Para aumentar a segurança energética, é urgente aprovar leis que modernizem o setor elétrico. A afirmação é de Marcelo Thomé, presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reunião nesta segunda-feira (28). Entre as propostas defendidas pelo setor industrial, está a criação de um mercado livre de energia no país.
Outro desafio é dar resolução mais ágil às demandas ambientais e de comunidades indígenas em relação à instalação de novas usinas hidrelétricas. “Quando se analisa os impactos é importante considerar as emissões de CO² por termos de usar térmicas em vez de hidrelétricas”, destacou Thomé.
A opinião é compartilhada pelo presidente do Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (FMASE), Marcelo Moraes. Segundo ele, é motivo de orgulho o Brasil ter a matriz elétrica mais limpa do mundo. “Está a anos-luz à frente das matrizes de outros países e da média mundial de energias renováveis”, ressaltou.
Domingos Andreatta, secretário adjunto de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), afirma que a atual crise energética não se compara às de 2001 e 2014 porque hoje o Brasil é menos dependente das usinas hidrelétricas. Ele destacou que houve crescimento de outras fontes renováveis, com destaque para a eólica. “Para 2030, deve haver um incremento de 27% na matriz energética do país e a participação das usinas hidrelétricas deve cair dos atuais 61% para 49%”, anunciou Andreatta.
De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, o que permite o país passar por essa crise energética com mais tranquilidade é a tendência de diversificação da matriz elétrica brasileira e o maior intercâmbio energético entre as regiões, com maior capilaridade do sistema de transmissão. “Isso se deve ao trabalho de dados e informações de qualidade que rebatem no planejamento de expansão da matriz elétrica”, afirma Barral.
Em relação à crise hídrica, Patrick Thomas, superintendente de Regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), disse que pode haver impacto sobre os usos outorgados e atividades de turismo e lazer. Ele anunciou que poderão ser instaladas bombas flutuantes, além de reservatórios redundantes, para garantir o abastecimento hídrico e medidas como o aumento da geração hidrelétrica na Bacia do Rio São Francisco.
Instituto Amazônia+21 vai apoiar o financiamento de inovações sustentáveis na Amazônia Legal
O presidente do Coemas, Marcelo Thomé, apresentou a proposta do Instituto Amazônia+21, que será inaugurado em breve pelas Confederações Nacionais da Indústria (CNI), do Comércio (CNC) e da Agricultura (CNA) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O intuito é assessorar projetos inovadores desenvolvidos por empreendimentos na região da Amazônia Legal, conectando-os com parceiros privados para financiamento.