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CNI identifica potenciais barreiras que poderiam impactar US$ 46,2 bilhões em exportações brasileiras

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 19 de maio de 2021

Novas medidas ou tendências impõem desafios adicionais aos países

Com as mudanças na economia global ao longo dos últimos anos, as barreiras ao comércio internacional se sofisticaram e ganharam novos formatos, muitas vezes de difícil identificação. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou cinco novas categorias de medidas ou tendências que podem vir a se tornar obstáculos à circulação de bens em todo o mundo.

Essas novas categorias são relacionadas a padrões privados e iniciativas de mercado; sustentabilidade; mudanças climáticas; segurança do alimento; e barreiras reputacionais. Embora busquem objetivos legítimos, se aplicadas sem critérios e de modo desproporcional, essas medidas podem se transformar em entraves discriminatórios e permanentes à circulação de bens em todo o mundo, com impacto direto sobre as exportações brasileiras.

Acesse o estudo: Novas barreiras e tendências no comércio internacional

Entre os produtos brasileiros que podem vir a ser atingidos por essas barreiras estão o pão de queijo, passando pelas carnes bovina, suína e de frango, até os têxteis e produtos industriais intensivos em energia.

Cálculo da CNI mostra que, potencialmente, US$ 46,2 bilhões de exportações brasileiras poderiam ser afetadas, o que representa 22% de suas vendas ao exterior, se essas medidas caracterizarem obstáculos efetivos ao comércio internacional. O valor representa as exportações realizadas pelo Brasil nessas cinco categorias em 2020.

Hoje, entre as barreiras em outros países contra produtos brasileiros notificadas pelo setor privado ao governo federal e as que ainda estão em avaliação, há 36 que já se enquadram nessas cinco categorias. Essas barreiras atingem desde Entre as economias que as aplicam estão União Europeia, Estados Unidos e China.

Novas barreiras surgem de forma imprevisível e nem sempre violam regras internacionais

O superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI, João Emilio Gonçalves, afirma que, se antes essas barreiras consistiam, em sua maioria, em leis e regulamentos bem definidos, hoje elas surgem de forma imprevisível, muitas vezes por meio de medidas e práticas que não necessariamente violam regras internacionais.

Como consequência, o setor privado tem um elevado custo de adaptação a novas exigências ambientais, sociais e climáticas. Ele também enfrenta uma pressão do mercado financeiro e de investidores, por exemplo, em temas como governança corporativa, muitas vezes com a consequente exclusão de seus produtos do mercado.

“Muitas dessas novas medidas possuem o objetivo legítimo de proteção ao meio ambiente e aos consumidores. Porém, do ponto de vista do comércio, há a preocupação de que elas se tornem obstáculos desproporcionais, discriminatórios e permanentes”, diz.

Diante desse cenário, a CNI defende uma ação coordenada e tempestiva entre governo e setor privado para a promoção de melhorias na política comercial brasileira e uma atuação proativa na superação de barreiras que impedem o acesso de produtos brasileiros a mercados no exterior.

Um dos mecanismos para o enfrentamento dessas medidas é a Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras (CFB), lançada pela CNI em agosto de 2018. Ela reúne cerca de 80 representantes do setor industrial com o objetivo de promover melhorias na política comercial brasileira.

Conheça as novas categorias de barreiras comerciais

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