Depois da queda de 2,2% registrada em maio, o faturamento da indústria aumentou 0,3% em junho frente a maio na série livre de influências sazonais. Nesta mesma base de comparação, o emprego ficou estável. Nos últimos 12 meses, o indicador do emprego teve sete meses de estabilidade, quatro meses de queda e apenas um de crescimento. A utilização da capacidade instalada caiu 0,7 ponto percentual frente e maio e ficou em 77,2% em junho, informam os Indicadores Industriais, divulgados nesta quinta-feira (1º), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa confirma o fraco desempenho da atividade. As horas trabalhadas na produção tiveram uma leve queda de 0,1% em junho frente a maio na série dessazonalizada. Foi a segunda queda consecutiva do indicador, que está 2,6% abaixo do registrado em junho de 2018. A massa real de salários diminuiu 0,7% e o rendimento médio dos trabalhadores também recuou 0,7% em junho na relação com maio, na série dessazonalizada. Com a queda de junho, a massa real de salários reverteu o crescimento verificado nos dois meses anteriores e é 0,8% menor do que a de junho do ano passado. O rendimento médio do trabalhador caiu 0,5% frente a junho de 2018.
Os resultados de junho mostram que a indústria ficou estagnada no primeiro semestre. O faturamento do setor teve queda de 1% na comparação com o mesmo semestre de 2018, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis, o emprego teve leve queda de 0,1%, a massa real de salários recuou 1,9% e o rendimento médio real do trabalhador diminuiu 1,8% na comparação com o primeiro semestre de 2018. A utilização média da capacidade instalada no primeiro semestre é 0,1 ponto percentual inferior ao mesmo período de 2018.
“A indústria encerra o semestre sem avanços em termos de atividade e emprego. Fica evidente que, além das medidas estruturantes, de longo prazo, necessárias para um novo ciclo de crescimento, também são urgentes e críticas medidas de curto prazo para estimular a economia. A redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic foi um fundamental primeiro passo nesse sentido. Há espaço para novas quedas. Adicionalmente, medidas que facilitem e reduzam o custo do financiamento também seriam muito importantes”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
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