A tendência mundial de valorização dos índices ESG, que monitoram a performance das empresas nos aspectos ambiental, social e de governança, também cresce no mercado brasileiro. No entanto, de forma ainda bem abaixo de outros mercados, como União Europeia e dos Estados Unidos.
Durante reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta segunda-feira (22), a líder de ESG do Itaú, Luiza Vasconcellos, apontou que os títulos verdes, conhecidos como green bonds, somam um volume pouco relevante no mercado interno, de apenas US$ 200 mil.
Apesar disso, as empresas estão cada vez mais preocupadas com os ativos ambientais, sociais e de governança. “As indústrias estão conscientes do seu ambiente e começam a pensar com mais carinho em projetos verdes ou sociais”, destacou Luiza.
“A expectativa é que esse movimento cresça bastante e gere efeito positivo no mercado, tanto nos emissores de títulos verdes quanto nos consumidores”.
Empresas buscam certificar os índices ESG
Outro movimento que aumenta é de empresas que buscam se certificar em relação aos critérios ESG – Environmental, Social and Governance (em português, Ambiental, Social e de Governança) como estratégia de sustentabilidade e reforçar uma boa reputação diante dos diversos públicos.
O Sistema B, organização que trabalha com auditoria e verificação de atendimento a critérios ESG em diversos países, já conta com mais de 200 empresas certificadas que juntas somam US$ 15 bilhões em receitas.
“Ser uma empresa B não é uma posição, mas uma direção, sinalizando líderes que pensam no futuro, em uma nova economia”, esclareceu a diretora executiva do Sistema B no Brasil, Francine Lemos.
Na visão do presidente do Coemas, Marcelo Thomé, para o avanço da agenda ESG no Brasil, há dois desafios principais: mudança cultural dos empresários e capacitar, em especial as pequenas e médias empresas, para atender às novas demandas. “Precisamos mudar o atual modelo mental para atingirmos novos mercados”, afirmou.