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Brasil tem 10 novas indicações geográficas

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 01 de fevereiro de 2021

País chega a 75 produtos com origem protegida e 2020 bate recorde

Se há poucos motivos para celebrar 2020, um deles, certamente, é o fato de que o Brasil encerrou o ano com 10 novas indicações geográficas e chegou à marca de 75 IGs. O volume de concessões é o maior da série histórica. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria nas estatísticas oficiais mostra que o número de pedidos de análise também é recorde: foram 17 em 2020, contra 16 do ano anterior.

Para o gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emilio Gonçalves, os dados refletem o aumento da valorização da propriedade intelectual na proteção dos ativos brasileiros.

“O crescimento no interesse por indicações geográficas também mostra que produtores e empresários estão enxergando o valor da IG como um diferencial de mercado”, complementa.

Entre os destaques de 2020, está a primeira indicação geográfica concedida a um território indígena. O guaraná e o bastão de guaraná de Andirá-Marau, território espalhado entre o Amazonas e o Pará, agora passam a ser reconhecidos como uma indicação de procedência.

Rio Grande do Sul e MInas Gerais: terras do vinho e do café de origem

Outro destaque vai para a consolidação de Minas Gerais como a terra do café de origem no Brasil. Só em 2020, o estado conseguiu outras 3 indicações geográficas em café: Mantiquera de Minas, Campos das Vertentes e Matas de Minas. Hoje, o estado tem 5 das 9 IGs brasileiras para café.

O Rio Grande do Sul, por sua vez, ampliou o reconhecimento de seus terroirs para a produção de vinho com a adição da Campanha Gaúcha na lista de territórios registrados. Agora o estado tem 7 IGs para seus vinhos.  

Minas e Rio Grande do Sul são os estados com mais IGs reconhecidas, com 12 cada. Das 27 unidades da federação, apenas seis – Amapá, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Roraima – não têm produtos protegidos.

Quais são os tipos de indicação geográfica no Brasil?

As indicações geográficas se dividem entre denominações de origem (DO) e indicações de procedência (IP). A diferença entre as modalidades previstas na lei brasileira é que a denominação de origem atesta que as particularidades geográficas de um local, como clima, solo, altitude, têm influência direta no produto final. A indicação de procedência, por sua vez, reconhece a tradição de uma região na fabricação de um bem.

As 10 novas IG brasileiras são as seguintes:

  • Campos de Cima da Serra - Santa Catarina/Rio Grande do Sul (DO): queijo artesanal serrano
  • Campanha Gaúcha - Rio Grande do Sul - (IP): vinho tinto, branco, rosado e espumantes
  • Mantiqueira de Minas - Minas Gerais - (DO): café verde em grão e café industrializado em grão ou moído
  • Novo Remanso - Amazonas - (IP): abacaxi
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  • Caicó - Rio Grande do Norte - (IP): Bordado
  • Porto Ferreira - São Paulo - (IP): cerâmica artística
  • Terra Indígena Andirá-Marau - Amazonas/Pará - (DO): guaraná nativo e bastão de guaraná
  • Campos das Vertentes - Minas Gerais (IP): café verde, café industrializado em grão ou moído
  • Matas de Minas - Minas Gerais (IP): café em grãos cru, beneficiado, torrado e moído.
  • Antonina - Paraná (IP): bala de banana

O que são indicações geográficas?

Concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), as IGs são o reconhecimento da notoriedade de uma região na produção de um bem ou um serviço e ajudam a proteger esse conhecimento.

É isso que faz com que o Champagne seja bebida produzida exclusivamente pela região de Champagne, na França. O princípio é o mesmo para proteger o queijo Canastra, que só pode levar o nome se tiver sido feito segundo as regras de produção e dentro do território protegido na Serra da Canastra, em Minas Gerais. 

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