Compartilhar

CNI

CNI apresenta propostas para Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de dezembro de 2021

Em documento entregue ao governo nesta quinta-feira (16), setor industrial defende a valorização da bioeconomia, da economia circular e da biotecnologia


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a valorização da bioeconomia, da economia circular e da biotecnologia para promover a conservação e uso sustentável da biodiversidade. Essas são as principais propostas de documento lançado nesta quinta-feira (16) para subsidiar as negociações sobre o Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020, que devem ser concluídas na 15ª Conferência das Partes (COP-15) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), prevista para ocorrer de 25 de abril a 8 de maio, em Kunming, na China.


“O setor industrial entende que sua participação na construção e implementação do Marco Global é fundamental para o alcance das metas que objetivam enfrentar a perda de biodiversidade”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “Nesse sentido, a indústria também deve estar envolvida na elaboração e execução do plano nacional que internaliza as metas internacionais.”


Entre os pontos destacados no documento da CNI está o potencial da biotecnologia. Na visão da indústria, ainda que não se deva deixar de lado as medidas de prevenção e gerenciamento de riscos, é fundamental que o Marco Global reconheça o potencial transformador da biotecnologia e suas contribuições efetivas para a promoção dos objetivos da Convenção, como utilizar os recursos da biodiversidade de forma sustentável.

Já está pronta uma primeira versão de rascunho do Marco Global para a Biodiversidade e uma segunda versão deve ser fechada em negociação que está prevista para ocorrer em março, em Genebra, na Suíça. A expectativa da CNI é que o governo brasileiro contemple propostas do setor industrial no diálogo com os governos de 196 países que integram a CDB.

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA PARA O MARCO GLOBAL DA BIODIVERSIDADE PÓS - 2020

O que é o Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020?

O Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020 é a coluna vertebral da governança e da implementação dos objetivos da CDB. Trata-se de um plano com metas para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e para a repartição justa e equitativa de benefícios advindos da utilização dela. A estrutura atualmente proposta é composta por 21 metas para 2030 relacionados à visão de que a biodiversidade deve ser valorizada, conservada, restaurada e utilizada de forma inteligente até 2050.

A Agência de Notícias da Indústria preparou um conteúdo em que explica com mais detalhes esse acordo internacional e seu histórico. Confira aqui.

Especialistas debatem o assunto

Em live realizada pela CNI nesta quinta-feira (16), o advogado ambiental João Emmanuel Lima apresentou as propostas do documento da indústria entregue a representantes do governo e destacou que é preciso dar à agenda da biodiversidade a mesma atenção que a climática.

Segundo Carlos Rollemberg, chefe da Divisão de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores (MRE), é preciso cuidar para que o Marco Global da Biodiversidade Pós-2020 não repita falhas do acordo anterior, as chamadas Metas de Aichii.


“O Brasil está comprometido com o Marco Global e quer metas ambiciosas, mensuráveis e realistas”, afirmou.


André Guimarães, diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), disse que o desafio número um do país nessa agenda é o combate ao desmatamento. “O outro é o uso mais eficiente da terra. Hoje o Brasil tem menos de um animal por hectare e podemos quadruplicar a produção bovina por área”, complementou.

A gestão ambiental norteia as ações da Suzano, fabricante de papel e celulose, e o tema da biodiversidade é central na estratégia de negócios da empresa. Conforme a gerente de Sustentabilidade da empresa, Letícia Kawanami, a menuração e o reporte são instrumentos fundamentais para a implementação das iniciativas ambientais da Suzano. “Temos urgência em contribuir para o planeta. Nós precisamos da natureza”, declarou.

Outras Notícias