A descarbonização da economia mundial é um dos principais objetivos para a sustentabilidade do mundo nos próximos anos. Para alcançar a meta, a produção de hidrogênio verde e o estímulo à economia circular podem significar um grande passo para o alcance dos compromissos pactuados nos acordos climáticos mundiais. As principais missões industriais promovidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) com incentivo a esses dois eixos produtivos receberam destaque na 20ª Conferência ANPEI de Inovação, nesta quinta-feira (1º).
A Conferência da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Inovadoras (ANPEI) celebrou 20 edições e retomou a programação presencial, após dois anos de edições virtuais. Durante os dias 30 de novembro e 1 de dezembro foram discutidos, em Campinas (SP), como a inovação e a sustentabilidade precisam caminhar juntos para o desenvolvimento de um futuro inclusivo, consciente e, de fato, revolucionário.
Um painel inteiro foi dedicado ao SENAI Nacional a fim de apresentar missões realizadas de maneira integrada com a CTG Brasil para a produção de hidrogênio verde; com a Eletronorte, para diversificar e socializar a energia elétrica com a Balbina SmartGreen Connection; com a Suzano, para alavancar soluções em embalagens celulósicas; e com o Grupo Petrópolis, para aumentar o aproveitamento de vidro em toda a cadeia, desde a indústria até o consumidor.
As missões industriais são ancoradas por investidores, associações setoriais e empresas Industriais. Por meio dela, o SENAI promove conexão entre organizações para o desenvolvimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). As possibilidades de novos negócios são pleiteadas e analisadas pela Plataforma Inovação para a Indústria.
“A Plataforma é uma excelente oportunidade para promover a aproximação entre os pequenos negócios e as médias e grandes empresas. O desenvolvimento de pesquisas traz um novo conceito para indústria, além de tornar a cadeia mais inovadora e competitiva”, ressalta o diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
TecHub: oportunidade para startups e empresas integrarem um habitat
Além dos debates realizados nos painéis, a Conferência ANPEI de Inovação também contou com um espaço dedicado para as instituições apresentarem casos de sucesso em inovação. O Tech Hub, instalado no Complexo Industrial do Portuário de Suape – localizado em Pernambuco –, foi premiado na categoria e integrou a lista de 25 projetos do Call for cases desta edição.
Liderada pela CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País, em parceria com o SENAI Nacional, o SENAI-PE e o Governo do Estado de Pernambuco, a iniciativa concentrará em Suape a implementação de projetos inovadores focados na produção, transporte, armazenamento e gestão de hidrogênio verde (H2V). Juntos, os projetos receberão, inicialmente, investimentos de até R$ 45 milhões.
Como resultado da chamada, foi criado o Programa Global de Hidrogênio Verde, que culminou na implantação do Tech Hub - situado em uma área de 1,3 hectares no Complexo Industrial Porto de Suape. É considerado o primeiro ambiente de testbeds no Brasil focado na cadeia do hidrogênio verde, com infraestrutura para desenvolvimento de projetos de pesquisa, permitindo testagem e experimentação de tecnologia, produtos e serviços inovadores, simulando situações reais da indústria.
“O Tech Hub é o primeiro ambiente focado na cadeia do hidrogênio verde do Brasil com infraestrutura para desenvolvimento de projetos de pesquisa, permitindo testagem e experimentação de tecnologia, produtos e serviços inovadores, simulando situações reais da indústria”, explicou o diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Jefferson Gomes.
Seis projetos para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde
Inicialmente, pela CTG Brasil, serão implantados seis projetos focados na produção, transporte, armazenamento, gestão e certificação do hidrogênio verde (H2V) em parceria com outras empresas e instituições de pesquisa que também possuem interesse em desenvolver soluções em H2Verde.
“Grande parte de nossa indústria precisa de hidrogênio, mas é o cinza, vindo do combustível fóssil. Temos aplicações e uso do hidrogênio como insumo na produção de fertilizantes agrícolas, cosméticos, combustível, na hidrogenação do carvão, na obtenção do aço, entre uma infinidade de aplicações”, avaliou Carlos Nascimento, gerente de P&D da CTG Brasil, responsável pela apresentação do case na ANPEI.
Em paralelo, o Complexo Industrial Portuário de Suape lançou chamada pública para empresas interessadas na instalação de planta industrial produtora de hidrogênio verde na área. O complexo portuário estima que o projeto deverá gerar 1 GW de capacidade de eletrólise, reunindo investimentos de R$ 20,3 bilhões, com previsão para início de operação em 2025 gerando milhares de novos empregos.