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CNI

Demanda fraca, carga tributária e juros altos: os principais problemas da indústria no 2º trimestre

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 18 de julho de 2023

Sondagem Industrial da CNI mostra piora no desempenho da indústria em junho de 2023. Mas todos os índices de expectativas subiram em julho


Os empresários industriais consideraram que a demanda interna insuficiente, a elevada carga tributária e as taxas de juros elevadas foram os principais problemas enfrentados no 2º trimestre deste ano. De acordo com a Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demanda interna insuficiente e as taxas de juros elevadas receberam mais assinalações do que no 1º trimestre. Foram ouvidos 1.599 empresários entre 1º e 11 de julho.

Sondagem Industrial - Junho 2023.pdf (868,9 KB)

De acordo com a economista Paula Verlangeiro, esses problemas explicam o fato de a indústria ter tido um desempenho pior em junho de 2023, na comparação com o mês anterior. Em junho, o emprego industrial caiu pelo nono mês consecutivo e a produção recuou 5,3 pontos. Ao sair de 51,6 pontos em maio para 46,3 pontos em junho, a produção cruzou a linha, que separa a queda da alta na produção. O índice varia de 0 a 100 pontos, com uma linha de corte em 50 pontos. Valores abaixo deste ponto representam queda.


“A queda do emprego foi mais branda e menos disseminada para o mês do que nos anos anteriores. No caso da produção, foi diferente. O recuo foi mais intenso do que o esperado para o mês de junho. A queda desses indicadores vem em linha com a perda do ritmo de crescimento devido à política monetária”, explica Paula Verlangeiro.


Além disso, o percentual de empresários que reclamam da falta ou do alto custo da mão-de-obra qualificada e da competição desleal aumentou. No primeiro caso passou de 13,9% para 15,6% e no segundo de 14,8% para 15,5% entre o 1º e o 2º trimestre deste ano.

Preço das matérias-primas em queda

O indicador de evolução do preço de matérias-primas sofreu uma queda expressiva de 6,4 pontos, passando para 49,5 pontos. Essa é a primeira vez que esse indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos na série histórica, o que indica preços de matérias-primas em queda.

Esse resultado ocorre após sucessivos recuos do indicador, que vinham ocorrendo gradualmente desde o primeiro trimestre de 2022. O índice mostra, portanto, que a questão das matérias-primas deixou de ser crítica.

Utilização da capacidade instalada ficou estável em junho

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou estável na passagem de maio para junho, mantendo-se em 69%. Avaliando a UCI nos últimos anos para o mês de junho, em 2021, o percentual foi de 71% e, em 2022, foi de 70%.  É o menor percentual para o mês nos últimos três anos.

Estoques encontram-se acima do planejado em junho

O índice de evolução do nível de estoques manteve-se em 51,3 pontos na passagem de maio para junho. O resultado acima da linha divisória de 50 pontos indica crescimento dos estoques frente ao mês anterior. Desde fevereiro, o índice encontra-se acima dos 50 pontos, mostrando acúmulo de estoques.

O índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou 1,3 ponto, registrando 52,6 pontos em junho. Com a alta, o índice se afastou da linha divisória de 50 pontos, o significa que o excesso de estoques se ampliou na passagem de maio para junho

Expectativas encontram-se elevadas em julho

Em julho de 2023, todos os índices de expectativas subiram e ficaram acima dos 50 pontos, o que sinaliza maior otimismo dos empresários para os próximos seis meses. O índice de expectativa de demanda registrou 55,6 pontos, o que representa aumento de 1 ponto frente a junho. O índice de expectativa de quantidade exportada apresentou aumento de 1,4 ponto, registrando 52,2 pontos.

O índice de expectativa de compras de matérias-primas foi de 53,5 pontos, resultado 0,8 ponto maior do que o do mês anterior. Já o índice de expectativa de número de empregados foi de 51,1 pontos, 0,4 ponto acima do mapeado em junho.

Estabilidade da intenção de investimento do empresário industrial

O índice de intenção de investimento apresentou estabilidade na passagem de junho para julho, com aumento de 0,1 ponto, para 54,1 pontos. O índice segue relativamente estável desde o fim de 2022, acima da média histórica de 51,5 pontos.

>> Confira o depoimento completo da economista da CNI, Paula Verlangeiro. 

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