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Indústria brasileira acompanha missão presidencial ao México

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 30 de setembro de 2024

As duas maiores economias da América Latina representam mais da metade da riqueza da região (55,9%). CNI listou prioridades para o conselho e o fórum empresarial bilateral, que acontecem nesta segunda (30)


Paralelamente à agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no México, nesta segunda-feira (30), a indústria realiza dois encontros estratégicos para discutir as principais pautas bilaterais para o desenvolvimento da economia dos dois países. Além da 2ª Reunião do Conselho Empresarial Brasil-México (Cebramex), o empresariado se reúne no Fórum Empresarial Brasil-México - que também conta com autoridades de governo. O país é o 5º parceiro comercial brasileiro.

O Cebramex é um mecanismo de diálogo secretariado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce) e discute a agenda prioritária do setor para melhorar o ambiente de negócios. Já o Fórum Empresarial reúne os setores público e privado dos países para discutir comércio e investimentos e é promovido pela CNI, pela ApexBrasil e pelo Comce, com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE).


“A visita do presidente Lula ao México imprime novo ânimo às relações bilaterais e nos estimula a renovar as prioridades de nossas indústrias e apresentá-las aos respectivos governos”, avalia o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI e representante da entidade no evento, Rafael Lucchesi. “O México é um parceiro estratégico para o Brasil, devemos aproveitar a oportunidade de aprofundar o potencial dessas relações econômicas”, complementa.


CNI listou prioridades da indústria para subsidiar agenda com mexicanos

Para identificar as prioridades do setor na relação comercial entre Brasil e México e subsidiar a agenda desta semana, a CNI produziu a Análise de Política Comercial nº15 - Relações econômicas entre Brasil e México:prioridades da indústria. Além de dados recentes sobre comércio e investimentos, o documento enumera pautas relevantes para a indústria brasileira distribuídas nos temas estratégicos de acordos comerciais, barreiras comerciais e cooperação regulatória, temas multilaterais e cooperação científico-tecnológica.

Acordos comerciais

  • Negociar um acordo de livre comércio entre Brasil e México: celebrar um tratado abrangente que impulsione as relações econômicas entre os dois países, incluindo temas como comércio de serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, etc
  • Cumprir e ampliar o Acordo de Reconhecimento Mútuo de Operadores Econômicos Autorizados: garantir o cumprimento efetivo e expandir os benefícios do acordo para empresas certificadas.
  • Homologar os sistemas de Certificação de Origem Digital: alinhar os sistemas de Certificação de Origem Digital dos dois países, reduzindo o tempo de emissão de 24 horas para cerca de 30 minutos.

Barreiras comerciais e cooperação regulatória

  • Eliminar barreiras no comércio bilateral: desenvolver um plano de trabalho para identificar e eliminar barreiras desnecessárias no acesso a mercados de bens industriais, agroindustriais e produtos da cesta básica, ajudando a combater a inflação nos dois países. Em conjunto com o setor privado brasileiro, a CNI identificou as principais barreiras ao comércio nos seguintes produtos: carne suína, carne de frango, café e alimentação para pets.
  • Fomentar a cooperação regulatória: promover iniciativas de cooperação regulatória internacional (CRI) para reduzir ou eliminar entraves no comércio bilateral, com foco inicial em setores como alimentício, farmacêutico, cosméticos e brinquedos.

Temas multilaterais

  • Promover interesses mútuos na Organização Mundial do Comércio (OMC): defender em conjunto a reforma do Órgão de Solução de Controvérsias e apoiar a conclusão das negociações sobre comércio eletrônico, facilitação de investimentos e de subsídios.

Cooperação científico-tecnológica

  • Promover a cooperação científico-tecnológica bilateral: estimular a cooperação tecnológica nos níveis público, privado e acadêmico na área de chips e semicondutores, fortalecendo as duas maiores economias da América Latina como fornecedores importantes na cadeia de suprimentos de chips e eletrônicos no comércio internacional.
  • Promover a requalificação e o aperfeiçoamento de competências para o futuro do trabalho: reduzir o gap de competências em ciência, tecnologia, engenharia e matemática por meio de programa de cooperação técnica bilateral em aperfeiçoamento e requalificação da força de trabalho.

Corrente de comércio Brasil-México aumentou 14,4% em 2023

Ainda de acordo com a análise da CNI, com base em dados do ComexStat, a corrente de comércio Brasil-México alcançou US$ 14,1 bilhões em 2023, um aumento de 14,4% em relação a 2022, que chegou a US$ 12,3 bilhões. No ano passado, as exportações brasileiras para o México somaram US$ 8,6 bilhões, com crescimento de 21,6% em relação ao ano anterior, quando atingiram US$ 7,1 bilhões.

No mesmo período, as importações do México para o Brasil registraram US$ 5,5 bilhões, um aumento de 4,9% em 2023 em relação ao ano anterior, quando foram de US$ 5,3 bilhões. Juntos, o Brasil e o México representam 55,9% da economia da América Latina, 66,8% das exportações e 59,6% das importações. Mundialmente, os dois países foram responsáveis por 4,0% das exportações e 3,6% das importações em 2023.

Historicamente, os dois países ocupam posições de destaque entre os 10 principais parceiros comerciais mutuamente. Na última década, o Brasil se tornou o sétimo maior fornecedor do México, ultrapassando o Canadá em 2023, enquanto o território mexicano alcançou a mesma posição entre os principais fornecedores brasileiros.

O comércio de bens entre Brasil e México tem alta participação de bens da indústria de transformação. O setor representou 86,8% das exportações do Brasil para o México e 97,3% das importações brasileiras vindas do país latino-americano, em média, entre 2014 e 2023.

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