A biodiversidade também inclui a agenda de bioeconomia, que a CNI entende como uma oportunidade para o desenvolvimento do Brasil
Comprometida em aumentar a participação da indústria na agenda da biodiversidade, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove, nesta quarta-feira (22) – dia internacional em alusão ao tema –, uma live para debater como o setor pode contribuir com o Plano de Biodiversidade.
Também chamado de Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, o Plano de Biodiversidade foi adotado na 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e propõe que todos os atores da sociedade, incluindo a indústria, ajudem na implementação do Plano, que conta com quatro objetivos para 2050 e 23 metas para 2030.
Para participar das discussões, a CNI convidou:
- A sócia diretora da GSS Carbono e Bioinovação, Francine Leal
- A coordenadora de Meio Ambiente do BNDES, Odette Lima Campos
- A gestora de iniciativas apoiadas pelo Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) do Idesam, Karol Barbosa
- A consultora da Agroicone, Giuliane Bertaglia
O debate vai ocorrer das 10h às 11h30 e poderá ser acompanhado pelo Youtube da CNI:
A biodiversidade também inclui a agenda de bioeconomia, que a CNI entende como uma oportunidade para o desenvolvimento do Brasil e é um dos pilares da estratégia da indústria para uma economia de baixo carbono.
Levantamento do ano passado da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que, em 2022, o PIB da bioeconomia brasileira, incluindo atividades agrícolas e industriais, alcançou o valor de R$ 2,5 trilhões, sendo que a indústria com viés biológico (têxtil, cosméticos e farmacêutico) cresceu em 5,85% em relação a 2021.
“Essa agenda é muito importante para a CNI em razão do potencial que tem para a indústria brasileira, se houver um ambiente regulatório favorável e que estimule investimentos na área. Por isso, a CNI tem trabalhado na internalização das metas globais de biodiversidade considerando as singularidades socioeconômicas e ambientais do território nacional. O Brasil é capaz de implementar e monitorar metas ambicionais, mas que também devem ser factíveis”, aponta o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.
No momento, as metas nacionais baseadas no Plano de Biodiversidade, aprovado na COP15, estão em elaboração pelo governo brasileiro. A CNI trabalha em articulação com ministérios e outras partes interessadas para que as experiências e a visão da indústria estejam contempladas nas novas metas. Isso porque, de acordo com o Plano de Biodiversidade, as metas devem ser implementadas por todos os atores da sociedade.
“O engajamento da CNI na agenda de biodiversidade é fundamental. Em 2023, participamos da consulta pública para atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade, chamada de EPANB. Este ano continuamos contribuindo a partir de interlocução com stakeholders e fornecimento de subsídios técnicos, para o avanço da elaboração e implementação das metas nacionais”, afirma o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI e mediador da live, Davi Bomtempo.
Plano da Biodiversidade
O Plano de Biodiversidade apresenta 23 metas. Apesar de estarem relacionadas a áreas diferentes, elas são interdependentes, e existem metas que estão mais ligadas às ações do setor privado, por exemplo:
- meta 9: manejo e uso sustentável de espécies; atividades, produtos e serviços sustentáveis baseados na biodiversidade. O governo brasileiro tem a intenção de incluir o termo “bioeconomia” na meta nacional;
- meta 13: acesso e repartição de benefícios; a indústria como um dos principais usuários de recursos genéticos para o desenvolvimento de produtos pode contribuir bastante para esse objetivo com suas experiências e desafios;
- meta 15: integração da biodiversidade aos negócios; incluindo questões sobre monitoramento, avaliação e divulgação de riscos, dependências e impactos na biodiversidade – temas que dialogam com as agendas ESG e de economia circular;
- meta 17: biotecnologia;
- meta 18: incentivos para garantir impactos positivos à biodiversidade;
- meta 19: mobilização de recursos financeiros.