês consecutivo em que o indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os estoques estão inferiores ao planejado pelos empresários.
Expectativas e investimentos do setor industrial
Os empresários mantêm o otimismo. Todos os indicadores de expectativas continuam acima dos 50 pontos. Isso indica que os industriais esperam o aumento da demanda, das exportações, da compra de matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses.
A intenção de investimentos recuou 0,5 ponto em relação a janeiro e ficou em 58,7 pontos neste mês. Apesar da queda, que interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas, o índice permanece em patamar elevado. “Excetuando-se o valor de janeiro, o índice é o maior desde fevereiro de 2014, quando alcançou 59,5 pontos”, diz a pesquisa.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 12 de fevereiro com 1.915 empresas. Dessas, 763 são pequenas, 673 são médias e 479 são de grande porte.