Pincéis, desenhos, texturas e muita criatividade. A receita perfeita para ser um designer de estampas. Em meio a várias possibilidades, a estamparia transforma roupas, móveis, cerâmica, papelaria e muito mais.
Mas, o que é um designer de estampas? É o profissional que atua na criação de imagens, padrões e ilustrações que mais tarde serão aplicadas em várias superfícies. Para trabalhar na área, é preciso conhecer tanto a parte técnica e quanto a parte de criação.
A artista plástica e designer de estampas Mila Prety, 39 anos, é referência no ramo da estamparia nacional. Na jornada, trabalhar com estúdios e grandes marcas, como Farm e Richards, fez com que desenvolvesse uma tríade para criar um bom material. “É preciso dominar três pontos: elemento, cor e composição.”
O setor é promissor para o mercado nacional, estimulado por novas tecnologias. A designer explica que alguns anos atrás a estamparia nacional ainda era muito “baby”, mas as novas marcas brasileiras têm se inserido de forma mais precisa no mercado.
“É um mercado de expansão. Com a popularização da estamparia digital, ocorreu um boom desse mercado. A estamparia digital torna acessível a produção de uma estampa que, antigamente, tinha um custo alto e demandava uma produção muito grande. Por isso, hoje, pequenas empresas conseguem entrar em um setor promissor, que tem demanda”, explica a designer.
Apesar da versatilidade da atuação dos designers, Mila acredita que a área ainda sofre com a falta de profissionais e cursos de especialização. No Brasil, designer de estamparia não é uma profissão regulamentada. Por isso, pessoas com diversas formações podem atuar no segmento, desde moda, publicidade, artistas e arquitetos. É um mundo com diferentes visões e formas de aprendizado.
Até hoje, o SENAI Cetiqt é a única instituição que oferece pós-graduação em estamparia do Brasil. Com uma nova grade 100% on-line e a participação de grandes nomes do mercado, a pós se tornou referência nacional e recebeu nota 5 do Ministério da Educação (MEC).
O significado por trás de uma estampa
Mila Prety explica que dentro do processo de criação de uma estampa, de forma estereotipada, há dois caminhos diferentes. O primeiro é o processo feito por um designer, que pensa em projeto, forma e função. O segundo é o do artista, que é mais orgânico, solto e experimental.
“Os dois tipos podem estar presentes na estamparia. Para mim, o processo do artista e experimental é mais meu estilo, apesar do processo ser um pouco mais demorado”, conta.
A palavra-chave na concepção de uma estampa é rapport, termo queridinho entre os designers, que significa o encaixe perfeito das repetições e das imagens. Além disso, a estampa pode expressar muito mais do que uma imagem, mas ser uma forma de comunicação.
Aos 27 anos, Alessandra Souza já trabalha com desenho de estampas. Hoje aluna da pós do Cetiqt, ela acredita que a profissão exige muito emocional e intuição. “É preciso sentir o que combina com aquela peça, o que vai harmonizar e como vai ser usado. Quem vai usar e como vai ser usado. Não é apenas desenhar”, explica.
No mercado profissional, Mila explica que o crescimento da estamparia nacional está muito ligado à relação afetiva dos consumidores com as marcas locais. Para ela, o processo de criação tem de estar ligado à essência de quem pensou nos traços.
No caso da estudante Camila Cadorna, 23 anos, a criação parte da sua vida pessoal. As paisagens do Rio de Janeiro, desenhadas por ela a mão, evocam muito mais que beleza, mas uma história.
Além dos traços do criador, a estampa pode estar ligada a uma emoção ou lembrança. É assim com a estudante Sofia Lima, 26 anos, arquiteta de formação. “Estampa representa felicidade, confiança, afeto e movimento. Além de lembrar minha avó, que sempre usa estampas mais coloridas e vibrantes”, relembra.
Profissionais de estamparia: infinitas oportunidades
Na pós-graduação do SENAI, os estudantes podem criar uma agenda de networking e focar seus projetos para alavancar suas carreiras profissionais. Sofia Lima diz que o SENAI abriu a porta para um novo olhar da estamparia.
“Desde que comecei a pós, consegui entender mais das técnicas e ter acesso a informações sobre a indústria da moda. Temos, também, o contato direto com profissionais que já atuam no mercado, o que me ajudou na inserção profissional”, diz Sofia Lima.
