O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Paulo Afonso Ferreira afirmou nesta quarta-feira (13) que um dos principais desafios para o país é a criação de um ambiente de segurança jurídica, no qual o empresário possa investir sem o risco de se deparar com mudanças repentinas de regras. Ele participou de painel sobre os desafios e perspectivas para o Congresso Nacional em 2019, durante seminário da Revista Voto, realizado em parceria com o Financial Times.
“Temos um volume enorme de desafios. Penso que o principal é dar segurança para o brasileiro ser investidor e gerador de empregos. Louvado seja aquele que tem coragem de colocar a sua inteligência para gerar empregos e um produto melhor”, discursou Paulo Afonso Ferreira, que participou de uma mesa ao lado do ministro da Cidadania, Osmar Terra, e do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP).
Outros pontos prioritários destacados por Ferreira para a agenda econômica em 2019 são as reformas previdenciária e tributária, e os investimentos em infraestrutura. “Temos que aumentar a competitividade do Brasil. Para isso, é preciso mexer nas condições internas do país, reduzindo a alta carga tributária”, frisou. “Precisamos de investimento privado para a infraestrutura brasileira, mas qual é a segurança jurídica que o empresário tem para investir? Os contratos no Brasil precisam de fato valer”, completou.
Paulo Afonso Ferreira, que também preside o Conselho de Assuntos Legislativos da CNI, enfatizou que o país vive um momento de grandes oportunidades para reformas e para a retomada da economia. Segundo ele, o setor industrial trabalhará incessantemente em prol das agendas prioritárias brasileiras. “Se a indústria hoje estiver bem e o resto do país mal, não vai dar certo. A CNI está convencida de que tem que defender o Brasil. Temos que defender o país como um todo para estarmos bem. Só assim o país crescerá”, destacou.
O vice-presidente da CNI também defendeu a regulamentação do lobby, como forma de estimular a atuação transparente e qualificada de setores da sociedade com integrantes do poder público. “É preciso que tenhamos setores empresariais ou laborais fazendo publicamente a defesa de seus interesses. Fazemos na CNI um lobby institucional, sempre de forma transparente e absolutamente a luz do dia”, detalhou.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA – A abertura do seminário foi feita pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Ele defendeu uma ampla reforma previdenciária para que o Brasil volte a crescer de forma sustentável e tenha recursos para investir em áreas fundamentais. “Uma coisa tem que ficar bem clara para todos: se o governo não encarar essa questão de frente, em 2022 não faz mais nada. Ele só vai pagar salário e aposentadoria. Não vai ter recursos para custeios e para os tão esperados investimentos”, disse Mourão.
Ele defendeu que a reforma abranja a todas as categorias para que o país consiga recuperar sua capacidade de investimento. “Vamos buscar a solução dos problemas que afligem o nosso país, de modo que tenhamos menos regulação, mais liberdade para empreender, ambiente de negócios estáveis, mais investimento para o país e que a nossa infraestrutura melhore”, pontuou o vice-presidente da República.