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Por que o setor automotivo precisa de profissionais atualizados para inovar?

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 10 de outubro de 2024

SENAI oferece especialização em Indústria 4.0 e Mobilidade Elétrica dentro do Programa Mover para promover conhecimento técnico e a integração da cadeia automotiva


Uma empresa não consegue ter pesquisa, desenvolvimento e inovação sem profissionais atualizados com as novas tecnologias e processos produtivos para isso. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) aproveitou a expertise em formação profissional de mais de oito décadas para ofertar uma pós-graduação executiva a lideranças da cadeia automotiva. A ação é parte do Programa Prioritário Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo, dentro do Programa Mover. 

São dois Masters in Business Innovation (MBI), um em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, do UniSENAI de Santa Catarina; e outro em Indústria Automotiva 4.0, do SENAI CETIQT, no Rio de Janeiro. As pós-graduações, na modalidade Ensino a Distância (EaD) com imersões presenciais, já formaram 161 pessoas, e há três turmas em andamento, com 200 profissionais ao todo.  

A indicação dos participantes é um benefício gratuito e exclusivo dos maiores aportadores do SENAI no Programa Mover. Os alunos têm a oportunidade de aprender a regulamentação vigente, as tecnologias utilizadas no mercado nacional e internacional, as oportunidades de novos negócios na área e todos os aspectos técnicos da indústria 4.0 e da geração, transformação e armazenamento de energia. 

Professores do mercado abordam tecnologia aplicada 

André Blanger foi da primeira turma do MBI em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, de SC, em 2021, e lembra da excelência técnica e acadêmica dos professores, que estão no mercado e sabem da viabilidade e adoção das tecnologias.  

“O hidrogênio verde, por exemplo, é um assunto muito abordado para mobilidade, mas poucas pessoas têm contato com processo produtivo, e o professor mostrou até os nichos de mercado. Para quem atua na indústria, com desenvolvimento de produto e engenharia, é super válido, porque conseguimos ver a tecnologia com um olhar profundo, mas também com aplicação”, destaca André Blanger.

Segundo o engenheiro mecânico, a pós foi uma virada de chave na carreira. Além do artigo de conclusão de curso sobre crédito de carbono e as oportunidades no setor de mobilidade brasileiro, o MBI proporcionou a criação da Eletrotrac.  

"A empresa surgiu com a proposta de transformar caminhões a combustão em híbridos. Temos visto um interesse muito grande das empresas de logística”, avalia. Além dos veículos ficarem consideravelmente mais leves, setores com mais emissões de gases de efeito estufa, como o de transporte, serão cada vez mais cobrados por alternativas. 

O SENAI de Santa Catarina já tinha formado duas turmas quando o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), reconhecendo o diferencial da formação, pediu a inclusão do MBI de Mobilidade Elétricas e Energias Renováveis nas ações do Programa Prioritário do SENAI.

Conhecimento e networking  

A terceira turma da pós – e primeira dentro do Mover – começou no final de março, com 90 alunos de 64 empresas. São 45 alunos das aportadoras e 45 alunos de fornecedores e sistemistas da cadeia automotiva com desempenho de destaque nas consultorias em manufatura enxuta e digitalização do programa do SENAI. 

Para o gerente de Regulatory Compliance da Stellantis, Leonardo Amaral, as turmas são uma oportunidade de estar em contato com práticas atuais.

“Trata-se de um curso na vanguarda do conhecimento, com total aderência às demandas do setor automotivo, e que, principalmente, está alinhado aos interesses públicos e sociais. Com certeza, quem completar esta jornada estará apto a gerar real impacto nas mais diversas demandas de descarbonização, pois estará amparado por um corpo docente dos mais qualificados do país”. 

Conhecimento de alto nível técnico, networking entre os profissionais e interação entre a cadeia automotiva são as principais vantagens citadas pelos alunos e gestores das empresas aportadoras. 

“O MBI é crucial para promover a sinergia entre empresas, eletrificação e sustentabilidade na cadeia. Para a Maxion, é uma ótima oportunidade para estimular a inovação e desenvolver competências chaves para o futuro da indústria automotiva", acredita Sami Simão, supervisor de Inovação e Engenharia Avançada da Iochpe Maxion. 

Problemas e soluções reais 

Já o MBI em Indústria Avançada: Automotiva 4.0, do SENAI CETIQT, aborda temas da indústria 4.0 de alto impacto na cadeia automotiva, como internet das coisas (IoT), digitalização, manufatura enxuta, gêmeos digitais, entre outros.

Coordenador da General Motors (GM), Angelo Acquaviva teve a oportunidade de desenvolver uma nova aplicação de impressão 3D para peças de baixo custo de manutenção quando foi aluno da segunda turma do MBI, de 2022.  

“O curso traz um conhecimento técnico abrangente, mas vai muito além disso. Mostra diversas oportunidades e caminhos de buscar essas tecnologias, como parcerias com institutos de tecnologias, buscando fomentos focados em Pesquisa e Desenvolvimento”, elogia Angelo Acquaviva, da GM. 

Camille Mendes, do time de Inovação da planta Stellantis de Porto Real, aproveitou o curso para desenvolver uma solução para um problema real da empresa: o custo da detecção de anomalias nos chassis. Para isso, ela desenvolveu um sistema de visão 4.0 para inspeção. 

“Garantir um sistema de forma automatizada e assertiva é uma dor de grande parte das funilarias das montadoras dos integrantes da equipe do projeto final. Tendo como principal pilar de inovação o fato de ser low cost, a ideia é sim implementarmos na prática”, conta a engenheira de produção. Para ela, a troca de experiências e de dores das montadoras e dos fornecedores foi um dos maiores ganhos da pós.

MBI é uma das três frentes de atuação do SENAI no Mover 

A oferta dos MBIs, focados em negócios e inovação, é uma das três frentes de trabalho do programa prioritário do SENAI. As outras duas são as consultorias para incremento de produtividade e as chamadas com recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovação, divulgadas na Plataforma Inovação para a Indústria.  

“Esse programa tem três características. A primeira é trabalhar com P&D, ajudando as empresas no desafio da inovação, da pesquisa aplicada. A segunda é o aumento da produtividade, para que se possa elevar a cadeia automotiva para um nível de desempenho adequado a um setor tão competitivo. E a terceira é difundir o conhecimento por meio dos MBIs”, resume o diretor-geral do SENAI, Gustavo Leal. 

A indústria automotiva, responsável por cerca de 1/5 do PIB industrial brasileiro, é uma das mais avançadas no uso de tecnologia e tem em seu DNA a inovação. Os MBIs são desenvolvidos em parceria com especialistas, pesquisadores e a própria indústria para entender novos meios de mobilidade e as novas tecnologias para redução da emissão de gás carbônico. Por meio dessas ações, o SENAI contribuiu para manter o setor relevante para o país. 

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