O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a nova política industrial brasileira e criticou a taxa básica de juros, durante evento realizado na manhã desta quarta-feira (14) na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ao lado do presidente da CNI, Ricardo Alban, Lula participou da abertura do Fórum “Um Projeto de Brasil” – seminário que marcou os 30 anos da revista Carta Capital.
De acordo com Lula, a nova política industrial brasileira se propõe a aumentar a complementariedade com os biocombustíveis e adensar as nossas cadeias produtivas.“Os ônibus elétricos que circulam em nossas metrópoles poderiam ser produzidos na América Latina e não do outro lado do mundo. Temos tudo para nos tornar um elo importante na cadeia de semicondutores, baterias e painéis solares”, afirmou.
Em seu discurso, Lula também defendeu a recuperação da indústria bélica brasileira. “A indústria da defesa precisa ser forte, precisa funcionar, porque ela gera tecnologia, ela gera emprego”, disse.
Assim como a CNI, Lula tem criticado com frequência a elevada taxa básica de juros do país, que atualmente está em 10,5%. “Baixar o juro é uma briga eterna. Mas mesmo se o juro for zero, se o cara não tiver dinheiro, ele não vai consumir. O importante é a circulação do dinheiro”, discursou o presidente.
Lula também voltou a criticar a União Europeia pelos obstáculos para a conclusão do acordo comercial com o Mercosul. Afirmou que o Brasil e seus parceiros no bloco sul-americano fizeram a sua parte e que agora cabe aos europeus resolverem as suas pendências.
O presidente disse, ainda, que o Brasil está pronto para firmar o acordo Mercosul-União Europeia. “Agora depende da União Europeia porque nós aqui já decidimos o que queremos, e já comunicamos eles. A UE que se vire com a França que tem dificuldade com os produtos agrícolas brasileiros. Certamente, teria que disputar com nosso queijo de minas, nosso vinho do Rio Grande do Sul”, pontuou Lula.
Lula também ressaltou a preocupação do governo brasileiro com as questões climáticas e reforçou que a participação do Brasil na Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 16 de Biodiversidade), em outubro, na Colômbia, e que a realização da Conferência do Clima (COP30) no Brasil, em 2025, serão oportunidades para os países da América do Sul liderarem os esforços em direção ao desenvolvimento sustentável e à descarbonização, mostrando uma visão coletiva sobre a importância do combate ao aquecimento global.