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Inflação está perdendo o fôlego,diz Mantega

Por Agência CNI - Brasília - Publicado 14 de agosto de 2008

A afirmação do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi feita esta semana durante a reunião do Fórum
O ministro da Fazenda, Guido Mantega (na foto ao lado), disse nesta quarta-feira, 13 de agosto, durante reunião do Fórum Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que o pior momento da inflação já passou. “Os índices de preços, tanto de atacado quanto de varejo, já mostram crescimento menor do que nos meses anteriores. As curvas estão fazendo um movimento de corcova, ou seja, já subiram ao máximo e agora estão caindo”, afirmou Mantega aos cerca de 30 representantes de associações empresariais da indústria.

De acordo com o ministro, em relação ao ano passado os índices ainda continuarão em alta. “Estamos substituindo meses que no ano passado tiveram inflação menor. Mas o IPCA (índice de referência para a meta de inflação) já está na descendente”, afirmou. “Nossa expectativa é de que a inflação caminhe para o centro da meta nos próximos anos”, disse.
Mantega afirmou que os desafios do governo em relação à inflação são os de impedir a difusão do surto inflacionário, evitar a reindexação e resistir à inércia inflacionária. “Para isso, lançamos mão de medidas fiscais e de política monetária. Nem todas dão resultados imediatos, mas no médio prazo vão convergir para diminuir a inflação”, salientou.

Entre as medidas fiscais mencionadas pelo ministro da Fazenda estão o aumento da meta do superávit primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros), redução do Imposto de Importação para alguns produtos, como fertilizantes, aço e trigo, desoneração tributária (PIS/Cofins e CIDE) e incentivo aos investimentos. “Pode parecer antagônico incentivar o investimento em momento de inflação mais alta, mas investir hoje é garantir maior oferta de produtos no futuro, o que ajuda a conter a inflação”, resumiu Mantega.

As medidas de política monetária mencionadas por Mantega incluem a restrição ao aumento do crédito ao consumidor (por meio de um Imposto sobre Operações Financeiras de 1,5% para as pessoas físicas), compulsório sobre as operações de leasing e aumento da taxa básica de juros.

O ministro mostrou ainda o esforço fiscal do governo no primeiro semestre do ano, o que agradou aos empresários. Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, são boas notícias, uma vez que a instituição valoriza o equilíbrio fiscal e defende maior sobriedade nos gastos do governo. “O desempenho fiscal do governo foi bom no primeiro semestre do ano”, afirmou. Segundo dados do ministério, o setor público consolidado (governo central, estatais federais e governos regionais) economizou R$ 86 bilhões no primeiro semestre do ano, ou 6,19% do PIB.

FUNDO SOBERANO - Guido Mantega também falou com os empresários sobre o Fundo Soberano do Brasil (FSB). Disse aos presentes na reunião do FNI que o propósito do que o governo quer criar é fiscal. “Ele é um instrumento de política econômica mais versátil, que pode ajudar a ajustar as contas do país em momentos anticíclicos”, afirmou o ministro.

De acordo com ele, os recursos do FSB serão usados para, em momentos de menor crescimento econômico, induzir a retomada. Além disso, Mantega afirmou que o dinheiro do fundo soberano poderá ser usado para incentivar a internacionalização de empresas brasileiras. “O fundo poderia, por exemplo, comprar debêntures do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o banco usar o dinheiro para ajudar as empresas a atuar lá fora”, disse. Ele também afirmou que o fundo sempre terá ativos financeiros, como as debêntures.
 
Foto/Crédito: Miguel Ângelo

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