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Pimentel prevê que crise não afetará o Brasil

Por Agência CNI - Publicado 10 de agosto de 2011

O Brasil está preparado para enfrentar a crise econômica internacional e não deverá sofrer grandes a
O Brasil está preparado para enfrentar a crise econômica internacional e não deverá sofrer grandes abalos com a instabilidade da economia europeia e americana, previu nesta terça-feira, 9 de agosto, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A afirmação foi feita na abertura da 14ª Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, promovido em Salvador pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere japonesa, Nippon Keidanren.
 
Segundo Pimentel, vários fatores protegem o país dos efeitos mais graves da crise, como reservas internacionais elevadas, em torno de US$ 400 bilhões, metas fiscais cumpridas, mercado interno ainda em expansão, abundância de recursos naturais. “A crise econômica é preocupante e de uma profundidade que não se imaginava, gerando incertezas, mas o governo tem compromissos muito firmes com a política fiscal e espera chegar ao fim do ano sem desaceleração acentuada da atividade econômica”, declarou.
 
O ministro do Desenvolvimento informou que, apesar dos desdobramentos da crise econômica internacional, o governo não vê necessidade, por enquanto, de rever os principais indicadores econômicos para este ano, como o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto).
 
BOAS CONDIÇÕES - O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que abriu a 14ª Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), enfatizou que “o Brasil tem enfrentado este cenário adverso em boas condições”. A estabilidade da economia brasileira diante da crise é um fator positivo, em sua opinião, na obtenção de recursos internacionais. “O Brasil é o país mais tranquilo, hoje, para atrair investimentos externos”, completou Andrade.
 
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que participou de painel sobre as perspectivas das relações bilaterais, disse não acreditar que o recrudescimento da crise vá se desdobrar em moratórias, como ocorreu em 2008. Disse que, com o desaquecimento das economias americana e europeia, o desenvolvimento econômico mundial nas próximas décadas será liderado pelos países asiáticos e emergentes, como o Brasil.
 
Coutinho enfatizou haver grandes oportunidades oferecidas pelo Brasil à ampliação dos investimentos japoneses, especialmente com aporte de tecnologia, alinhando eletrônica, automação industrial, máquinas pesadas, automóveis e as cadeias de suprimento no setor petrolífero. “As oportunidades para investimentos do Japão, numa nova etapa, são alvissareiras”, sublinhou.
 
Investir na cadeia de petróleo foi também a ênfase da participação no encontro do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Exortou as empresas japonesas a participarem dos investimentos de US$ 224,7 bilhões que a estatal fará para produzir, em 2015, mais de 5 milhões de barris diários e, em 2020, mais de 7 milhões de barris/dia. “Serão mais cinco novas refinarias, centenas de navios, mais de 50 novas plataformas de produção que exigirão milhares de tubos, válvulas, sensores, ligas, todo tipo de equipamento de alta tecnologia. É uma gigantesca oportunidade”, destacou.
 
VISTOS - O vice-ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Hideichi Okada, disse acreditar que problemas comuns enfrentados por Brasil e Japão, como a valorização cambial, podem impulsionar as relações bilaterais. Informou que, em reunião com técnicos do MDIC em Salvador, na segunda-feira, 7 de agosto, houve progressos na solução de contenciosos bilaterais, como as dificuldades, de lado a lado, na concessão de vistos de negócios a empresários dos dois países.
 
A 14ª Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão prossegue nesta quarta-feira, 10 de agosto, com discussões sobre investimentos e cooperação nas áreas de energia renovável, tecnologia avançada, inovação, finanças e agricultura.
 
A corrente de comércio bilateral atingiu US$ 14,1 bilhões no ano passado, com ligeiro superávit do Brasil (quase US$ 159 milhões). Em 2010, o país exportou US$ 7,1 bilhões, em especial minérios e carnes, e importou do Japão US$ 6,9 bilhões, principalmente em máquinas, equipamentos e automóveis.
 
Foto/Créditos: João Alvarez.

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