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CNI promove debate sobre prioridades do setor empresarial no âmbito do B20

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 18 de outubro de 2022

Em diálogo realizado na última semana, foram discutidas recomendações que serão levadas aos governos das 19 maiores economias do mundo e da UE. Prioridades são ações para a recuperação econômica


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Business 20 (B20) promoveram, na última quinta-feira (13), o Diálogo Global B20-Indonésia – encontro virtual com representantes do setor privado brasileiro para discutir previamente as recomendações que serão levadas aos chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia no B20, em novembro deste ano. O grupo é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e tem a tarefa de recomendar políticas que estimulem o crescimento e o desenvolvimento econômico. Desde 2010, o setor privado brasileiro é representado no B20 pela CNI.

O diálogo virtual realizado com representantes do B20 e da sociedade empresarial brasileira foi uma etapa anterior à reunião oficial do B20, que neste ano será realizada na Indonésia, nos dias 13 e 14 de novembro. Foram apresentadas as prioridades e as recomendações elaboradas pelas forças-tarefas do grupo para as áreas de comércio e investimento; digitalização; energia, sustentabilidade e clima; finanças e infraestrutura; futuro do trabalho e educação; ação das mulheres nos negócios; e integridade e conformidade. As propostas serão insumos para as discussões da cúpula dos líderes de governo e chefes de Estado do G20, que acontece na mesma semana que o B20.

Representantes do setor produtivo destacaram relevância do B20 para recuperação econômica

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou a importância do B20 e reforçou que a instituição continuará representando o setor produtivo no grupo, ampliando a participação de empresários brasileiros no próximo ano, na edição que será presidida pela Índia, e pavimentando o caminho para um engajamento mais expressivo em 2024, quando o Brasil assumirá a liderança do B20 e do G20.


“O B20 é uma organização estratégica para o debate de ideias, para a construção de consensos e para a definição de prioridades em questões econômicas de alcance internacional. O engajamento em fóruns como ele e o G20 é essencial para o Brasil melhorar o ambiente de negócios, ampliar a integração ao mercado global e voltar a crescer de forma sustentada” disse o presidente da CNI. “E com satisfação constato que temos, pela primeira vez, quatro brasileiros ocupando posições de liderança nas forças-tarefas do B20, o que amplia a representatividade do Brasil e favorece a defesa de pautas importantes para a nossa indústria nas discussões internacionais”, concluiu.


Entre as recomendações feitas neste ano, Robson Andrade destacou algumas propostas fortemente alinhadas com as prioridades da indústria brasileira:

  • Promover a governança multilateral do comércio e dos investimentos globais no pós-pandemia, o que requer, inclusive, a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Aprimorar a cooperação global para acelerar a transição energética, a partir da substituição dos combustíveis fósseis e de outras fontes com alta emissão de fases de efeito estufa, por alternativas mais limpas;
  • Aumentar, progressivamente, a previsibilidade e a facilidade dos fluxos de financiamento para os países em desenvolvimento;
  • Estimular a gestão sustentável dos negócios, apoiando as iniciativas ambientalmente corretas, socialmente justas e a adoção de sistemas de governança eficientes e inclusivos; e
  • Garantir o acesso universal à internet para que todos possam participar da economia digital e usufruir dos serviços governamentais.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Indonésia (Kadin), Arsjad Rasjid, falou sobre singularidades compartilhadas entre os países e afirmou que por serem duas forças econômicas podem fazer ainda mais. “Temos planos de ser a quarta maior economia do mundo e convidamos empresas brasileiras e o setor a apoiarem para deixar um legado, oferecendo oportunidades de investimento especialmente nos setores estratégicos alinhados com o B20. Espero que possamos criar recomendações políticas para nos recuperarmos juntos e mais fortes”, afirmou Rasjid.

Além dos presidentes e de representantes do setor empresarial do Brasil, participaram do diálogo virtual a chair do B20 Indonésia, Shinta Kamdani, o representante do Brasil no G20, o embaixador Sarquis José Buanain Sarquis; o co-chair da força-tarefa de Comércio e Investimento, Jackson Schneider; o representante do co-chair da força-tarefa de Digitalização, Renato Gasparetto; a representante do co-chair da força-tarefa de Energia, Clima e Sustentabilidade, Paula Kovarsky; e o co-chair da Força-tarefa de Integridade e Compliance, Reynaldo Goto. A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, realizou a moderação da reunião.

Como funciona o B20?

O G20 conta com grupos de engajamento não governamentais que têm a missão de reunir recomendações em diferentes áreas. Nesse sentido, o B20 é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e funciona como suporte na formulação de políticas públicas das principais economias do mundo na área de negócios.

O B20 se organiza em forças-tarefas, em temáticas como comércio e investimento; digitalização; energia, sustentabilidade e clima; finanças e infraestrutura; futuro do trabalho e educação; integridade e conformidade; e ação das mulheres nos negócios.

Além do B20, existem grupos de engajamento como o Women20 (W20), que aborda questões de gênero; o Labour20 (L20), de trabalho; e o Youth20 (Y20), de juventude. Eles são formados todos os anos e trabalham para entregar as propostas com determinada antecedência da última cúpula do G20. Assim, há tempo suficiente para analisar o material e subsidiar os líderes globais.

Entenda o G20

O Grupo dos 20 (G20) é formado por ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e tem presidência anual e rotativa. Os membros permanentes do grupo são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e o bloco da União Europeia.

O objetivo do grupo é aproximar países com economias desenvolvidas ou em processo de desenvolvimento para alinhar soluções que estabilizem o mercado financeiro global, além de incentivar negociações econômicas e criar estratégias para promover o desenvolvimento econômico sustentável.

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