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Rumo ao Nacional: transporte, logística e segurança são pautas de inovação

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 18 de maio de 2022

O Portal da Indústria apresenta os projetos de inovação vencedores dos regionais e que vão estar no Festival SESI de Robótica


O Festival SESI de Robótica está mais perto do que nunca! Em contagem regressiva, faltam 10 dias para o torneio que será em São Paulo, entre 27 e 29 de maio. Enquanto o grande dia não chega, aqui na Agência de Notícias da Indústria vamos apresentar os projetos de inovação vencedores dos regionais, que vão estar no torneio nacional.
 
Das 100 equipes de FIRST LEGO League Challenge (FLL), que estão no Festival, 10 levaram o prêmio de melhor projeto de inovação para casa. Dentro da temática da Cargo Connect, nós dividimos os projetos em três categorias: delivery, transporte (e segurança) e embalagem.
 
Hoje, vamos falar das inovações pensadas para melhorar o transporte de mercadorias e a segurança no transporte. As equipes criaram formas de facilitar a logística do caminho percorrido pelos mais diversos produtos e ainda ampliaram o horizonte de ideias para refletir sobre como os caminhoneiros e demais pessoas que frequentam as estradas podem ter mais segurança no dia a dia. Veja mais detalhes sobre os projetos:

Rede social de vendas

O aplicativo Agroside, criado pela Lego Side, equipe de Vitória (ES), do Serviço Social da Indústria (SESI), funciona assim: o agricultor precisa realizar um cadastro para poder vender suas mercadorias para os comerciantes. O comerciante, por sua vez, pode comprar as mercadorias e solicitar transportadores. Além disso, ele pode, também, se comunicar com os produtores e transportadores como em uma rede social. Os transportadores podem transportar tanto para os comerciantes quanto para os agricultores seguindo uma rota, durante a qual ele poderá ser acionado por outros agricultores e comerciantes.

O projeto foi desenvolvido usando a metodologia Desing Think, com um esboço no papel e, então, prototipagem no Figma. Com o protótipo usual e funcional, foram feitos testes e a validação do público-alvo, aplicando a solução de ser algo fácil, rápido e acessível.

O Agroside foi testado apenas no software de programação, checando apenas o funcionamento do aplicativo. Não foi realizado um teste prático com agricultores, comerciantes e transportadores pois dependia de alguns fatores como a confecção completa do app, a postagem em uma loja de aplicativos e a adesão dos envolvidos.

“Não” ao desperdício!

A Amigos Droids, equipe mineira de Belo Horizonte, da Robótica DHEL, criou uma cadeia logística que conecta o pequeno produtor diretamente com o consumidor final, utilizando plataformas de e-commerce já existentes. Ele funciona invertendo a lógica de push para pull: primeiro o produto é vendido e somente após a venda, ele é colhido e transportado, eliminando todos os desperdícios da cadeia logística.

Durante os cinco meses de preparação, a equipe aprendeu a utilizar diversas metodologias do Design Thinking para delimitar o problema e desenvolver uma solução tecnicamente factível e economicamente viável, fazendo visitas e entrevistas a produtores rurais, feirantes, fabricantes, especialistas e operadores de e-commerce como o Mercado Livre.

Foram realizadas provas de conceito com todos os players envolvidos: Mercado Livre, Produtores Rurais e Consumidores, e todos aprovaram a ideia. “O Mercado Livre nos convidou para uma segunda conversa. A inovação é radical, mas a implementação é simples: para iniciar o serviço, basta convidar os produtores, cadastrar novos pontos de coleta e esticar as rotas até a zona rural. Um grande impacto social e ambiental com poucos investimentos”, disse a técnica Débora Oliveira.

Melhor qualidade de vida

A equipe Garças de Botas, de Ananindeua (PA), do SESI, criou o Logarça, um aplicativo que tem como objetivo auxiliar e facilitar a distribuição de frutas e hortifrutigranjeiros da Ceasa até as fruteiras de bairros, ou seja, aquelas que ficam mais afastadas.

Para chegar à ideia do produto, os integrantes pensaram em melhorar a qualidade de vida dos donos de fruteiras do Pará. “Nós pensamos que a Ceasa daqui, que fica localizada em Belém, é muito afastada do centro, numa região próxima ao rio e tem uma estrada que cruza uma mata, é uma pista estreita e muito perigosa, tanto para dirigir de dia quanto à noite, principalmente”, contou. A Ceasa só funciona de 00h às 8h e a maior dificuldade dos donos de fruteiras é sair de casa de madrugada e ir até lá, correndo perigo de ser assaltado ou sofrer algum acidente, além de perder horas de sono.

O Logarça foi criado para mudar isso. A equipe fez um cadastro com todos os donos de box da Ceasa, colocando todos os produtos, cadastrou os clientes que já haviam sido capitalizados previamente com os donos de box e, então, fizeram a interligação entre os boxes e os clientes. Os donos de fruteiras escolhem os produtos que querem e a empresa disponibiliza, através de parcerias de serviço autônomo, os caminhões de delivery que trabalham na Ceasa. Dependendo da demanda para o bairro, eles contratam o dono de caminhão, um caminhão de três eixos, que aguenta de 3 a 14 toneladas.

