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Indústria quer desvincular benefícios da Previdência do salário mínimo

Por Agência CNI - Publicado 13 de fevereiro de 2007

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu hoje a des

Monteiro Neto também defende revisão da idade mínima para aposentadoria
Monteiro Neto também defende revisão da idade mínima para aposentadoria
Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu hoje a desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. "Essa vinculação já aumentou o gasto público de maneira perigosa nos últimos anos", afirmou, durante a instalação do Fórum Nacional da Previdência. Segundo ele, o setor privado não quer a estagnação do salário mínimo e nem do valor dos benefícios, mas a redução do desequilíbrio das contas da Previdência Social.

"Defendemos que o aposentado tenha assegurada a correção do valor real da aposentadoria.  Mas, hoje a elevação do salário mínimo produz impacto nas contas da Previdência", lembrou. Na avaliação de Monteiro Neto, a criação do Fórum é fundamental para  discutir  as medidas que terão resultados mais eficientes para a sociedade. "O setor empresarial já discute esse tema há muito tempo, tanto que temos um conjunto de recomendações amadurecidas. O futuro do desempenho da economia brasileira, como a taxa de crescimento, depende da gestão da Previdência", reforçou.

O presidente da CNI defendeu uma nova reforma previdenciária, que inclua a revisão da idade mínima para a aposentadoria, preservando os direitos adquiridos dos trabalhadores. "No mundo inteiro as pessoas estão vivendo mais, são mais produtivas. Há paises, por exemplo, que tem idade até 70 anos para aposentadoria", disse Monteiro Neto.

Durante a cerimônia de lançamento do Fórum, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não pretende se envolver nas discussões a respeito da Previdência Social. "A partir de hoje, quando vierem falar de Previdência comigo mandarei procurar o Fórum. Ninguém melhor que os empresários, os aposentados e os trabalhadores para discutir a Previdência. Vou esperar que vocês trabalhem e daqui a seis meses elaboraremos a proposta que será encaminhada ao Congresso", afirmou. Lula reforçou que não admitirá medidas simplistas. "Vamos discutir com a responsabilidade de um país que quer oferecer um futuro plano de Previdência seguro."

Formado por representantes dos trabalhadores, empregadores e governo, o Fórum tem como desafio debater e apresentar uma proposta para  sustentabilidade da Previdência Social a longo prazo. Para o ministro da Previdência, Nelson Machado, os seis meses de discussão ajudarão a aperfeiçoar o sistema. "Vamos desenhar o futuro da Previdência para que possamos continuar prestando serviços. É preciso respeitar quem já está no mercado de trabalho, criando regras de transição. Precisamos de uma Previdência justa e sustentável", disse Machado.

Foto:José Paulo Lacerda 
 

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