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CNI

Iniciativas da indústria na COP26 são apresentadas em reunião de Conselho da CNI

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 25 de outubro de 2021

Em encontro do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade, nesta segunda-feira (25), foram apresentadas ainda perspectivas para as negociações sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris


Iniciativas de redução das emissões das indústrias Suzano, de papel e celulose, ArcelorMittal, fabricante de aço, Grupo Energisa, de energia, e JBS, de alimentos, foram apresentadas nesta segunda-feira (25) na 126ª reunião do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Essas e outras experiências devem ser apresentadas no estande do Brasil na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26), que ocorre de 31 de outubro até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Cada uma dessas iniciativas é destaque em um dos pilares da estratégia de transição para uma economia de baixo carbono elaborada pela CNI. São eles: precificação de carbono; transição energética, economia circular; e conservação florestal.

Outro destaque na COP26 será o Instituto Amazônia+21, recentemente lançado, com o objetivo de atrair investimentos para projetos e negócios inovadores e ASG (sigla para ambiental, social e de governança) nos nove estados da Amazônia Legal. 


“Só a Amazônia representa 15% da biodiversidade do planeta. Precisamos investir em pesquisa e desenvolvimento para transformar esse potencial em negócios”, afirma o presidente do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé, que também preside o Coemas.


O instituto inicia com dois projetos. Um para geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos e da atividade pecuária. O outro é voltado para a integração da lavoura, pecuária e floresta por meio de práticas de agricultura regenerativa e de baixo carbono.

Perspectivas para negociações sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris

O sócio-diretor da Agroícone, Rodrigo Lima, que é advogado especialista em negociações internacionais, destacou que, para a implementação do mercado global de carbono, dois pontos do Artigo 6 precisarão ser definidos. O item 6.2, que estabelece regras para acordos cooperativos entre países para ajudar no cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), é uma oportunidade para o Brasil, que precisa se esforçar para fechar acordos com outros países, segundo Lima.

O item mais crítico é  o 6.4, sobre o chamado ajuste correspondente, que obriga os países a arrochar as metas estabelecidas nas NDCs na medida em que comercializam créditos de carbono no exterior. Quando os países elaboraram as NDCs o ajuste correspondente não havia sido estabelecido no Acordo de Paris e, por isso, não fizeram parte desse planejamento. Segundo Lima, além de se definir se haverá ajuste correspondente, deverá se estabelecer como irá funcionar. “É possível que isso traga um peso maior para a indústria pela facilidade de se monitorar esse setor”, alertou Lima.

Ele acrescentou ainda que o Brasil defende o uso de créditos de carbono gerados pelo antigo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do Protocolo de Quioto, e a manutenção de projetos de créditos de carbono já validados e de metodologias de MDL no artigo 6.4. No entanto, há resistência de alguns países sobre a proposta, em especial da União Europeia.

Outro ponto de destaque nas negociações é a agenda de financiamento, que teria uma previsão de investimentos de países desenvolvidos na ordem de US$ 100 bilhões por ano, mas está bem longe disso. “O Brasil está com discurso forte sobre a importância de se destravar esses recursos e temos direito de fazer isso”, afirmou Lima.

Conforme o executivo da Agroícone, o Brasil precisa se estruturar para receber recursos destinados à redução das emissões e adaptação à mudança climática. Para isso, precisa ter visão mais holística e não só focado em créditos gerados pelas florestas, que possuem mais requisitos para atrair investimento A secretária de biodiversidade do MMA, Beatriz Milliet, participou do Coemas e apresentou linhas gerais da atuação do governo na COP26.

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