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Presidente da CNI manifesta apoio ao fim da alíquota de importação no polo de confecções do agreste

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de dezembro de 2021

Medida que beneficia países asiáticos poderá levar ao fechamento de empresas e à eliminação de milhares de postos de trabalho


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que, se concretizada, a intenção do Ministério da Economia, divulgada recentemente, de zerar a alíquota de importação de produtos têxteis, calçados e vestuários provenientes da Coréia do Sul, Vietnã e Indonésia será extremamente nociva para a cadeia produtiva destes setores no Brasil.

Para a entidade, uma abertura de mercado por meio da eliminação do imposto de importação, que atualmente é de 35%, levará ao fechamento de diversas empresas e, consequentemente, à eliminação de milhares de empregos gerados pelo setor em várias regiões brasileiras, como no agreste de Pernambuco, onde está localizado um dos maiores polos de confecções do país. Isto porque esses países asiáticos, que são importantes exportadores de produtos têxteis e confecções, possuem baixos níveis de ratificação de padrões internacionais de trabalho estabelecidos nas Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), gerando um padrão bem inferior ao do Brasil em questões relativas a salários, jornada e segurança do trabalho.


“O setor de produção de têxteis e confecções já enfrenta muitas dificuldades decorrentes do Custo Brasil. Se a alíquota de importação desses produtos for zerada, ficará também exposto à concorrência desleal, o que ocasionará forte impacto negativo nas suas atividades, com fechamento de fábricas e redução de empregos”, explica o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.


O presidente da CNI lembra que apenas o Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, segundo maior do país, fatura mais de R$ 5 bilhões por ano, produzindo cerca de 800 milhões de peças e empregando, direta e indiretamente, mais de 200 mil pessoas. 

Esta semana, o Conselheiro Emérito da CNI, Armando Monteiro Neto, também se posicionou sobre o tema destacando o impacto negativo que a medida pode trazer para o setor. “Não há a menor condição de acontecer uma redução abrupta das alíquotas. O polo de confecções ficará em franca desvantagem em relação aos produtores asiáticos”, alertou.

“As confecções são um vetor de desenvolvimento local e regional, por atrair consumidores de outros estados, sobretudo do Norte e do Nordeste. Grande parte delas poderá ficar inviável se o imposto de importação para os países asiáticos for eliminado”, acrescenta Robson Braga de Andrade.

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