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O que tem de novo nas embalagens para alimentos?

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 09 de agosto de 2024

Do papel à palha do milho, indústria tem investido cada vez mais em alternativas sustentáveis para embalar e transportar alimentos


Din don! A entrega chegou!

Você pega o seu pacote, tira a caixinha que veio dentro, desembrulha o hamburguer. Pega seu copo de refrigerante, rasga o papel que envolve o canudo e espeta na tampa da embalagem. Ah! Ainda tem a batata frita, em sua simpática caixinha. Guardanapos, ketchup, maionese e mostarda. Tudo pronto para começar o banquete!

Até aqui foram pelo menos 10 embalagens que vão para o lixo depois do seu lanche. Aposto que você já parou para pensar nisso, né? O tanto de lixo que a gente produz!

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, no Brasil, aproximadamente um quinto do lixo é composto por embalagens. E de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, foram recuperadas mais de 800 mil toneladas de embalagens recicláveis pelo sistema de logística reversa no país em 2022. O número é 3 vezes maior do que o recolhido no ano anterior (303 mil toneladas). As embalagens mais presentes nesse montante foram de papel e papelão (39,3%), plástico (25,5%), metais (17%) e vidros (17%).

Mas, se parar de pedir delivery não é uma opção, o que poderíamos fazer para diminuir a quantidade de pacotes que descartamos após uma refeição ou ao voltar do supermercado, por exemplo?

Para além das sacolas retornáveis (de pano ou de plástico biodegradável), a indústria brasileira tem investido cada vez mais em alternativas sustentáveis para embalar os alimentos que consumimos. Quer ver?

Da fibra da celulose

A Melhoramentos está construindo uma fábrica inteiramente dedicada ao desenvolvimento de embalagens feitas a partir de fibra de celulose. A previsão é que ela comece a operar em 2025. O novo produto será 100% compostável e com decomposição em até 75 dias. A embalagem será resistente à gordura, umidade e a temperaturas extremas e pode ser usada tanto no freezer quanto no forno, suportando temperaturas de até 220 graus.

A fábrica, construída em Camanducaia, Sul de Minas Gerais, tem capacidade de produção de 60 milhões de embalagens por ano. O projeto foi desenvolvido em parceria com uma startup israelense especialista na área.

A embalagem pode ser customizada no formato que melhor atende ao cliente. Inicialmente, o produto será voltado para o setor de alimentos, em especial as indústrias que trabalham com congelados e precisam de um recipiente resistente a altas temperaturas, água e óleo.

“Ao mesmo tempo que a produção em grande escala dessas embalagens atende necessidades ambientais de produtos com menor emissão de gases de efeito estufa e com menos resíduos, elas também atendem o perfil de um consumidor que busca praticidade, qualidade e segurança no consumo de alimentos. Sabemos que essa é uma demanda crescente do mercado, acompanhada por uma série de regulamentações em diferentes países que têm como objetivo reduzir os plásticos de uso único”, explica o CEO da Melhoramentos Rafael Gibini.

Da palha do milho

A Growpack desenvolveu uma embalagem 100% compostável e biodegradável, feita a partir da palha do milho que seria descartada pelo produtor rural. Ela se decompõe em até 12 dias.

Os recipientes podem ser aquecidos no micro-ondas, por até 5 minutos, ou no forno, por até 20 minutos. Além disso, podem ficar até 5 dias na geladeira e até 3 meses no freezer. O material pode ter contato com líquidos por até 36 horas sem se desintegrar, por isso é indicado para armazenar e transportar alimentos com molhos.


O empresário, geralmente dono de lanchonetes ou restaurantes, consegue comprar as embalagens na loja do iFood ou na loja online Pangeia. Elas vêm no formato retangular (com ou sem divisórias) com tampa, redondo com tampa ou podem ser também no formato de um prato. O preço varia de R$ 0,92 a R$ 1,99 a unidade.

Além da pegada sustentável, a Growpack viabiliza uma fonte de renda adicional ao produtor rural com a venda da palha do milho, que seria queimada se não fosse reaproveitada.

De papel

A Suzano, uma das maiores fabricantes de papel da América Latina, desenvolveu uma linha de produtos sustentáveis para embalar ou transportar alimentos e bebidas.

Fazem parte da linha copos e canudos biodegradáveis, compostáveis e recicláveis livres de plástico, feitos com matéria-prima de fonte renovável. Os Bluecups são ideais para tomar sucos, refrigerantes e sorvetes. Já o Loop (canudo) pode ser usado em bebidas de consumo rápido ou mais demorado, como em drinks, milkshakes e refrigerantes. Os canudos de papel têm maior ou menor gramatura a depender do uso pretendido.

A Suzano também criou uma embalagem flexível, a Greenpack, que é termoselável, livre de plástico, compostável e biodegradável. Ela pode ser usada para embalar alguns tipos de alimentos, como chocolates e produtos de higiene.

“Temos como uma de nossas metas de longo prazo, o objetivo de disponibilizar 10 milhões de toneladas de produtos de origem renovável que podem substituir plásticos e derivados do petróleo até 2030. Para isso, além das embalagens mencionadas anteriormente, estamos atuando em diversas outras frentes, como o desenvolvimento de alternativas a produtos químicos utilizados na indústria têxtil, na fabricação de cosméticos e na produção de pneus, entre outros materiais sempre de origem renovável e baseados em uma economia regenerativa”, explica o gerente executivo de Estratégia e Marketing da Unidade de Papel e Embalagens da Suzano, Guilherme Dabdab.

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