O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançam, nesta quinta-feira (15), a categoria de cooperação bilateral denominada Aliança Agroindustrial - plataforma que vai abrigar projetos de pesquisa e inovação voltados para o agronegócio em sinergia com a indústria.
O investimento inicial será de R$ 3,2 milhões destinados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação que contribuam para o setor. SENAI e Embrapa vão disponibilizar, cada uma, recursos de até R$ 1,6 milhão para distribuição, conforme regras pré-estabelecidas em acordo.
A Aliança Agroindustrial é uma das oito categorias existentes na Plataforma Inovação para a Indústria. O processo de adesão à nova categoria, com início previsto para o dia 20 de abril, é uma experiência piloto com função mobilizadora das redes envolvidas.
A agregação de valor a commodities alimentares brasileiras pré-exportação, o aumento de produtividade e eficiência da agroindústria são alguns dos resultados esperados a partir da aproximação entre as instituições.
Indústria e agricultura atuando em conjunto
Desde 2019, sob coordenação da Diretoria de Inovação e Tecnologia (DE-IT) e a Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, equipes dos 42 centros de pesquisa da Empresa e dos 27 Institutos SENAI de Inovação (ISIs) mantêm diálogo para mapear as áreas de interesse convergente para atuação conjunta.
Para o SENAI, a união do conhecimento em pesquisas com a Embrapa agrega valor e diminui riscos cria a perspectiva de redução de riscos técnicos em projetos, o que deve atrair a atenção do setor produtivo.
Além disso, a Aliança Agroindustrial pode resultar na construção de uma vitrine “Agro made in Brazil” a partir da introdução de novidades no processamento de commodities alimentares, ou seja, a agregação de valor aos produtos brasileiros antes da exportação, aponta.
“Esse é o início de uma parceria entre duas instituições para o fortalecimento da agenda do agronegócio no país. Chegou a vez da indústria e agricultura caminharem juntas com desenvolvimento tecnológico e inovação para crescimento do setor”, aponta o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
“Mais do que exportador de commodities, o Brasil deve passar a ser conhecido como país de origem e procedência de produtos agroalimentares com maior valor agregado, por isso o investimento numa rede de pesquisa e inovação para, em parceria com a indústria, viabilizar o investimento na criação de selos e certificações, associado a iniciativas de geomapeamento da biodiversidade brasileira”, completou.
Plataforma traz inovação para o agronegócio
A contrapartida total das empresas deverá ser igual ou superior a 50% do recurso aportado pela Plataforma, que é de até R$ 800 mil por projeto. A duração máxima dos projetos será de 24 meses sem possibilidade de prorrogação.
No contexto da cooperação, o diferencial é que a Embrapa, o ISI e a indústria elaboram a proposta, mas quem submete o projeto é a indústria. Apesar de ainda modestos, os recursos inicialmente aportados criam expectativas positivas com relação ao futuro da plataforma.
“A forma como a Aliança Agroindustrial se organiza faz com que os recursos se multipliquem. Não temos dúvida sobre o potencial inovador dessa parceria que une a pesquisa aplicada pública e a indústria, com resultados de captura de valor para reinvestimento em ciência e ampliação dos impactos já positivos do agronegócio na economia brasileira”, avalia o presidente da Embrapa, Celso Moretti.
A diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, destaca que o tripé Embrapa-SENAI-Indústria formado para efeito da parceria visando ao desenvolvimento de projetos de PD&I começou a ser estruturado a partir do 1º Workshop Virtual de Matchmaking Senai Embrapa, realizado em agosto de 2020, com vistas ao desenvolvimento de acordos de implementação específicos.
Segundo aponta, entre as áreas de convergência identificadas pelas equipes das instituições a serem alavancadas por meio da parceria, o presidente cita sistemas de água e irrigação, gerenciamento de resíduos, agricultura sustentável e melhoramento de solo.
Materiais e revestimentos inteligentes, robótica, agricultura orgânica, logística e transporte também têm espaço na lista das áreas a serem tratadas pela pesquisa, desenvolvimento e inovação em interação com a indústria a partir da nova Plataforma.