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Mineração é opção mais viável para semi-árido

Por Jen Gregório - Especial para o JP - Publicado 23 de abril de 2007

Extração de minérios existe em praticamente todas as regiões do Estado. Um quilate da ‘turmalina par

As extrações dos minerais no subsolo paraibano vêm revelando há décadas qual é a principal vocação para um projeto de desenvolvimento sustentável com geração de emprego e renda, principalmente para os municípios localizados no semi-árido do Estado onde a agricultura não é ainda uma atividade economicamente viável. Primeiro, devido à irregularidade das chuvas seguido da ausência de um projeto estruturante de irrigação para a região. “Temos abundância de minérios nas regiões justamente mais carentes de chuvas como é o caso do Curimataú e Cariri e sua exploração independe de baixa ou alta pluviometria”, argumenta Buega Gadelha, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), que considera a extração e a industrialização dos minerais é a principal atividade econômica hoje do Estado. Entretanto, a maior parte das riquezas do subsolo paraibano continua sendo explorada artesanalmente.

A Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Minerais (CDRM) estima que na Paraíba cerca de 50 mil pessoas estejam envolvidas direta e indiretamente na exploração dos minérios que alcança praticamente todas as regiões do Estado. Contudo, especialistas, empresários e as próprias autoridades confessam que o número de trabalhadores beneficiados com a exploração de minérios poderia ser mais significativo. Além disso, as desigualdades regionais poderiam ser minimizadas se houvesse uma política de desenvolvimento articulada e racional na extração dos minérios, voltada principalmente para as cooperativas e pequenas indústrias de beneficiamento já que as grandes empresas instaladas no Estado de cimento, cerâmica e porcelana já estão consolidadas.

Estado produz 25% de todo o cimento do NE

Para se ter uma idéia, o pólo cimenteiro paraibano concentrado no litoral já é responsável por 25% de todo o cimento produzido no Nordeste e as indústrias de cerâmica e porcelana da Paraíba já concorrem de forma competitiva com as empresas do Nordeste e até do Sul do País. “Além da Bahia, apenas a Paraíba e o Rio Grande do Norte têm um subsolo tão rico em recursos minerais na Região Nordeste”, afirma o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Minerais (CDRM), Aderaldo Ferreira, ao lembrar que Paraíba teve a primeira indústria de cimento do Nordeste na década de 1930 do século passado. Segundo a Fiep, apenas com a exportação de granitos a performance é de seis milhões de dólares. A Paraíba tem ainda uma das pedras preciosas mais raras do mercado, a turmalina, mas o contraste entre a pobreza do solo árido e a riqueza do subsolo ainda não foi superado devido à ausência de uma política de desenvolvimento mais agressiva e também direcionada para o setor.

Para o professor de Geologia e Mineralogia da UFPB, Werner Maximilian, apesar de a Paraíba possuir empresas de renome internacional na exploração de minérios a base é formada em grande parte por garimpeiros que ainda exploram de forma artesanal e rudimentar o subsolo. “A exploração poderia ser uma alternativa econômica, principalmente na região do Seridó (Curimataú e Cariri) onde há ocorrência de diversos minérios, mas a informalidade na exploração e a comercialização, além da incipiente prospecção na região, tornando-se um dos entraves para o desenvolvimento”, frisou.

Informalidade dificulta arrecadação do ICMS

O diretor-presidente da CDRM, Aderaldo Ferreira, confirmou que a informalidade é muito alta no setor e que a maior parte das áreas exploradas no Estado, assim como é no restante do País, não foram ainda regularizadas junto aos órgãos competentes. “Além da desinformação, há uma dependência de toda uma sistemática de documentos para a legalização das pequenas mineradoras, a exploração chega primeiro que os papéis”. O diretor revelou que a tributação de impostos como a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e o ICMS são também dificultados pela comercialização informal do setor, mas ressaltou: “A nossa maior preocupação inicial não é a cobrança dos tributos, mas a geração de emprego e renda dessas regiões que são castigadas pela estiagem e tem na mineração sua melhor vocação econômica”, ponderou.

O presidente Buega Gadelha acredita que o futuro do desenvolvimento da Paraíba passa inevitavelmente pela mineração, sobretudo nas regiões mais pobres do Estado, porém a sua preocupação se situa com a formação de mão-de-obra. “Devemos capacitar pessoas e formar empreendedores para trabalhar no setor que tem carência técnica, até porque durante muito tempo ele ficou invisível em nosso Estado”, finaliza. Segundo especialistas, há jazidas de minérios e rochas para algumas décadas de exploração na região

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