A dívida pública brasileira não para de crescer. Conforme dados do Tesouro Nacional, aumentou 2% em relação a julho e atingiu R$ 4,074 trilhões em agosto deste ano. “O endividamento público é uma das principais razões do ambiente macroeconômico desfavorável para a competitividade”, alerta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A deterioração fiscal do país contribui para a perda de estabilidade macroeconômica, para a manutenção de juros elevados relativamente aos nossos competidores e para a menor capacidade de investimento do Estado”, diz a publicação mensal Competitividade em Foco, divulgada pela CNI nesta segunda-feira (30).
Conforme a publicação, o tamanho da dívida do governo brasileiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) está em 16º lugar no ranking que compara a dívida de 18 países de economias similares. Nesta lista, a dívida brasileira, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), alcançou 87,9% do PIB em 2018 e só é menor do que a do Canadá, onde atinge 90,6% do PIB, e da Espanha, que é de 97% do PIB. “O endividamento do Brasil é maior do que o observado em outros países latino-americanos e emergentes, como Chile (25,6%), Peru (26,8%), Turquia (29,1%) e Indonésia (29,2%)”, avalia a CNI.
Além disso, o custo da dívida pública é mais alto no Brasil do que nos demais países analisados. A despesa do Brasil com juros incidentes sobre a dívida equivale a 5,16% do PIB. O primeiro lugar do ranking é da Coreia do Sul, onde o custo da dívida é negativo em 0,80% do PIB. Embora tenha a dívida mais elevada, de 90,6% do PIB, o Canadá, que aparece em segundo lugar na lista da despesa com juros, tem o segundo menor custo (0,37% do PIB). No Chile, o custo da dívida também equivale a 0,37% do PIB.
“O equilíbrio macroeconômico é a base da previsibilidade e fundamental para a competitividade de um país, pois contribui para um ambiente de negócios seguro, previsível e propício ao investimento”, afirma o Competitividade em Foco. A publicação mensal, que é feita com base no estudo anual Competitividade Brasil 2018-2019, é uma contribuição da indústria para o debate sobre as condições do Brasil em competir com economias similares nos mercados interno e externo.
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