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CNI

Instrumentos de apoio à inovação são decisivos para avanço econômico

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 15 de agosto de 2022

Diretora de Inovação da CNI destaca importância da Embrapii para o fomento à CT&I no país. Diálogos da MEI tratou de novo instrumento da empresa voltado para estimular projetos mais complexos de inovação


A diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagazio, afirmou que os investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) são imprescindíveis para o país avançar econômica e socialmente. Ela coordenou nesta segunda-feira (15) o 35º Diálogos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). “A orientação estratégica do orçamento público e a oferta de instrumentos de apoio à inovação eficazes e dinâmicos são elementos decisivos para o desenvolvimento econômico do país”, pontuou Gianna.

Segundo ela, além de garantir perenidade para os recursos públicos destinados à CT&I e diretrizes claras de investimento, é central que existam modelos modernos e dinâmicos para sua aplicação. A diretora destacou a importância da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para impulsionar os projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil. “A Embrapii exerce justamente esse papel de aplicação estratégica dos recursos públicos para inovação”, disse.

A reunião teve como tema central o fomento à inovação e o papel estratégico da Embrapii, que mantém unidades que promovem projetos de CT&I por meio de parcerias com empresas e instituições de pesquisas públicas e privadas. Um dos principais parceiros da Embrapii é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Líder da MEI, o empresário Pedro Wongtschowski alertou para a importância da destinação de recursos para a Embrapii desenvolver projetos empresariais de P&D. “O que a Embrapii recebeu este ano, na realidade, foram recursos referentes a 2021. Em 2022, a previsão é de R$ 153 milhões, que a Embrapii ainda espera receber. É preciso que esses recursos cheguem”, destacou Wongtschowski, que é presidente do Conselho de Administração da Ultrapar.

O empresário fez um panorama sobre as perspectivas relativas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fonte de financiamento à CT&I do país e de onde sai parte das verbas para financiar projetos da Embrapii. “A realidade dos últimos anos é que uma parte considerável desse recurso foi contingenciada e não foi para o fim que deveria. A expectativa para este ano é melhor – já temos mais de R$ 2 bilhões empenhados e a expectativa é de que outros R$ 2,5 bilhões sejam desbloqueados pelo Ministério da Economia”, detalhou.

O orçamento do FNDCT prevê um valor total superior a R$ 9 bilhões, em 2022, entre recursos reembolsáveis e não reembolsáveis. A expectativa para 2023 é de R$ 11,2 bilhões.

Presente à reunião virtual, o secretário-executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Sergio Freitas de Almeida, assegurou que haverá recursos para os projetos da Embrapii. “Gostamos muito do modelo da Embrapii de apoiar projetos tecnológicos, que nos dá uma visão da importância dessa instituição para o ecossistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação”, frisou Almeida.

Modelo de fomento Basic Funding Alliance

Uma das iniciativas da Embrapii para aprimorar a inovação no país é o Basic Funding Alliance. De acordo com o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da empresa, Igor Nazareth, o novo modelo de fomento busca estimular projetos mais complexos, de maior risco e menor maturidade tecnológica. “Percebeu-se a necessidade de iniciativas mais ousadas e instrumentos diferentes. Esse modelo permite o compartilhamento de riscos e custos em fases iniciais do processo inovativo, além de acesso a especialistas e infraestrutura de ponta para o desenvolvimento dos projetos”, destacou o diretor da Embrapii.

O Basic Funding Alliance funciona como uma aliança estruturada entre empresas, startups e unidades Embrapii para novas rotas tecnológicas, com foco em desafios e áreas estratégicas para o país. A aplicação é dividida em três etapas: definição de desafios e áreas estratégicas; estruturação de alianças; e desenvolvimento da tecnologia/solução.

De acordo com Igor Nazareth, há um orçamento de R$ 120 milhões reservados para o projeto em 2022, divididos em três blocos com chamadas temáticas específicas. Uma voltada para projetos de descarbonização, mobilidade e logística, com previsão de R$ 40 milhões; uma para tecnologias digitais, com reserva de R$ 60 milhões; e outra para bioeconomia, com R$ 20 milhões.

Inovação aberta

Durante a reunião, o diretor de Tecnologia e Inovação do SENAI Cimatec (BA), Leone Andrade, e representantes das empresas Ericsson e Bosch contaram experiencias que vêm desenvolvendo em inovação aberta – que é a união de empresas com instituições, startups ou outras companhias para projetos de P&D. Ele citou o FlatFish como exemplo de inovação desenvolvida nesse formato. O veículo autônomo foi produzido em parceria com a Shell e, hoje, é um dos principais robôs digitalizados e autônomos para inspeções submarinas.

O vice-presidente de P&D e Inovação da Ericsson, Edvaldo Santos, observou que a multinacional desenvolve a maior parte de seus projetos de forma integrada com outras empresas e instituições. “A inovação aberta está em quase tudo o que a gente faz. Temos como hábito combinar conhecimento e experimentação, para gerar inovação e valor”, contou. Ele acrescentou que a inteligência artificial está em absolutamente todos os projetos da companhia, em áreas como 5G, óleo e gás e agronegócio.

O gerente de Inovação da Bosch, Bruno Bragazza, por sua vez, citou exemplos de projetos de inovação aberta da empresa nas áreas de agronegócio, soluções verdes, mineração, gerenciamento de frotas e soluções para a indústria 4.0. Segundo ele, o programa Inova Talentos, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), é um grande aliado da empresa quando o assunto é inovar. O programa fomenta projetos de inovação em empresas e capacita jovens talentos por meio de bolsas.

“Queria destacar que o Inova Talentos é um dos instrumentos que a gente faz mais uso na Bosch. Já foram mais de 320 bolsas aprovadas e mais de 220 bolsistas. Atualmente, são mais de 40 bolsistas e 55 já foram contratados pela empresa. Temos recebido pesquisadores altamente qualificados. É um orgulho muito grande ter esse programa e fazer uso dele”, enfatizou Bragazza.

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