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Seis em cada 10 brasileiros acreditam que retomada econômica vai demorar, pelo menos, um ano

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de julho de 2020

Receio do futuro leva 71% a cortar gastos mensais

Ainda que o Brasil tenha começado a promover a retomada das atividades produtivas, a população está insegura e pretende manter seus gastos em patamares reduzidos. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, revela que 67% dos entrevistados acreditam que a recuperação econômica ainda não começou e 61% afirmam que ela vai demorar pelo menos um ano para ocorrer.

Apesar de a pesquisa indicar alguma recuperação na renda (caiu de 40% no início de maio para 31% agora o percentual das pessoas que disseram ter perdido em parte ou totalmente a sua renda), grande parte das pessoas ainda continua com as despesas retraídas: 71% dos brasileiros disseram ter reduzido seus gastos mensais desde o início da pandemia. Em maio, eram 74%.

A cautela talvez se explique pela insegurança ainda provocada pela conjuntura atual. Dentre os trabalhadores formais e informais, 71% dizem ter algum medo de perder o emprego, leve recuo em relação aos 77% que tinham algum grau de temor no início de maio. No entanto, o percentual dos trabalhadores que têm medo grande ou muito grande de perder o emprego ficou praticamente estável: 45% agora, ante 48% há dois meses.

“Os dados recentes da economia mostram que o pior da crise causada pelo novo coronavírus pode ter ficado para trás. Mas a pesquisa reforça a enorme importância de se construir uma agenda consistente, com ações de médio e longo prazo, para a retomada das atividades produtivas e do crescimento do país. Recuperar a confiança brasileiro, para que ele volte a consumir, é de suma importância para acelerar esse processo”, afirma comenta presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“Também é fundamental dar andamento às reformas estruturais e atacar os problemas que aumentam os custos de produção e diminuem a capacidade da indústria brasileira de competir e gerar emprego e renda para os brasileiros”, completa.

De acordo com a pesquisa, o nível reduzido de consumo tende a ser mantido mesmo após o fim do isolamento social. Para todos os produtos pesquisados, que vão desde itens como roupas, produtos de higiene pessoal até bebidas alcóolicas, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a maioria dos consumidores pretende manter os gastos com eles.

Para se ter uma ideia, os itens que mais devem ter crescimento no consumo no pós-isolamento são as roupas. Mesmo assim, apenas 21% dos entrevistados afirmaram que pretendem ampliar o consumo desses produtos.

Brasileiro segue favorável ao isolamento social

Apesar das perdas econômicas e do medo grande do novo coronavírus ter caído de 53% para 47% em relação ao primeiro levantamento, em maio, os dados mostram que o brasileiro segue favorável ao isolamento social (84%). O grupo das pessoas que saem de casa apenas para ações essenciais, como fazer compras ou trabalhar, aumentou de 58% para 67% entre maio e julho. Sobre o trabalho remoto, oito em cada dez entrevistados admitem que as tarefas que precisam entregar não podem ser feitas de casa.

A população está dividida quanto ao retorno das atividades do comércio de rua — 49% aprovam e 47% desaprovam —, mas sobre outros itens, como salões de beleza, bares e restaurantes, shoppings, escolas e universidades, academias e cinemas, a maioria dos brasileiros é contra a abertura. Os percentuais variam de 57% a 86% desfavoráveis a reabertura desses estabelecimentos.

Percentual da população endividada recua

Um dado positivo revelado pela pesquisa diz respeito ao endividamento, que apesar de estar num nível elevado, atingindo 45% da população, recuou oito pontos percentuais na comparação com maio, quando 53% dos entrevistados se declararam endividados. E, dentre quem tem dívida, 62% afirmam que conseguirá quitá-la nos próximos 30 dias. O percentual é dez pontos percentuais maior que o registrado em maio.

O levantamento mostrou ainda que 30% dos brasileiros pediram e estão recebendo o auxílio emergencial do governo. Entre eles, a maioria (57%) usou os recursos para compras e 35% destinaram os valores para pagar dívidas.

O levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 2.009 pessoas de todas as Unidades da Federação entre 10 e 13 de julho e tem margem de erro de dois pontos percentuais. Em virtude do próprio isolamento social, as entrevistas foram realizadas por telefones fixos e móveis, em amostra representativa da população brasileira a partir de 16 anos.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

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