
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que nada justifica o Brasil ter uma taxa de juros superior a 10% ao ano, como tem hoje. Segundo ele, a atual política monetária do país inviabiliza qualquer continuidade de uma atividade produtiva com competitividade, principalmente se olharmos para o mercado internacional.
As declarações foram feitas em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Indústria.
“Entendemos a política monetária usar a ferramenta de juros como instrumento de combate à uma política fiscal expansionista, mas o tamanho desse remédio não tem justificativa”, argumentou.
Durante a entrevista, o presidente da CNI sinalizou ainda que 2026, ano eleitoral, será de “muito populismo” e pouca racionalidade. Para Alban, os governos deveriam pautar suas ações levando em consideração os erros do passado, mas isso está faltando ao Brasil. O presidente citou problemas que precisam ser enfrentados com seriedade a partir de 2027, como a dívida pública e a questão fiscal.
“O amanhã depende do que fazemos hoje. O hoje deveria ser feito com a experiência do passado. E tudo isso deveria funcionar de uma forma racional. Nós temos muita experiência do passado de coisas que viram que não fazem sentido e estamos com consequência hoje”, desabafa Alban.
Como faz todos os anos, a CNI vai entregar aos presidenciáveis, no ano que vem, um documento com as propostas do setor produtivo para o país avançar.
Ricardo Alban também fez um balanço do ano para a indústria e elegeu a criação da Sustainable Business COP30 (SB COP) como o ponto mais positivo de 2025. A aliança global, idealizada pela CNI, tem o intuito de mobilizar o setor produtivo para garantir uma participação estruturada, com propostas e compromissos próprios nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas, especialmente na COP30.
Confira a entrevista completa concedida à Gerente de Conteúdos Multimídia da CNI, Letícia Luvison.