Evento será em São Paulo, de 23 a 25 de abril, no Hotel Hilton
Parcerias podem abrir portas para a inovação. Empresas brasileiras investem no desenvolvimento tecnológico e lançam produtos como a paçoca de soja, que promete mais saúde para quem gosta de doce, o tijolo esmaltado, que dura até 15 anos, ou o simulador que testa a qualidade das próteses de quadril fabricadas no Brasil. Entre as inovações desenvolvidas e que serão apresentadas no II Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria também está um processo de envelhecimento de cachaça em barris de madeira brasileira.
Os quatro projetos, desenvolvidos com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), estão entre as experiências de sucesso que serão apresentadas no evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria(CNI). Durante o Congresso, que reunirá especialistas estrangeiros, acadêmicos, empresários e representantes do governo, os participantes conhecerão os produtos em um estande especial, que mostrará a linha de serviços do SENAI
para o desenvolvimento tecnológico das empresas.
A paçoca de soja está no mercado há seis meses e já é o segundo produto mais vendido pela empresa SóSoja do Brasil , localizada em Caldas Novas, Goiás. Composto por uma mistura de soja e amendoim, o produto tem características de alimento funcional, porque ajuda a evitar o risco de enfarto, diminuir os efeitos da menopausa e prevenir alguns tipos de câncer. Para desenvolver a paçoca de soja, a indústria contou com o apoio do SENAI. Os técnicos da Escola SENAI Vila Canaã, de Goiânia, ajudaram a elaborar a fórmula química e o processo de fabricação do produto. Além disso, o SENAI elaborou o design da embalagem.
A outra inovação, uma máquina que faz ensaios de qualidade, resistência e funcionalidade de próteses de quadril produzidas pela indústria nacional, ajudará a aperfeiçoar a qualidade dos produtos brasileiros. O equipamento simula os movimentos de um paciente com o implante e mostra com precisão as deficiências das próteses estão sendo desenvolvidas pela Escola SENAI Roberto Simonsen, da capital paulista, e a Incomepe, indústria de materiais cirúrgicos localizada no município de Cotia, em São Paulo.
Como a tecnologia é inédita na América Latina, a expectativa é que os fabricantes possam aperfeiçoar seus equipamentos, produzindo próteses mais baratas, com maior eficiência e durabilidade, retardando a cirurgia de troca do dispositivo, a qual o paciente precisa se submeter a cada cinco anos.
Em Mato Grosso, a Cerâmica Lavaqui e o SENAI desenvolveram um tijolo esmaltado, que dura 15 anos, o triplo do tempo médio de um bloco tradicional. Pioneiro no país, o projeto de esmaltação eletrostática utiliza pó de polietileno em blocos cerâmicos de fase lisa e permite a produção de tijolos coloridos. Além da durabilidade e da cor, o novo produto reduziu o consumo de energia no processo de fabricação da indústria.
Na Bahia, o SENAI e a empresa Cachaça Morro de São Paulo desenvolveram um processo de envelhecimento da cachaça em barris de madeiras brasileiras, como amburana, jequitibá-rosa e carvalho brasileiro. Falta eleger a madeira que sensorialmente esteja mais próxima do sabor tradicional da bebida. A adoção de madeiras brasileiras no processo deve reduzir os custos de produção da cachaça, porque atualmente o envelhecimento é feito em barris de carvalho importados da Europa.