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Presidente da FIEP participa de debate sobre a Reforma Tributária e diz que a Paraíba vai recolher mais de R$ 1 bilhão com a aprovação

Por Assessoria de Comunicação - Publicado 27 de agosto de 2020

Debate é parte da Campanha Reforma Tributária Já! liderada pela FIEP

Na noite desta quinta-feira, 27/08, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, Francisco de Assis Benevides Gadelha participou de um debate virtual sobre a Reforma Tributária, onde defendeu a simplificação dos impostos, e a justiça tributária com aqueles que recolhem, e com os estados mais pobres.

“Nós sabemos que existe três bases clássicas de cobrança de imposto, o imposto sobre a renda, o imposto sobre o patrimônio, e o imposto sobre o consumo. Precisamos pôr um fim no modelo anacrônico de engrenagem tributária, temos que mudá-lo urgentemente para fazer uma justiça tributária, com todos que recolhem, para os estados mais pobres. Para se ter uma ideia, só a Paraíba vai recolher R$ 1 bilhão e 400 milhões a mais com a Reforma Tributária, e isso é uma vantagem para os estados de Economia deprimida. E a gente só faz equilíbrio num país, quando consegue transferir recursos das regiões mais ricas para as mais pobres”, ressaltou Gadelha

Com o atual modelo estamos fazendo transfusão de sangue do paciente para o médico. Porque estamos comprando mercadoria em outras regiões e estamos mandando dinheiro para lá, ao invés de cobrar o imposto do consumo, como acontece com todos os países desenvolvidos como EUA, França, Suíça, Suécia, qualquer um deles, o imposto é cobrado no Consumo, no destino, disse o presidente da FIEP.

O evento que integra a Campanha “Reforma Tributária Já! “ coordenada pela FIEP, reuniu ainda o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa, José William Montenegro Leal; do deputado federal, Aguinaldo Ribeiro, relator da Reforma Tributária; do presidente Emérito da Confederação Nacional da Indústria - CNI, Armando Monteiro, do Economista da CNI, e mestre em Ciências Econômicas, Mário Carraro; do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte – FIERN, Amaro Sales.

“Eu acho que todos nós somos conscientes do desafio que temos pela frente de construir uma mudança substancial, vivemos num sistema que se exauriu. No Parlamento há pelo menos três décadas, já passaram diversos relatores, que não conseguiram aprovar essa matéria. Mas estamos vivendo uma realidade diferente, pois os estados têm apoiado a aprovação da PEC 45 e a PEC 110. Há uma manifestação expressa da CNM, do CONSEFAZ no sentido de reformar nosso sistema tributário, e estamos conversando com os representantes das grandes cidades e capitais do Brasil, e temos travado um debate constante com o setor produtivo para ouvir os representantes de forma que possamos fazer uma reforma que seja melhor para nosso país”, comentou Aguinaldo Ribeiro, relator da Reforma Tributária.

Já o presidente Emérito da CNI, Armando Monteiro Neto defendeu a criação de um Imposto de Valor Agregado– IVA único. “O Brasil tem que ter a capacidade de criar um sistema compacto, se não incorporamos o ISS ao IVA vamos inviabilizar, porque o ISS isolado produz distorções no sistema, é cumulativo, fere o conceito de imposto adicionado, isso porque não há na experiência internacional modelo assim. Precisamos acabar com as distorções, sobretudo envolvendo a indústria nacional, que enfrenta um problema série de concorrência com os produtos importados”, comentou Armando Monteiro Neto.

Amaro Sales presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte – FIERN falou das interferências que tem surgido durante a formatação da Reforma, algo que considera desafiador para o relator da Proposta. “Essa missão que o senhor recebeu não é fácil, deputado Aguinaldo Ribeiro, temos porquê de um lado tem interesse da população que quer pagar menos impostos, e as empresas também, por outro lado temos os estados que querem arrecadar mais. Então precisamos conscientizar todos que a Reforma deve acontecer para beneficiar o nosso país” reiterou.

O vice-presidente da FIEP, e presidente do SINDUSCON – JP, José William Montenegro Leal, comentou que o atual sistema tributário inviabiliza os negócios, e tem um impacto negativo em setores como o da Construção Civil. “Faço parte de um segmento de mão de obra intensiva, onde hoje, especificamente na área imobiliária os custos vem de mão de obra. E a tristeza que temos é que nesse segmento, quando remuneramos um colaborador com o valor de R$ 1000,00, gastamos mais 1200,00 em tributos, e ao final esse colaborador fica com um rendimento de pouco mais que 900,00, ou seja, é algo inadmissível que precisa ser revisto. Vivemos hoje uma parafernália tributária, segmentos que pagam muito ao município como o nosso, taxas e tributos e realmente é preciso se fazer uma reforma, ao que pese esse momento ser difícil, porque é um momento de exceção, e pelo tempo que essa reforma vem sendo tratada, não temos mais tempo a perder”, disse José William.

Encerrando a programação, o Economista da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Mário Carraro, apresentou a proposta de Reforma Tributária defendida pela Confederação.

“Desde a metade da década passada os brasileiros têm mantido um ritmo de consumo interessante, mas quem abastece o nosso mercado são outros países, ou seja, compramos produtos importados, e com isso a indústria nacional mais importa que exporta, e isso causa um problema na Balança Comercial Então a demanda interna cresce, mas o PIB Brasileiro não cresce na mesma velocidade. Ou seja, a Industria é o setor que mais tem interatividade com os outros setores e possui forte efeito multiplicador na Economia, mas desde 2010/2011 o câmbio começou a se desvalorizar, com a entrada de produtos importados, e o setor sofre com a incidência da Carga tributária, a indústria de transformação sobretudo, e isso inviabiliza a competitividade, o que nos faz ver a Reforma Tributária como Algo Urgente. E nesta perspectiva precisamos de um IVA Nacional Amplo, com características amplas, crédito abrangente, ressarcimento dos créditos, desoneração de investimentos, e transferência de recursos dos estados mais pobres para os mais ricos”, defendeu.

Para acompanhar o debate na Íntegra, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=QjGSjZ2yrfk


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