O Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), do Mato Grosso do Sul, inicia um mutirão de limpeza no trecho do Rio Sucuriú para controlar a biomassa das macrófitas, que são plantas aquáticas na próxima segunda-feira (16). Com a parceria da Prefeitura de Três Lagoas, as plantas coletadas servirão para a produção de bio-óleo.
Segundo o pesquisador bolsista especialista do ISI Biomassa, Fernando Alves Ferreira, os trechos do Rio Sucuriú - relacionado às regiões do Balneário Municipal de Três Lagoas - são considerados pontos de execução de práticas de controle e manejo das macrófitas aquáticas, principalmente nos locais onde os banhistas utilizam para lazer.
Mínimo impacto
A ação, que tem apoio náutico da agência Piratas da Ilha, busca retirar de forma pontual as plantas aquáticas com mínimo impacto na qualidade de água e na fauna associada para evitar problemas na navegação e garantir o lazer dos banhistas que frequentam o balneário.
“Inicialmente as macrófitas aquáticas serão prospectadas manualmente para ter impacto mínimo. Para isso, utilizaremos uma balsa coletora e essas plantas ficarão em processo de secagem a pleno sol nas áreas do balneário. Depois esse material será recolhido e enviado ao ISI Biomassa para as rotinas de processamento e obtenção do bio-óleo”, detalhou Fernando Ferreira.
Ele ainda destacou que a ação é uma forma inovadora sustentável com o objetivo de dar um aproveitamento nobre à biomassa de macrófitas aquáticas retiradas e que eram anteriormente levadas ao aterro sanitário, não tendo nenhuma utilidade.
“Essa ação promove equilíbrio ambiental no sistema aquático, pois retira parte das biomassas excedente de espécies consideradas invasoras como Egeria najas (rabo-de-gato), Eicchornia crassipes (aguapé), Typha domingensis (taboa), aumentando a riqueza de espécies de macrófitas de espécies com crescimento mais lento”, finalizou o pesquisador.
Bio-óleo
O ISI Biomassa iniciou em julho de 2019 um projeto de pesquisa e desenvolvimento em parceria com a CTG Brasil, segunda maior geradora privada de energia do País, para utilizar a biomassa das macrófitas, plantas aquáticas que geram impactos na operação das hidrelétricas, na produção de biocombustíveis.
Com duração de três anos, o projeto busca estudar uma nova alternativa de destinação dos resíduos das macrófitas, presentes nos reservatórios das hidrelétricas. Por meio da pirólise rápida, um processo de decomposição de materiais aplicando altas temperaturas, é possível obter o bio-óleo, que pode ser usado diretamente como combustível em motores a diesel e alimentar os motores da própria usina ou ainda ser processado e dar origem a produtos de maior valor agregado.