Com o início da retomada da atividade econômica, a confiança do consumidor brasileiro registrou uma leve melhora neste último trimestre de 2020, mas permanece baixa. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), subiu de 42,8 pontos em setembro para 43,8 pontos em dezembro.
Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do consumidor. Quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminada é a falta de confiança. O indicador de dezembro, além de estar abaixo da linha divisória dos 50 pontos, é inferior ao registrado em dezembro de 2019, quando ficou em 47,3 pontos. Ele também segue abaixo de sua média histórica, de 46 pontos. Os dados são da pesquisa da CNI divulgada nesta sexta-feira (18).
Desemprego e inflação continuarão em alta em 2021, avaliam consumidores
De acordo com a pesquisa, apesar da retomada da economia, os brasileiros avaliam que o desemprego e a inflação continuarão em alta em 2021. O índice de expectativa do desemprego avançou 1,5 ponto frente a setembro, para 66,6 pontos, e o de inflação, 0,4 ponto, para 71,9 pontos.
"Ambos os índices seguem muito acima do que era observado em dezembro de 2019, marcando a deterioração das expectativas dos consumidores para essas variáveis econômicas no ano de 2020", diz a pesquisa.
Os consumidores, no entanto, têm uma expectativa de alta tanto em relação à própria renda quanto à compra de bens de maior valor. Em dezembro, na comparação com setembro, o índice de expectativa em relação à própria renda subiu 3,1 pontos, para 47,5 pontos. O de expectativa de compra de bens de maior valor aumentou 1,4 ponto, para 55,8 pontos.
Em dezembro frente a setembro, a percepção dos consumidores em relação à própria situação financeira avançou 2,5 pontos, para 47,9 pontos, e o de endividamento caiu 1 ponto, para 49,8 pontos.
Brasileiros com faixa de renda média estão mais confiantes
A pesquisa revela que os brasileiros com faixa de renda média (entre um e cinco salários mínimos) estão mais confiantes. Para pessoas de faixa de renda elevada e menos elevada (mais de cinco salários mínimos ou menos de um salário mínimo), o INEC ficou estável.
"Cabe também ressaltar que as pessoas cuja renda familiar é maior que cinco salários mínimos foram as que tiveram a pior deterioração no índice de expectativa do consumidor em relação a dezembro de 2019”, diz o documento.
Entre as regiões, o Norte, o Centro-Oeste e o Nordeste registraram um avanço maior do INEC. O Sudeste e, em menor medida, o Sul seguem mais distantes do nível de confiança pré-crise.
Em relação à escolaridade, pessoas com ensino superior completo estão mais confiantes, com índice de 44,2 pontos. As com ensino médio e fundamental da 5ª à 8ª série apresentam índice igual, de 43,6 pontos. Pessoas com formação até a 4ª série do ensino fundamental apresentam o menor indicador, de 44 pontos.