De acordo com o ministro, em relação ao ano passado os índices ainda continuarão em alta. “Estamos substituindo meses que no ano passado tiveram inflação menor. Mas o IPCA (índice de referência para a meta de inflação) já está na descendente”, afirmou. “Nossa expectativa é de que a inflação caminhe para o centro da meta nos próximos anos”, disse.
Entre as medidas fiscais mencionadas pelo ministro da Fazenda estão o aumento da meta do superávit primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros), redução do Imposto de Importação para alguns produtos, como fertilizantes, aço e trigo, desoneração tributária (PIS/Cofins e CIDE) e incentivo aos investimentos. “Pode parecer antagônico incentivar o investimento em momento de inflação mais alta, mas investir hoje é garantir maior oferta de produtos no futuro, o que ajuda a conter a inflação”, resumiu Mantega.
As medidas de política monetária mencionadas por Mantega incluem a restrição ao aumento do crédito ao consumidor (por meio de um Imposto sobre Operações Financeiras de 1,5% para as pessoas físicas), compulsório sobre as operações de leasing e aumento da taxa básica de juros.
O ministro mostrou ainda o esforço fiscal do governo no primeiro semestre do ano, o que agradou aos empresários. Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, são boas notícias, uma vez que a instituição valoriza o equilíbrio fiscal e defende maior sobriedade nos gastos do governo. “O desempenho fiscal do governo foi bom no primeiro semestre do ano”, afirmou. Segundo dados do ministério, o setor público consolidado (governo central, estatais federais e governos regionais) economizou R$ 86 bilhões no primeiro semestre do ano, ou 6,19% do PIB.
FUNDO SOBERANO - Guido Mantega também falou com os empresários sobre o Fundo Soberano do Brasil (FSB). Disse aos presentes na reunião do FNI que o propósito do que o governo quer criar é fiscal. “Ele é um instrumento de política econômica mais versátil, que pode ajudar a ajustar as contas do país em momentos anticíclicos”, afirmou o ministro.
De acordo com ele, os recursos do FSB serão usados para, em momentos de menor crescimento econômico, induzir a retomada. Além disso, Mantega afirmou que o dinheiro do fundo soberano poderá ser usado para incentivar a internacionalização de empresas brasileiras. “O fundo poderia, por exemplo, comprar debêntures do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o banco usar o dinheiro para ajudar as empresas a atuar lá fora”, disse. Ele também afirmou que o fundo sempre terá ativos financeiros, como as debêntures.