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Brasil integra avaliação inédita da OCDE sobre educação infantil

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 01 de novembro de 2024

SESI entra como parceiro na iniciativa, viabilizando a realização completa do estudo no país em 2025. Serão avaliadas 250 escolas e cerca de 3 mil crianças de quase 100 municípios


O Serviço Social da Indústria (SESI) é o mais novo patrocinador do International Early Learning and Child Well-Being Study (IELS), estudo voltado à avaliação do desenvolvimento infantil no Brasil. A participação na pesquisa, que conta também com o apoio do Conselho Nacional do SESI, foi oficializada nesta quinta-feira (31), em Fortaleza (CE), em evento com o diretor superintendente do SESI, Rafael Lucchesi, e presidente do conselho da entidade, Fausto Augusto Junior.

Criado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o IELS é um instrumento de avaliação holística de dimensões como linguagem, raciocínio matemático, autorregulação e habilidades socioemocionais de crianças na pré-escola que inclui também a escuta de famílias e educadores. No Brasil, o estudo terá início em maio de 2025 e vai avaliar 250 escolas e cerca de 3 mil crianças de quase 100 municípios.


“O Brasil possui poucos estudos sobre a aprendizagem das crianças na pré-escola e a desigualdade educacional na educação infantil. O IELS é o primeiro estudo em larga escala direcionado para o desenvolvimento infantil e possibilitará ampliar a compreensão sobre a infância brasileira”, destaca o diretor superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.


Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, instituição que lidera a pesquisa no Brasil, aponta que o estudo será fundamental para que o país desenhe estratégias educacionais voltadas para a redução das desigualdades.

“A frequência à pré-escola influencia positivamente a trajetória escolar e está associada a melhores resultados nas etapas seguintes, além de ser um fator de proteção essencial para crianças em situação de vulnerabilidade social”, explica.  

O diretor de Educação e Competências da OCDE, Andreas Schleicher, ressalta que o aprendizado precoce cria o modelo para o aprendizado bem-sucedido ao longo da vida. “O estudo IELS da OCDE é fundamental para entender como as trajetórias futuras das crianças são moldadas nos primeiros anos, por meio do desenvolvimento de habilidades iniciais em alfabetização, cálculo, resolução de problemas e empatia. Temos o prazer de reconhecer o interesse do Brasil no IELS e seu compromisso com a melhoria da equidade e dos resultados para todas as crianças do país”, diz.

A mobilização do Sesi foi decisiva para garantir que a iniciativa fosse aplicada no Brasil até as etapas finais. A instituição se uniu ao B3 Social, Fundação Itaú Social, Fundação Lemann, Fundação Lia Maria Aguiar, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Instituto Beja, Instituto Tecendo Infâncias e Perfin Wealth Management para garantir os recursos necessários à realização do estudo. Além deles, Ticiana Rolim, empreendedora social e presidente da Somos Um, e Edson Queiroz, entraram como apoiadores da pesquisa. No total, a aplicação do IELS custará cerca de R$ 13 milhões.

Mobilização estratégica

A mobilização do Sesi foi decisiva para garantir que a iniciativa fosse aplicada no Brasil até as etapas finais. A instituição se uniu ao B3 Social, Fundação Itaú Social, Fundação Lemann, Fundação Lia Maria Aguiar, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Instituto Beja, Instituto Tecendo Infâncias e Perfin Wealth Management para garantir os recursos necessários à realização do estudo. Além deles, Ticiana Rolim, empreendedora social e presidente da Somos Um, e Edson Queiroz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz (GEQ), entraram como apoiadores da pesquisa. No total, a aplicação do IELS custará cerca de R$ 13 milhões.

A fase de pré-teste do estudo foi finalizada em maio de 2024. Nessa etapa, participaram 30 escolas públicas e privadas de três regiões brasileiras (Norte, Nordeste e Sudeste), com avaliação de cerca de 350 crianças.

Assim como na fase de pré-teste, o IELS será mensurado a partir da aplicação de questionário sobre o desenvolvimento das crianças para famílias e professores das redes de educação infantil pública, privada e conveniada. Já a interação com as crianças será feita a partir de brincadeiras e histórias com auxílio de um tablet e o acompanhamento presencial de um pesquisador. 

“Apoiar uma iniciativa como esta é uma oportunidade para fortalecermos o compromisso com a educação integral, essencial em cada fase escolar. Uma formação sólida desde a infância não apenas prepara nossas futuras gerações para os desafios sociais e econômicos do país, mas também contribui para uma sociedade mais justa e equitativa. Ao participar desse processo, avançamos na construção de um futuro com oportunidades para todas as crianças, um legado que beneficia o Brasil como um todo,” afirma o professor e sociólogo Fausto Augusto Junior, presidente do Conselho Nacional do SESI.

A pesquisa será coordenada pelos pesquisadores Mariane Koslinski e Tiago Bartholo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Diretor superintendente do SESI, Rafael Lucchesi, assina o documento que formaliza a parceria

Instrumento para reduzir desigualdades

Essa é a segunda onda da pesquisa e, além do Brasil, Holanda, Inglaterra, Azerbaijão, Emirados Árabes, China, Bélgica, Coreia do Sul e Malta participam dessa edição do IELS. A primeira onda foi realizada em 2018 e contou com a participação de três países: Inglaterra, Estônia e Estados Unidos.

Na época, os resultados mostraram que, aos 5 anos de idade, a diferença de desenvolvimento entre o grupo que vive em situação de pobreza e as demais crianças equivalia a doze meses de aprendizado a mais em aspectos cognitivos e emocionais, que incluem noções numéricas, linguagem, memória operacional, habilidades como autorregulação e flexibilidade mental.  

Esse dado do IELS, quando comparado ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) dos mesmos países, ajudou a OCDE a enxergar a trajetória dos efeitos cumulativos da desigualdade. Ao somar o número de jovens de 15 anos com proficiência muito aquém do esperado para sua idade chegaram ao percentual de 4,8% do total, valor extremamente próximo ao do grupo infantil com menor desenvolvimento.

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