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Encontro debate caminhos para melhorar sistema de saúde suplementar

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 02 de setembro de 2019

Inscrições abertas para Seminário Internacional de Saúde Suplementar

Como melhorar a qualidade da assistência em saúde no Brasil e, ao mesmo tempo, reduzir custos tanto para os beneficiários, como para as empresas contratantes de planos de saúde e para os prestadores de serviço? A resposta a essa questão pode ser encontrada no II Seminário Internacional SESI de Saúde Suplementar, no dia 24 de setembro, no World Trade Center, em São Paulo. A inscrição gratuita para o evento pode ser feita aqui.

O evento, promovido pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pretende analisar tendências da área por meio de experiências internacionais bem-sucedidas como o Employer Initiated Improvement, o Leadership & Organizing for Change, o Plano de Inovação em Saúde de Porto Rico e o Sana - plataforma de telessaúde móvel de código aberto com dados de saúde do paciente.

Os custos com plano de saúde são o segundo maior das indústrias, ficando atrás apenas da folha de pagamento. Além disso, o setor industrial responde pelo financiamento de quase 22% dos planos de saúde no Brasil.

SUSTENTABILIDADE - De acordo com o gerente-executivo de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, Emmanuel Lacerda, a sustentabilidade da saúde suplementar depende do aprimoramento do sistema. “Mas, para isso, é necessário integrar dados e informações, além de aproximar todos os agentes envolvidos”, destaca.

Por isso, o SESI e a CNI protagonizam os debates sobre o tema. Há dois anos, as duas instituições coordenam o Grupo de Trabalho em Saúde Suplementar (GTSS), que conta com a participação de 70 empresas.

“A digitalização das informações é essencial. A rede de assistência à saúde pode produzir e fornecer dados para melhorar a gestão do sistema para uma utilização mais adequada e com serviços melhores, sem necessariamente elevar custos. É preciso dar mais transparência para aumentar a confiança entre as partes interessadas, mantendo o respeito ao paciente e a confidencialidade das informações dos indivíduos”, diz Lacerda.

DESPERDÍCIO - O que mais onera os custos com a saúde suplementar, atualmente, é o desperdício, aponta o pesquisador associado ao Centro de Administração em Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ogata. “Há um uso excessivo do sistema de saúde, com repetição de exames, procedimentos mal indicados, diferença de preços de dispositivos e equipamentos no mercado, então reduzir o desperdício terá um impacto muito importante”, destaca o especialista.

Cuidados com a saúde e prevenção têm papel cada vez maior na busca por redução de custos. “Realizar ações que mantenham a saúde das pessoas custa muito menos do que fazer tratamentos caros com quem já está doente. Ou seja, cuidar da população como um todo traz resultados na conta final e, nesse aspecto, a indústria tem uma tradição de realizar esse tipo de cuidado. Então seria trazer essa experiência para o sistema de saúde suplementar”, explica Ogata.

Para ele, o primeiro passo é conhecer e avaliar a condição de saúde de cada trabalhador e, a partir daí, realizar um acompanhamento para manter a saúde adequada. Isso pode ser feito dentro da empresa, com programas de atenção primária, médico de família em centros de medicina de atenção primária ou, ainda, com uso de tecnologia, com a telemedicina. “A gente tem que ir além das campanhas. Elas têm um efeito muito limitado”, afirma Alberto Ogata.

GESTÃO DA INFORMAÇÃO - A gestão da informação também é primordial para alcançar bons resultados no sistema de saúde. “O cidadão, seja o contratante, a empresa, precisa ter acesso às informações. A pessoa tem que ter um sistema pessoal de informação, tipo um prontuário para saber sobre seus exames, quando fez, para que não fique fazendo exames repetidos e desnecessários. Da mesma maneira, a empresa contratante precisa ter um painel de dados para saber quais são os prestadores que cobram preços muito acima do valor de mercado. Então o primeiro passo é ter acesso à informação para, assim, tomar medidas gerenciais. Isso não é fácil, mas traz resultados curto prazo”, afirma o pesquisador da FGV.

Emmanuel Lacerda complementa: “é importante ainda que os dados disponíveis sejam “transportáveis” de forma ágil para diferentes tipos de plataformas. Isso possibilita uma gestão voltada para a prevenção de doenças”, destaca o gerente-executivo do SESI.

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