Para Jean Viveiros, 25 anos, designer gráfico, apesar de ainda não atuar profissionalmente na área, tem recebido bastante destaque por suas criações. Em 2020, a estampa do designer foi selecionada para um desfile no Fashion Week SP. O estudante explica que há uma oportunidade comercial favorável para quem quiser investir.
Mão na massa na produção
Algodão, fio, tecido, tintura, confecção, vestuário, compra e venda. A cadeia produtiva têxtil é grande e, até chegar no processo final, ela passa por muitas mãos e etapas. Com a estamparia não seria diferente, até chegar ao consumidor, a estampa é pensada, estruturada, desenhada, impressa e, finalmente, entregue ao cliente.
Mas, a estampa vai muito além de uma simples impressão em uma peça de roupa ou objeto. Uma estampa pode trazer sentimentos, significados, histórias, que vão além da estética. Para este processo, a serigrafia é um dos melhores processos de impressão para focar em detalhes, cores e fazer com que a ideia do designer saia do papel e chegue ao tecido.
Ao pensar nisso, Giovani Mariz fundou a Plano B, empresa especializada em serigrafia em camisetas. O empresário e publicitário explica que o cuidado e carinho com a impressão tem que ser na mesma intensidade do criador daquela estampa.
A pandemia de Covid-19 transformou diferentes mercados e dentro da serigrafia de Giovani não foi diferente. A segunda onda foi sentida, de forma mais intensa, pela Plano B e foi o divisor de águas para se aventurar em novas formas de utilizar a impressão de estampas.
“A gente se viu dentro de uma situação muito difícil. Eu senti demais o lockdown e foi o momento que tivemos que olhar para a empresa como algo mais abrangente. Então, começamos a investir em quadros decorativos feitos pelo processo de serigrafia, foi algo que nunca fizemos e está dando certo”, explica Giovani. Os quadros são personalizados, com detalhes e frases feitas apenas com tinta e serigrafia. O processo utilizado é o relevo e traz essa impressão de ter sido colado por cima do tecido.
SENAI Cetiqt: onde começa o desenho da carreira em estamparia
A pergunta que não quer calar: como se tornar um profissional de estampas? Há várias formas de entrar dentro do mercado de estamparia, além de poder ser desenvolvido por diversos segmentos e profissionais. Uma das maneiras de começar a desenhar seu caminho, dentro do meio, é por meio da única pós-graduação em Estamparia do Brasil, oferecida pelo SENAI Cetiqt.
O curso de Pós-Graduação latu sensu em Inovação e Tecnologia em Design de Estampas tem duração de 360h. As aulas foram adaptadas para atender os novos desafios e mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus. O curso era semipresencial e, desde 2020, passou a ter o conteúdo 100% on-line. Por isso, a pós está disponível para estudantes de todo o país. O público-alvo são profissionais ou formandos em Design, Têxtil, Artes Visuais, Arquitetura, Moda e Design Gráfico que querem se especializar em estamparia industrial, com práticas sustentáveis e foco na inovação e tecnologia.
O diferencial do programa é o contato que os estudantes têm com grandes marcas do mercado de estampas, como a Farm, e profissionais renomados. A Tatiana Rissin, por exemplo, é design de estampas e atuou por 15 anos na Lenny Niemeyer, ela participa da pós como mentora e avaliadora do trabalho dos alunos do curso.
“Conheci o SENAI Cetiqt quando eles foram fazer uma matéria na Leni para o canal futura, foi quando tive meu primeiro contato com os alunos do curso de moda. Eu também sempre tive assistentes do SENAI e, por isso, acredito que o pessoal de lá tem uma visão real da moda, além de saberem como funciona a parte técnica, o desenvolvimento e a força braçal do trabalho. Estou há 2 anos participando das bancas de TCC da pós-graduação em Estampas e acredito que o curso, mesmo a distância, oferece todo apoio e meios para os alunos desenvolverem seus potenciais”, explica a designer.
Tatiana completa que o SENAI Cetqit traz uma experiência muito prática para os alunos, oferecendo oportunidade para aprender a técnica e se tornarem profissionais preparados para o mercado. A pós, em sua visão, é um ótimo meio dos alunos se especializarem e conseguirem abrir novas portas para o mercado nacional e internacional dentro da estamparia.
A turma de 2021 foi aberta no início do mês de maio e abre novas turmas semestralmente. No site do SENAI Cetiqt, você encontra como se inscrever nesta e outras pós-graduações dentro do segmento de moda e produção têxtil.