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Paraíba

Paraíba precisa qualificar 97 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025

Por Assessoria de Comunicação - Publicado 26 de maio de 2022

Projeção aponta que, desse total, 74,8 mil já têm uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas devem se atualizar. Outros 22,3 mil precisarão de formação inicial


Até 2025, a Paraíba precisará qualificar 97 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 22,3 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 74,8 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar. 

Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 77% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia. 

O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva; e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados. 

Em todo o país, a demanda é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados. Os dados e a avaliação são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

A demanda por formação no estado por nível de qualificação será de:

Nível de qualificação

Demanda

Qualificação (menos de 200 horas)

54.017

Qualificação (mais de 200 horas)

22.920

Técnico

14.663

Superior

5.572

TOTAL

97.172

Em volume, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 74% do emprego industrial no Brasil hoje. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos. 

As áreas com maior demanda por formação são: Construção, Transversais, Metalmecânica, Logística e Transporte, e Têxtil e Vestuário. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.

Estudo avalia estimativas e cenário político, econômico, tecnológico e de emprego

O SENAI é a principal instituição formadora em ocupações industriais no país. Para subsidiar a oferta de cursos, em sintonia com as demandas por mão de obra do setor produtivo, o Observatório Nacional da Indústria desenvolveu a metodologia do Mapa do Trabalho Industrial, referência no Brasil. O estudo é uma projeção do emprego setorial que considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos.

Para esse cálculo, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas, que orientam o cálculo da demanda por aperfeiçoamento, e uma análise da trajetória ocupacional dos trabalhadores no mercado de trabalho formal, que subsidiam o cálculo da formação inicial. Um trabalho de inteligência de dados e prospectiva que deve subsidiar ações e políticas de emprego e educação profissional.

O estudo agrupa as ocupações industriais em 25 áreas. Abaixo, as que mais precisarão formar até 2025:

Áreas com maior demanda por formação (inicial + continuada)

Área

Demanda

Construção

17.495

Transversais

15.789

Metalmecânica

10.642

Logística e Transporte

10.484

Têxtil e Vestuário

9.288

Couro e Calçados

7.085

Alimentos e Bebidas

4.904

Tecnologia da Informação

3.104

Química e Materiais

2.754

Gráfica

2.355

Abaixo, as ocupações com maior demanda por formação, agrupadas por nível de qualificação: superior, técnico, qualificação mais de 200 horas e qualificação menos de 200 horas:

SUPERIOR

Voltados para quem tem o ensino médio completo ou equivalente, visam a formação de um bacharel ou licenciado. São de longa duração, com carga horária mínima de 2.400 horas, sendo que algumas chegam a 7.200 horas.

 

Ocupação

Demanda em 
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Analistas de tecnologia da informação

191

1.227

Engenheiros civis e afins

136

520

Gerentes administrativos, financeiros, de riscos e afins

98

425

Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública

57

303

Gerentes de comercialização, marketing e comunicação

56

300

TÉCNICO

 

Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (cerca de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. 

 

Ocupação

Demanda em 
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Técnicos de planejamento e controle de produção

303

1.682

Técnicos em eletricidade e eletrotécnica

155

932

Técnicos de controle da produção

144

686

Coloristas

360

436

Técnicos em operação e monitoração de computadores

171

603

QUALIFICAÇÃO + DE 200 HORAS

 

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. 

 

Ocupação

Demanda em 
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário

540

2.214

Trabalhadores polivalentes das indústrias têxteis

494

1.929

Mecânicos de manutenção de máquinas industriais

525

1.640

Trabalhadores da impressão gráfica

303

1.195

Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados

204

1.268

QUALIFICAÇÃO - DE 200 HORAS

 

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. 

 

Ocupação

Demanda em 
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Alimentadores de linhas de produção

1.968

7.488

Trabalhadores de preparação da confecção de calçados

1.044

4.235

Ajudantes de obras civis

3.224

3.929

Motoristas de veículos de cargas em geral

562

3.486

Trabalhadores de estruturas de alvenaria

1.525

2.347

Aprendizagem ao longo da vida para driblar desemprego e aumentar produtividade

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.

“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.

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