Compartilhar

CNI

Pandemia trouxe protagonismo das empresas na gestão de saúde dos trabalhadores

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 11 de novembro de 2020

Tendência foi apontada em pesquisa qualitativa realizada pelo SESI

A pandemia provocou mudanças profundas na gestão de saúde dos trabalhadores, com incremento de programas de promoção e prevenção e crescimento do protagonismo das empresas. Essas são tendências apontadas em pesquisa qualitativa realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI) recentemente com 15 empresas. Os dados foram apresentados no 2º Diálogo 2020 de Saúde Suplementar realizado pelo SESI em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

De acordo com o gerente geral da Fundação Zerrener, gestora de saúde da Ambev e Itausa, Eduardo Spinussi, a pandemia fez com que o modelo de assistência à saúde dos trabalhadores fosse repensado e fez com que as empresas de forma geral assumissem a gestão de cuidado dos trabalhadores e dependentes. Com 70 mil beneficiários de planos de saúde em mais de 2,4 mil municípios, a Fundação Zerrener criou um comitê de crise e começou a planejar ações de enfrentamento à Covid em janeiro deste ano, quando a doença ainda não tinha chegado ao Brasil. 

“Naquele momento, já sabíamos que a Covid atingia as pessoas de diferentes formas, em especial os com doenças crônicas. A partir daí, passamos criamos rotas seguras de enfrentamento para os diferentes perfis de saúde na empresa”, contou Spinussi.

Outra empresa que aperfeiçou o modelo de assistência à saúde dos trabalhadores foi a VLI Logística, com fortalecimento de três frentes: prevenção, saúde mental e big data de saúde. “Saímos de um foco em atendimento a prerrogativas legais para gestão. Agora não vamos mais sair dessa linha de cuidado”, destacou o médico do trabalho Danilo Lima.

Gestão compartilhada com operadoras de planos de saúde

Além do maior protagonismo das empresas no cuidado da saúde dos trabalhadores, houve mais aproximação delas com as operadoras de planos de saúde, o que permitiu assertividade no atendimento de casos confirmados e suspeitos de coronavírus. “As empresas conhecem seus funcionários e contribuíram com informações que nos permitiram ter uma abordagem mais adequada com cada beneficiário”, afirmou Sérgio Bresan, da Unimed BH.

Para Beatriz Padilha, do Bradesco Saúde, o caminho de valorização da promoção e prevenção de saúde realizado pelas empresas em parceria com operadoras é sem volta. “E nesse contexto a telemedicina deve ser fortalecida”, complementou.

Conforme o diretor substituto da ANS, Paulo Rebello, as discussões do evento servem para gerar informações para subsidiar a tomada de decisão. “Se em momento de normalidade, isso é fundamental, imagine nesse momento de pandemia. Além disso, passamos por momento de retração econômica em que são necessários ajustes na cadeia de saúde para a sustentabilidade do sistema suplementar”, disse Rebello.

Outras Notícias