A cada ano que passa, o Grand Prix (GP) SENAI de Inovação se consolida como a maior corrida de criatividade e empreendedorismo do país para estudantes. Nesta edição, a iniciativa recebeu inscrições de 1.889 equipes, formadas por 8,8 mil alunos de 868 instituições de ensino, entre escolas e faculdades públicas, privadas e do próprio Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Durante o GP, que começou na segunda (6) e vai até sexta-feira (10), os participantes recebem desafios reais e, com o apoio de mais de 400 mentores, eles têm 72 horas para apresentar as soluções, incluindo um Business Model Canvas, o pitch e o protótipo sujo.
“É uma oportunidade de os estudantes se aproximarem de grandes empresas, conhecerem mais sobre a área em que desejam atuar, desenvolverem ideias inovadoras de negócio e explorarem habilidades de empreendedorismo, inovação e colaboração”, ressalta o gerente de Tecnologias Educacionais, Luiz Eduardo Leão.
As equipes inscritas, que têm entre dois e cinco integrantes, competem em uma das categorias: júnior (alunos do ensino médio); avançado (cursos técnicos, aprendizagem industrial, qualificação e aperfeiçoamento); e sênior (graduação). Eles também tiveram que escolher uma das áreas: têxtil e vestuário; automotiva; automação; saúde; ou tecnologia da informação.
Nesta terça-feira, em live no SENAI Play, as empresas parceiras anunciaram os problemas sobre os quais os estudantes vão se debruçar.
Conheça os desafios do GP SENAI de Inovação
TÊXTIL E VESTUÁRIO - GRUPO MALWEE
O Grupo Malwee tem quatro unidades em São Paulo, Santa Catarina e Ceará; com 4,1 mil colaboradores, sendo mais de 66% mulheres, que produzem 43 milhões de peças ao ano. A empresa atua em todas as etapas da indústria têxtil e de confecção: do desenvolvimento de produtos, passando pela malharia, tinturaria, estamparia e corte e costura, à expedição e despacho das peças para as mais de 22 mil lojas.
Desafio do GP: Os desafios da indústria têxtil com a redução de mão de obra qualificada na costura.
Gerson Yukio Murakami, Lean Coordinator do Grupo Malwee, fez uma contextualização da problemática: a empresa tem 545 costureiras, de 18 a 62 anos, a maioria com segundo grau completo. O maior desafio, segundo ele, é que 58,9% das costureiras estão próximas de aposentar ou já aposentadas e 58,97% das profissionais que pediram demissão tinham menos de 30 anos e de dois anos de casa.
José Isaías Miranda, gerente de Engenharia da Malwee, complementou: “O nosso desafio vai fazer vocês transcenderem áreas. E vocês vão poder abordar esse problema do ponto de vista tecnológico, ambiental, social e educacional, que são pilares dos nossos negócios”.
AUTOMOTIVA – JAGUAR LAND ROVER
A planta produtiva da Jaguar Land Rover foi inaugurada em 2016, em Itatiaia, no Rio de Janeiro, que é o segundo maior cluster automotivo do Brasil – e reúne, na mesma localidade, outras grandes companhias do setor. São aproximadamente 400 funcionários espalhados pelo Brasil, incluindo produção, comercial e compras – 69% homens e 6% Pessoas com Deficiência (PcD’s).
Desafio do GP: Como melhorar a inclusão de trabalhadores com deficiência nas mãos no processo de produção na Jaguar Land Rover?
Segundo Brenda Carvalho, da área de Inovação da Land Rover, o índice de inclusão da empresa atualmente é de 90%, mas eles têm como meta chegar a 95% até 2030. Leandro Moreira, gerente de Sustentabilidade, Inovações e Novos Projetos, destacou que o tema escolhido pela companhia é bastante atual: “Trata de inovação, diversidade, equidade e inclusão. Não tenham medo de errar, porque a inovação tem muito disso. Não existe problema sem solução, existe solução que ainda não foi experimentada”.
AUTOMAÇÃO - FINDER
Fundada em 1949 na Itália, a Finder chegou no Brasil há 25 anos. A empresa produz mais de 400 mil relés/dia - dispositivos eletrônicos com diversas aplicações, incluindo sistemas automatizados. Seu portfólio inclui mais de 14,5 mil produtos.
Desafio do GP: Como promover crescimento de negócios de pequeno ou médio porte com Finder Opta através da transformação digital?
Ranon Loredo, engenheiro de Aplicação da Finder, explicou que o Finder Opta reúne um conjunto de relés lógicos e programáveis, de simples aplicação para OEM (Original Equipment Manufacturer) e automação industrial e predial. A programação pode ocorrer via cabo USB-C, navegador com web editor ou software disponível para download. Com o Finder Opta é possível reduzir consumo de energia e evitar desperdício de insumos e de estoque, por exemplo. Juarez Guerra, diretor Comercial da empresa, elogiou a iniciativa. “Esse evento faz com que vocês desenvolvam suas habilidades, criem soluções inovadoras com produtos de alta tecnologia para desafios reais da indústria e da sociedade”.
SAÚDE – HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS
O Hospital Sírio Libanês, criado há mais de um século, é referência mundial em assistência médica e hospitalar, com atuação na área de serviço social e filantropia e um instituto de ensino e pesquisa. São quase 11 mil colaboradores, que trabalham na sede em São Paulo e na unidade de Brasília. Desses, cerca de 10% têm mais de 50 anos; e a meta é chegar a 19% desse percentual até 2030.
Desafio do GP: Como aprimorar a inclusão multigeracional na área da saúde?
Érika Gonçales e Elaine dos Santos, da área de Filantropia, ressaltaram que, para desenvolver a solução, os estudantes devem pensar em como incluir profissionais de diferentes idades e colocá-los como protagonistas no uso da tecnologia e da inovação. Elas lembraram que esse processo também deve envolver os gestores. Laura Manzione Sapia, gerente do Escritório de Equidade, observou ainda: “Esse é um dos desafios mais complexos que nossa instituição enfrenta, e não só pra nossa instituição, mas para toda a sociedade.”
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – AWS
A Amazon Web Services, também conhecida como AWS, é o braço de tecnologia da Amazon que que surgiu há 17 anos para oferecer serviços de computação em nuvem. Hoje, a plataforma tem disponíveis mais de 200 serviços, utilizados por datacenters em todo o mundo.
Desafio do GP: Como a inteligência artificial pode transformar a educação?
Marcus Amaral, gerente de Soluções AWS Brasil, explicou que uma das missões da AWS é acelerar a transformação digital da educação em parceria com a comunidade escolar, incluindo alunos, educadores, gestores, pesquisadores e instituições de ensino. Algumas perguntas-chave que podem orientar as soluções propostas são: a IA pode facilitar e acelerar o aprendizado? Como a tecnologia pode melhorar o feedback? Como a IA pode melhorar a acessibilidade de PcD’s? E como ajudar os professores?
Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais
Desafio extra: Como inovar a aprendizagem com foco em colaboração e no aumento da atratividade da educação profissional?
Juliana Gavani, do SENAI, deu algumas pistas de onde os estudantes podem começar a pensar nessa solução: processos administrativos das instituições de educação profissional; planejamento educacional; avaliação educacional; prática pedagógica; e inserção e recolocação no mundo do trabalho. Para isso, eles podem usar tecnologias como IA, realidade virtual, aumentada e mista, simuladores, gamificação, aprendizagem adaptativa e metaverso.