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Mulheres no BRICS: conheça o projeto de moda com algodão brasileiro sustentável

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 14 de junho de 2024

Estilistas de 9 países vão criar coleções para desfile em 2025, quando Brasil assume presidência do bloco. País é o maior produtor mundial de algodão certificado Better Cotton Initiative (BCI).


O que África do Sul, Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Irã e Rússia têm em comum além de integrarem o BRICS? Estilistas dos 9 países vão criar peças a partir do algodão sustentável brasileiro para um desfile no ano que vem, quando o Brasil assume a presidência do bloco.

O projeto Moda: A Indústria Liderada por Mulheres foi lançado em 4 de junho no Women’s Entrepreneurship Forum, na Rússia. O evento é organizado pela Aliança Empresarial de Mulheres do Brics (WBA), mecanismo criado em 2019 para apoiar o empreendedorismo feminino entre os países do grupo.

Em 2025, o Brasil assume tanto a presidência do BRICS quanto do WBA. Nesse período, serão feitas trocas de boas práticas e competências específicas no tema. As peças produzidas com insumo brasileiro serão apresentadas em um desfile no fim do ano, na plenária do fórum empresarial.

A ideia é promover tanto uma produção sustentável na indústria têxtil quanto fortalecer o empreendedorismo feminino, especialmente no comércio exterior. No Brasil, apenas 14% das empresas exportadoras pertencem em sua maior parte a mulheres, de acordo com estudo Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Presente no evento na Rússia, a presidente do WBA Brasil, Monica Monteiro, afirma que o fortalecimento feminino em todos os setores da economia global é um pilar da aliança empresarial. “Quando uma mulher empreende e sua empresa cresce, ela contrata uma outra mulher e vai ajudando outras profissionais. O desenvolvimento de economias sustentáveis a longo prazo e em rápido crescimento é um interesse nosso e de nossas parceiras do WBA.”

A missão brasileira na Rússia também contou com a participação da diretora financeira da CNI, Cris Samorini. Já o projeto é uma iniciativa da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) em conjunto com o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal (Sindiveste-DF).

Algodão sustentável no Brasil

Historicamente, o algodão é a fibra natural mais usada na produção têxtil e atualmente a segunda mais usada no mundo, segundo estudo Fios da Moda: Perspectiva Sistêmica Para Circularidade, da Fundação Getulio Vargas (FGV) com a Modefica. Em 2018, foram aproximadamente 26 milhões de toneladas produzidas, equivalente a cerca de 94,3% das fibras naturais e 24,3% da produção global.

O Brasil é o segundo maior exportador de algodão e o quarto maior produtor mundial, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). No mercado nacional, é a fibra mais usada pela indústria da moda, sendo cerca de 40% das fibras utilizadas na produção de moda feminina e 70% na masculina, também de acordo com o estudo da FGV.

Segundo o Relatório anual Cotton Brazil 2023, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), no ano comercial 2022/23 a produção de pluma aumentou 1,83%, alcançando 25,4 milhões de toneladas no mundo. No mesmo período, a exportação mundial de algodão movimentou 8,06 milhões de toneladas.

Já o Brasil exportou 1,45 mil toneladas do produto, somando US$ 2,83 bilhões. O principal comprador foi a China e o país com maior preço médio foi o Egito.

O país também se destaca na produção sustentável do insumo. Somos o maior produtor mundial de algodão certificado Better Cotton Initiative (BCI), respondendo por cerca de 30% do volume total de algodão com essa certificação. 

Na safra 2022/2023, 82% das plumas de algodão foram produzidas sob os critérios socioambientais da certificação BCI/ABR (Algodão Brasileiro Responsável), um recorde. Isso significa 3,1 milhões de toneladas e um aumento de 28% em relação ao ciclo agrícola 2021/22.

Empreendedorismo feminino no BRICS

O termo BRIC foi criado em 2001 pelo então economista-chefe do Goldman Sachs Jim O’Neill, em referência ao bloco econômico em formação composto por Brasil, Rússia, Índia e China. A primeira cúpula foi em 2009, na Rússia, e no ano seguinte a África do Sul passou a fazer parte. Em 2024, o grupo ganhou cinco novos integrantes.

Antes da ampliação, o BRICS representava mais de 42% da população mundial e 23% do PIB global. Desde 2009, o bloco realiza cúpulas anuais e firma parcerias em áreas como comércio, tecnologia, segurança e sustentabilidade.

O Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como “banco do BRICS” investe em obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. Recentemente, a instituição anunciou a destinação de US$ 1,115 bilhão para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes.

Criado em 2019, o WBA é formado por nove mulheres de grandes empresas dos países do BRICS. Há também a participação de empresárias e especialistas que atuam como convidadas nos seis grupos de trabalhos temáticos do fórum de empreendedorismo feminino: Desenvolvimento Inovador, Economia Inclusiva, Indústrias Criativas, Turismo, Saúde e Segurança Alimentar e Ambiental. 

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