O Brasil é usado como modelo no uso de commodities para o desenvolvimento econômico pelo Common Fund for Commodities (em português, Fundo Comum de Produtos de Base). O órgão internacional, fundado em 1989, é ligado à Organização das Nações Unidas. "O Brasil conseguiu usar commodities para avançar sua economia", afirmou o diretor geral do CFC, Ali S. Mchumo.
A entidade lida com problemas econômicos relacionados a commodities e financia projetos nos 107 países membros – dos quais o Brasil é um dos líderes. Na próxima semana, representantes dessas nações estarão reunidos em Brasília para discutir como aproveitar o bom momento das commodities no mercado internacional para impulsionar a economia dos países em desenvolvimento. Mchumo e membros de outros órgãos ligados à ONU acreditam que a experiência brasileira é bom um exemplo disso.
"O Brasil é um caso espetacular de país que usa commodities para o desenvolvimento. E as commodities continuam sendo importantes, mesmo com investimentos em produtos sofisticados, como aviões", disse o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Luca Monge Rofarello.
Projetos
Entre os projetos financiados pelo CFC no país está o estudo sobre a praga conhecida como "vassoura de bruxa", que prejudica lavouras de cacau na Bahia. O projeto foi concluído em 2004 e serviu para desenvolver sementes resistentes à doença.
Ao comentar o desenvolvimento de biocombustíveis no país, Mchumo comentou que o produto pode ser utilizado para diversificar a produção em outros países. Segundo ele, o CFC ainda estuda a produção e tem um projeto em andamento no Peru, que será analisado no final do ano, em encontro que acontecerá na Malásia.
O tema será debatido também em Brasília a conferência Global Initiative on Commodities. O evento acontece de 7 a 11 de maio e reunirá comitivas de 70 países, integrantes de movimentos sociais, organizações públicas, associações, universidades e do setor privado.