O app foi um sucesso e muitos donos de fruteiras fora da Ceasa estão aderindo a ele. “Está facilitando a vida de todo mundo. É como se fosse uma compra em delivery, um iFood da fruta, mas em grande quantidade”, disse o técnico da equipe, Israel José. Os testes foram feitos com a equipe, os donos de box da Ceasa e os donos de fruteiras. “Eles foram nos dizendo o que precisava melhorar e nós fomos ajustando e melhorando”, explicou Israel.

Substituto reciclável

A Yottabyte, equipe paranaense de Curitiba, do SESI, identificou o uso intenso da madeira naval para revestir carretas siders para que fossem adaptadas para carretas baú. Porém, a madeira naval possui a durabilidade muito baixa devido à sua alta retenção de umidade, sendo necessária a troca constante, dificultando e retardando a circulação dos caminhões devido a necessidade da manutenção da frota.

Diante disso, foi criado o Fusion Recycle, um compósito multifuncional, feito com isopor, borracha de pneu, casca e palha de pinus, que já é mais leve que a madeira naval, o que contribuiu com a diminuição dos custos com combustível e das tarifas em relação às cargas. Além disso, a equipe espera, também, que esse novo material traga resistência térmica às cargas de proteção, além de sua impermeabilidade. Ele pode ser usado em carrocerias de caminhões, assoalho de container, embarcações para navegação, para revestir bags de motoboys e na confecção de móveis e arquitetura.

Houve uma série de testes com a amostra, e as ideias de materiais ainda estão em desenvolvimento com a ajuda de vários especialistas, por isso ainda serão feitos testes definitivos em uma amostra final. Os testes foram os de fogo e de impermeabilidade. Com o teste de fogo, o compósito demorou 3 minutos para pegar fogo e, mesmo assim, não se tornou cinza nem interferiu na sua resistência. No de impermeabilidade, o compósito ficou 12 horas submerso em água e isso não alterou suas propriedades.

Os resultados foram além do que esperava a Yottabyte e eles estão empolgados para os próximos passos. “Esperamos ter resultados tão eficientes assim nos testes de resistência mecânica”, revelou a equipe.

Foco vegano

Pensando no quanto as viagens são cansativas e perigosas para os caminhoneiros, a equipe Montß, de Montenegro (RS), do SESI, criou a Big Purple, uma bala vegana, feita de açúcar, glucose de milho, açaí, guaraná em pé, amido de milho e água, que deixa a pessoa que a consome mais focada.


“O produto foi testado com pessoas reais em teste de foco. Os participantes foram selecionados de forma voluntária e submetidos ao teste da régua de foco, onde o participante deve pegar uma régua, que está sendo segurada por uma pessoa com a função de distrair o participante e que deve soltar a régua sem aviso prévio. A partir da numeração da régua onde a pessoa pegou será feito um cálculo para definir o tempo de reação da pessoa. Após realizar o teste três vezes seguidas, o participante consumia a bala e, cerca de meia-hora depois, repetia três testes”, explicou a equipe.


Foi feito um cálculo de média e o resultado indicou um aumento na velocidade de reação de, em média, 11 milissegundos por pessoa após o consumo da bala.

Se beber, não dirija!

O projeto de inovação da Robot World, equipe de Bacabal (MA), do IEMA Pleno de Bacabal, é um sensor de gás que é implantado na cabine do caminhão e detecta partículas de álcool expelidas pelo corpo do caminhoneiro através da respiração e/ou transpiração. Ao detectar o álcool, ele corta o fornecimento de combustível e ativa um alarme no veículo.

Para confeccionar o projeto, foi utilizado o módulo MQ — um sensor de gases tóxicos capaz de detectar amônia, dióxido de carbono, benzeno, óxido nítrico e também fumaça e álcool.

Após a construção do protótipo foram realizados testes preliminares aproximando um cotonete banhado com álcool 70% e, depois, o professor técnico da equipe levou o protótipo para casa, consumiu dois copos de cerveja e o sensor foi capaz de detectar a presença de álcool numa distância de 50cm.

A equipe aponta como diferencial do projeto o baixo custo e a posse em definitivo do produto no ato da compra sem custos adicionais, envolvendo empresas de monitoramento do condutor, pois os alertas às empresas transportadoras seriam emitidos através do Módulo GSM SIM enviando mensagens SMS, necessitando apenas de um chip telefônico de qualquer operadora.

O que é a categoria FIRST LEGO League Challenge (FLL)

Na categoria, os estudantes constroem e programam robôs de LEGO para cumprir uma série de missões em um tapete. Eles também desenvolvem um projeto de inovação, que é uma solução para um problema real dentro da temática da temporada, que, neste ano, é Cargo Connect, relacionada com transporte e logística.

Para participar dos torneios FLL, os jovens devem ter de 9 a 16 anos e formar equipes de dois a dez integrantes, que são orientados por dois técnicos adultos. Os times podem representar uma escola (pública ou particular), uma organização ou simplesmente ser formada por um grupo de amigos, conhecido como equipes de garagem.

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