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Retomada da crise depende da continuidade da agenda de reformas

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 26 de junho de 2020

Durante briefing diplomático, representantes da CNI defendem reformas

A retomada da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19 passa necessariamente pela continuidade da agenda de reformas e competitividade do Brasil e pela implementação de medidas de ajuste fiscal. Durante o XIII Briefing Diplomático, nesta sexta-feira (26), representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentaram um panorama sobre o atual cenário da economia brasileira e perspectivas para a saída da recessão.

Ao todo, participaram do encontro, que foi realizado por videoconferência, 76 representantes diplomáticos de cerca de 51 países.

O gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, afirmou que o Brasil precisa trabalhar para mostrar aos investidores que eles podem acreditar no país.

“Precisamos seguir no caminho das reformas para reduzir o Custo Brasil. Isso significa que a reforma tributária deve ser a primeira da agenda, seguida por medidas na área da infraestrutura e no comércio internacional”, disse o gerente-executivo.

Entre as medidas necessárias ele destacou os marcos legais do gás natural, do setor elétrico e do saneamento básico. Ressaltou também a importância da agenda de concessões e privatizações e da implementação de boas práticas regulatórias para reduzir as incertezas no país, entre outras iniciativas.

“Não há espaço para erros. O governo precisa manter a política fiscal e, ao mesmo tempo, precisa ajudar a economia a sair da crise”, disse o gerente-executivo.

Ele observou que o Brasil enfrenta um cenário de aumento do déficit nas contas do setor público consolidado em função das medidas de política social para fazer face à crise econômica. “O setor público enfrenta muitas restrições, com ampliação de seu déficit. O setor privado está mais fragilizado agora. Adicionalmente, temos uma redução no comércio internacional”, afirmou.

O gerente-executivo apresentou cenários que mostram desde uma queda na economia de 0,9% em 2020 até de 7,3%. “Tudo depende do resultado do controle da doença”, disse.

Exportações de manufaturados caíram 16% em cinco meses

A gerente de Política Comercial da CNI, Constanza Negri Biasutti, afirmou que, de janeiro a maio de 2020, houve queda de 16% nas exportações de produtos manufaturados brasileiros, na comparação com o mesmo período de 2019. Projeções apontam uma queda de até 20% nas exportações brasileiras até o fechamento do ano.

Além disso, com a crise econômica, 92 países no mundo já implementaram medidas unilaterais de comércio – 183 restritivas e 122 de liberalização. São medidas em setores como médico e hospitalar; de drogas e medicamentos; e de antissépticos. “Isso sinaliza qual será o real impacto da crise. A questão é se esse cenário é temporário ou se essas medidas vão aumentar”, disse Constanza.

Ela avaliou que o governo brasileiro respondeu rapidamente à crise por meio de medidas na área do comércio exterior. As iniciativas vão desde a área de facilitação de comércio, passando por acordos comerciais, até a redução de restrições para a entrada no brasil de produtos utilizados no combate ao novo coronavírus.

Para Constanza, no atual momento, o tema barreiras comerciais se torna ainda mais relevante. Com a crise mundial, diferentes países podem ampliar o uso dessas barreiras, com aplicação de subsídios, elevação de imposto de importação, exigência de licenciamento de importação para produtos específicos e implementação de medidas sanitárias e fitossanitárias, entre outras.

Apenas até maio, o setor industrial havia identificado 17 novas barreiras comerciais no exterior contra produtos brasileiros. Desde 2018, são 70 barreiras identificadas ao todo. “Com base no monitoramento dessas barreiras, podemos identificar que medidas de defesa comercial o Brasil deve adotar”, disse a gerente de Política Comercial da CNI.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

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