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Investimentos em inovação são decisivos para minimizar efeitos da covid-19

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 29 de maio de 2020

Na reunião virtual participantes defenderam mais recursos para área

Os investimentos em inovação são decisivos para minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia de covid-19, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, nesta sexta-feira (29), em reunião virtual da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo que reúne mais de 300 líderes de empresas com atuação no Brasil. “Está claro que a superação dos desafios a serem enfrentados daqui para frente dependerá de uma estratégia clara e do aumento dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação. A resposta que daremos neste momento determinará nosso futuro”, afirmou. 

No encontro remoto, que contou com a participação de integrantes da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação do Congresso Nacional, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou a importância de aprovação de projeto de lei que transforma o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT) em fundo financeiro, assim como a veda o contingenciamento de recursos. Se aprovada, a medida, sugerida pela MEI, permitiria o acúmulo do saldo do orçamento do fundo para uso em anos subsequentes. “Essas propostas têm o objetivo de colocar a inovação cada vez mais como agenda estratégica de país. Em tempos de pandemia, essa necessidade urge”, defendeu o senador, que é presidente da frente parlamentar.

Presente à reunião da MEI, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, também reforçou a importância do descontingenciamento do FNDCT para fortalecer a capacidade inovadora do Brasil. “Fica clara a importância de se ter um fundo nacional de desenvolvimento científico e tecnológico que seja utilizado para seu devido fim. A liberação do FNDCT é algo que buscamos. É uma batalha que vamos ter de vencer juntos. Tendo foco e prioridades e um sistema para organizar, conectar o país, e tendo esses recursos, a gente pode mudar este país”, afirmou. 

O vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), destacou que a pandemia “abriu os olhos” da sociedade para a importância da inovação e argumentou que uma reforma administrativa poderá tornar a gestão pública mais eficiente, permitindo ao Estado investir mais na área. “Temos uma das maiores economias do mundo, mas em termos de inovação ainda estamos muito atrás e temos um potencial enorme, porque temos um capital humano excelente”, avaliou. “O que infelizmente nós não temos é a vontade política que permita uma verdadeira revolução na ciência e tecnologia e que se faça uma reforma administrativa para que o Estado não atrapalhe, que possa colaborar, estimular a produção científica e as empresas tenham condições de inovar bem em um ambiente de segurança”, complementou.

Inovação mudou o mundo após crise financeira

Na reunião, o professor Soumitra Dutta, da Escola de Negócios SC Johnson, da Universidade de Cornell (EUA), destacou o fato de a inovação ter mudado mundo após a última grande crise mundial, em 2008/2009, especialmente devido ao aumento do investimento privado na área. Ele apontou cinco dimensões que devem existir para estimular um ecossistema inovador: uma educação focada em STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática); lideranças políticas que viabilizem uma regulação estável e de qualidade; estímulo ao surgimento de empreendedores e sua transformação digital; apoio à colaboração entre universidade e indústria; e a construção de marcas em mercados-chave. “O Brasil precisa tentar construir uma marca em ciência e tecnologia. O país tem uma marca forte, mas não necessariamente em C&T”, avaliou. 

Os participantes do encontro destacaram ainda que a pandemia de covid-19 demonstrou a importância da ciência, tecnologia e inovação para o Brasil, mas que a recessão provocou um recuo sem precedentes nesta área no país. A Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) aponta a redução do número de empresas inovadoras e dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento.

“Esses resultados distanciam o Brasil das economias avançadas. O futuro depende da inovação”, explicou o presidente do Conselho de Administração da Ultrapar e membro do Conselho Consultivo do Índice Global de Inovação, Pedro Wongtschowski. “É impossível a um país gerar uma resposta imediata (a uma pandemia) sem que isso seja resultado de um aporte pregresso. Nada acontece magicamente, depende de investimento continuado ao longo de vários anos”, reforçou o diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Eugênio Mello.

CNI firma parceria com SOSA, plataforma criada em Israel que conecta atores da inovação

Durante a reunião, o presidente da CNI anunciou a parceria que a instituição firmou com o SOSA – a principal plataforma global de inovação, que conecta empresas, governos e cidades a tecnologias e ecossistemas inovadores. Um vídeo institucional foi exibido, mostrando a dimensão da parceria estratégica com a plataforma israelense, que permitirá a empresas e startups brasileiras o acesso a tecnologias disruptivas com foco nas áreas de segurança cibernética, soluções orientadas a dados, insurtech, fintech, indústria 4.0 e saúde digital. “Teremos a oportunidade de conectar nossas empresas com a tecnologia e inovação de ponta que está disponível no mundo e levar empresas startups a participar dessa conexão no mundo”, explicou a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.

Pelo acordo com a CNI, o SOSA disponibilizará espaço físico em Tel Aviv e Nova York e oferecerá um pacote de serviços, que inclui a residência de startups em outros ecossistemas de inovação e o desenvolvimento de desafios propostos por empresas na busca por soluções para produtos, processos ou modelos de negócios. “Mais do que nunca, precisamos de uma ação coordenada entre empresários, acadêmicos, representantes dos Poderes Executivo e Legislativo para ampliar os esforços a favor do desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”, afirmou Robson Braga de Andrade.

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